Capítulo 28

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Chegamos no hospital 14:15hrs e Pietra já nos aguardava.

Pietra: Achei que não viriam - falou me olhando nos olhos.

Eu: Eu disse que vinha, e aqui estamos. - Entrelacei nossos braços e adentrei o hospital junto a ela.

Paulo: Alguns me explica o que a gente tá fazendo aqui?

Pietra: Não falou pra ele ainda??

Eu: Eu não, você que tem que falar. Vou lá marcar enquanto vocês conversam. - Peguei a bolsa dela e sai de lá antes que eles pudessem reclamar.

Paulo narrando......

Sofia estava fazendo o maior suspense desde o momento em que eu as vi conversando. Ela mal olhou na minha cara, só disse que precisamos vir ao hospital.

Eu: E então? - me virei para Pietra.

Pietra: Er... Então né... Tipo assim.

Eu: Fala logo Pietra - falei já impaciente.

Pietra: Eu tô grávida.

Eu: Como é?? - gritei chamando a atenção de algumas pessoas que passavam por alí - E o que eu tenho com isso??

Pietra: Tu é o pai né Paulo - disse como se fosse óbvio.

Eu: Tá doida fia - soltei uma risada - tá usando droga? Como eu vou sabe se é meu e você não está me enganando?

Sof: Se é lerdo em criatura, o que você acha que a gente tá fazendo no hospital. Comprando pão? - falou surgindo ao nosso lado - Vamos, eles vão fazer o exame de sangue.

Eu: Você acredita mesmo nela Sofia? - segurei seu braço a fazendo olhar pra mim.

Sof: Ela tá dizendo que tá grávida, vamos fazer um exame, Não custa nada. E aliás, não duvido nada que você tenha arranjado um filho.

Eu: Mas faz mó tempo que a gente nem se vê, e ela vem com essa de estar grávida.

Sof: E você esqueceu o dia que eu peguei vocês transando no meu sofá??? Usaram proteção?

Eu: Não sei, como que eu vou lembrar.

Sof: Então, tem a possibilidade. E vocês já saíram muitas vezes. Vai que né.

Pietra: Sofia.... - tentou falar mas foi interrompida pela mesma.

Sof: Cala boca tu, já discutimos isso. Se o filho for dele, ele vai assumir, abortar não é uma opção.

Pietra: O corpo é meu sabia??

Eu: E o filho pode ser meu, sabia?? - falei um pouco mais alto fazendo com que as duas me encararem - E se for, você não vai tirar ele daí. Vamos logo fazer isso.

Sof: Tá virando homem, tô orgulhosa - falou sarcástica e saiu arrastando a Pietra hospital a dentro.

Eles tiraram uma amostra de sangue minha e depois da Pietra. Enquanto elas acertavam tudo com a recepcionista me sentei em uma cadeira na recepção.

Tá porra tio, eu vou ser pai? Mano do céu, minha mãe vai me matar.
Pera, a Sofia vai me matar. Mas já não era pra ela ter feito isso? Tô bugado.

Após algum tempo, saímos do hospital direto para um café.

Eu: Então?????

Sof: O exame sai em uma semana. - falou encarando seu capuccino.

Pietra: Sof....

Sof: Não Pietra, não se preocupe - ela levantou e saiu caminhando para fora do café.

Pietra: Paulo, eu juro que não queria atrapalhar vocês. Eu vi vocês, estavam felizes. Me fez lembrar quando éramos mais novos, e você vivia por aí com um sorriso no rosto como se fosse a pessoa mais feliz do mundo.

Eu: Não se preocupa com isso. Se essa criança for minha, eu vou assumir. E isso não vai atrapalhar no meu relacionamento com a Sofia. - ela assentiu - E uma criança não é um fardo, pare de falar assim.

Me levantei da mesa e sai do café atrás da Sofia, a procurei por um tempo até encontrá-la sentada embaixo de uma árvore, com os braços ao redor da perna encarando o nada. Me aproximei dela e me sentei ao seu lado.

Eu: Sof.....

Sof: Promete que nada vai mudar? Que você não vai me deixar?? - ela me olhou e pude ver uma lágrima escorrendo de seus olhos.

Eu: Eu nunca vou te deixar Sofia, não mais. - envolvi ela em meus braços - Eu amo você pequena.

Sof: Também amo você Linho - ela se aconchegou em meu peito e chorou. Um choro baixinho, quase imperceptível. Senti suas lágrimas molharem minha camiseta e a apertei mais forte.

Eu: Não chora meu amor, vai ficar tudo bem.



Uma semana depois......

Sof: Vamos Paulo.

Eu: Tô indo Sof - falei descendo as escadas de casa - Tchau mãe.

Sof: Tchau tia.

Mãe: Tchau amores - gritou da cozinha.

Saímos de casa até meu carro e fomos em direção a casa da Pietra.

Eu: Tá bem Sofia?? - perguntei enquanto dirigia.

Sof: Não se preocupa - ela deslizou uma mão pela minha coxa - Eu tô bem.

Quando chegamos na casa da Pietra a encontramos sentada no jardim com um fone de ouvido cantarolando baixinho.

Sof: Cheguei - falou sentando ao lado dela, que deu um pulo com o susto.

Pietra: Quer me matar doida - colocou a mão no peito respirando fundo.

Sof: Claro que não neném - elas sorriram uma para outra.

Eu: Não entendo vocês, até mês passado queriam se matar, e agora tá aí.

Sof/Pietra: Cala boca - se olharam e riram de novo.

Eu: Tá tá, vamos logo com isso que eu tô nervoso. Você já abriu.

Pietra: Ainda não, não consegui. - ela olhou para baixo.

Sof: Posso abrir?? - perguntou entusiasmada, o que me fez encara-lá - Não me olha assim, é um bebê Paulo. E eu quero ser madrinha.

Pietra: Pode abrir Sof - falou sorrindo de lado e entrando o papel para ela.

A Sofia abriu o papel na maior delicadeza do mundo e o encarou por um longo tempo. Lágrimas escorreram por seu rosto e ela me olhou sorrindo.

Sof: Tu vai ser pai - falou levantando pra me abraçar. Senti uma onda enorme de felicidade e a apertei junto a mim.

Eu: Vou ter neném - falei baixinho. Sofia se afastou um pouco e sorriu.

Sof: Tu vai ser mãe Pi - pulou no colo dela - Vai ter um bebezinho.

O Melhor Amigo Do Meu IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora