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" Quando vier a primavera,
se eu já estiver morto,
as flores florirão da mesma maneira.
E as árvores não serão menos verdes que na primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma."
- Fernando Pessoa

Quando eu morrer, não quero velório
Não quero ser enterrada no mesmo lugar que os que foram antes de mim
Não sou digna de compartilhar do mesmo solo
Quando eu morrer quero ser colocada em um caixão e sair como cinzas

Joguem minhas cinzas para os ventos
Transfiram meus órgãos para outro, já não me serviram mais
Não chorem quando eu partir
Tudo o que eu fiz ficará marcado
Seja bom ou não

Quero que apenas se lembrem de mim
nos pequenos detalhes
Talvez quando uma rosa desabrochar
Ou quando a chuva o gramado molhar
Ou apenas quando contemplar o pôr do sol no horizonte

Não chorem minha partida
Não se culpem
Apenas aproveitem o agora
Eu não viverei para sempre
E isso..
É uma dádiva

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