Nas ruas correm as crianças, minha vida,que um dia poderiam ter sido alçadas aocéu de um dia de primavera. Prima vividados dias em que não teria sido um mauhomem com boas intenções. A plenos pulmõesgrita a pirralhada translúcida que assombracada passo dado. São todos ativos foliõesda louca festa que é nosso poder de compra.Um sopro de crueldade toma-me o coração -ditador da perversão da vontade do bem -faz-me exaltar as iniquidades da criação,aos pés das armas que matar-me-ão o tremde possibilidades que um dia já tomei.Afogado no tóxico mar do mais puro fel -restolho dos disparates de um tolo rei -ponho-me a rogar pelas chaves do céu.