Capítulo 01

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Nova York, ano 2019

Archie

Eu acordei me sentindo impotente. Levantei-me e minha cadeira de rodas, localizava-se recostada no criado mudo, inclinei meu quadril, puxando a cadeira para frente. E ergui meu corpo para trás, sentando-me, fiz minha higiene matinal.

E me locomovia nos corredores espreitos, sorte que o meu quarto. Fica no andar de baixo, assim facilita para que eu não precise encarar as escadas. No andar de cima, onde os meus tios e o meu primo Charles dormem.

Minha tia, descia as escadas adequadamente. Como se fosse uma rainha, ela olhou-me e balançou a cabeça, como se eu fosse da sua imaginação.

- Archie - ela começou - Reggie me contou, que você o expulsou do seu quarto. Por que?

Ah, era isso. Era só o que me faltava, Reggie foi chorar por leite derramado no colo da minha tia Olga. No fim das contas, ele é um mimadinho infantil que não é capaz de cuidar de si mesmo.

Ele foi no meu quarto, se gabar que ficara noivo. Não só me revelou que estava noivo, como também Reggie jogou na minha cara. Que eu jamais casaria, por ser inválido. Porque as mulheres preferem homens como ele, não aguentei suas grosserias.

E o expulsei do meu quarto. Reggie havia me insultado, eu não era obrigado a ouvi-lo me rebaixar.

- Reggie, me humilhou tia - fui sincero arrastando minha cadeira para a cozinha - Eu só me defendi. Ele me ofendeu, jogando na minha cara, que nenhuma mulher se interessaria por um cadeirante.

Minha tia permaneceu rígida, olhando para mim esboçando naturalidade. Como se o que eu tivesse revelado fosse irrelevante.

- Reggie contou-me que você o expulsou do seu quarto. Quem você pensa que é Archie - ela inquiriu friamente - Acha que pode tratar o meu filho do modo que lhe conver? Sabe o que te falta Archie, um bom senso. Reggie é muito mais homem do que você. Ele está certíssimo, você é um inválido, não tem nada a oferecer a nenhuma mulher. Sabe o que o máximo você pode oferecer à elas? Mandá-las sentar no seu colo, para atravessar a rua com elas - debochou - Não se esqueça, com quem você mora, e de quem você depende. Tenho pena da mulher, que for se apaixonar por você. Ela terá que arrastar sua cadeira, ao em vez de você pegá-la no colo. Reggie está noivando. Se ele vier me delatar sobre você Archie, terei que tomar providências.

E retirou-se. Eu nunca fui tão humilhado em toda minha vida, minha tia foi extremamente hostil comigo. Como se adorasse a minha invalidez. Reggie, está se vangloriando, pois noivou-se.

Eu nunca tive uma oportunidade, de ser feliz. Na época do colegial, as meninas me fitavam com pena, como se eu fosse um pobre coitado. Não sei por quê eu ainda emano esperança, de conhecer alguma garota. Que se atraisse e se apaixonasse por mim.

Girei a cadeira, locomovendo-me de volta para o meu quarto. Eu havia perdido a fome, depois da humilhação que minha tia fizera da minha pessoa.

Eu não quis comparecer, ao café da manhã. Não toleraria fitá-los, dividir a mesa ckm eles, como se realmente fôssemos uma família. Não éramos, minha tia nem sequer se prontificou a levar-me para sair.

Ela preferia sair com o marido, e o Reggie. Eu sou excluído, incitado a viver no martírio, mas saio de casa as vezes, o motorista Charles, geralmente me leva para onde eu escolho sair.

Decido que hoje, irei ao cinema. Espero que eles possuam uma rampa, dependendo da quantidade de pessoas que terá, ou se no cinema tem degraus. Terei que ser esperto, hoje mesmo eu iria ver uma cessão.

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- Onde pretende ir dessa vez Archie - perguntara Charles assim que arrasto a cadeira descendo na rampa que obtém na parte interna da casa - Você já sabe onde quer ir?

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