Prólogo

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_Regina_

Era noite, eu dormia tranquilamente ao lado de meu marido Jack. Ele me abraçava forte e eu sentia sua respiração em meus cabelos. De repente ouço um zumbido, abro meus olhos e vejo um besouro na minha cortina. Tento fechar novamente os olhos, ignoro o barulho, mas o que eu mais temia acontecia. Sinto as mãos de Jack mexer, ele senta na cama e me olha por um tempo, seu olhar era estranho. Não era o olhar do meu Jack. Não, não era! Ele precisava voltar ao normal, não podia ser agora!
Vejo ele caminhando para fora do nosso quarto. Subitamente me levanto, coloco meu robi e vou atrás dele.

- Jack! - grito

Quando ele abre a porta, rumo a rua, eu começo a gritar mais alto.

- Não, não, não! Jack! - grito e lágrimas escorrem pelo meu rosto.

Finalmente o alcanço e paro na sua frente.

- Para! Por favor, para!Não vá agora, eu preciso de você! - ele continua andar.

Era tarde, a maldição tinha tomado conta dele, quando ele chega ao penhasco ele vira, me olha e diz:

- Eu te amo - depois se joga e eu começo a gritar por ele.

- Jack! Não! - digo indo até a beirada, mas meu grito fica preso na garganta quando vejo seu corpo nas pedras. Ele está morto.
Meu primeiro pensamento é de me juntar a ele, mas lembro de minhas filhas, elas ainda precisam de mim.

Volto correndo pra casa e encontro Audrey na porta com seu ursinho, seus cabelos longos e loiros estão bagunçados e seus olhos azuis inchados de sono.

- Mamãe, por que está chorando?

Respiro fundo, vou até ela  e a abraço forte enquanto falo calmamente:

- Nada meu amor, por favor,  acorda a sua irmã. Arrumem suas coisas porque vamos sair!

- Tá bom, mamãe - diz ela.

...

Depois de muito chorar no banheiro, lavo meu rosto com água fria e tento me arrumar da melhor forma possível. Não quero que minhas meninas percebam o quanto eu estou quebrada. Arrumo minhas coisas, o dia já estava quase nascendo, olho para o relógio, eram quatro horas. Eu precisava fazer isso!

Vou até a sala e encontro Audrey e Sally já arrumadas. Elas são tão inteligentes, mesmo sendo tão novas.
Audrey está com nove anos e Sally com sete.
Audrey é igual ao Jack mas Sally é morena como eu.

- Cade o papai? - pergunta Sally.

Fecho os olhos com força, depois me forço a abrí-los novamente.  Olho para a minha doce menina e respondo:

- Ele saiu meu amor, mas ele ama vocês - minha voz falha, então abraço forte as duas.

...

Coloco as duas no carro e dirijo até a casa de minhas irmãs. Tânia, Live e May vivem juntas até hoje.

...

Um tempo depois paro na frente de casa, tinha uma varanda cheia de plantas e uma rede onde costumava a me deitar quando criança. Esta casa que me trás inúmeras recordações. De mãos dadas com minhas filhas, uma de cada lado, entro na casa.
Não é surpresa nenhuma minhas irmãs estarem me esperando acordadas. Elas me olham, mas em menos de um segundo se aproximam e me abraçam forte.

- Você precisa ser forte Regina, tem duas filhas pra criar. - diz Tânia, minha irmã mais velha.

- Eu não vou conseguir, sem Jack! Não dá! - começo a chorar.

- Venham meus amores, devem está com sono, vão dormi no meu quarto - diz May para as minhas filhas, elas obedecem e vão para o quarto de mãos dadas.

Assim que elas saem eu caio no choro.

- Você sabia que ia acontecer, é a maldição da nossa família. - Diz Live.

- Não pensei que seria tão ruim. - respondo e elas tentam me consolar.

- Eu trouxe as meninas aqui, pra ficar com vocês. Eu previ o futuro delas, vão ser muito poderosas, mas terão que aprender lidar com a magia, e só vocês podem ensinar.

- Mas e você? - pergunta May.

- Sem o Jack eu não consigo viver.

-Não! Regina, você tem duas filhas elas precisam de você! - Live se altera.

- Sim, mas estou deixando-as em boas mãos!

Vou até o quarto e me despeço delas. Elas já estão dormindo.

- Eu amo vocês! Mamãe vai pra um lugar que vai dar pra ver vocês crescerem e se tornarem lindas moças, vou estar com o papai. Por favor não esqueçam, mamãe ama muito vocês! - beijo o rosto de cada uma, despeço-me de minhas irmãs e vou para o mesmo penhasco. Lá eu fico com o amor da minha vida.

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