Capítulo único

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Ah, os finais de semana!

Jolyne agradecia imensamente pela ausência de provas e trabalhos do seu curso de biologia, pelo menos uma vez ao mês tinha a santa paz de sentar a bunda na cadeira do computador e jogar, por horas.

– Mas você demorou, em? – A voz feminina reclamou do outro lado, assustando a Kujo pela rapidez que a ligação do Skype havia sido atendida.

Seu coração palpitou levemente ao ouvir o timbre bonito que ela tem, se odiou pela covardia e a sensação de estar fazendo uma tremenda besteira.

Tudo começou quando entrou em uma dessas comunidades de game online para garotas, queria encontrar algumas amigas para jogar sem ter que lidar com caras pau no cu que não sabiam conversar sem xingar ou dar em cima.

Nessas, encontrou Hermes.

No início às conversas eram mínimas, se resumiam apenas em gostos em comum e as partidas. Logo, não demorou para evoluir para coisas de cunho pessoal.

Conviver em outras redes sociais era fato, a presença uma da outra e fez necessária no dia-a-dia.

– Fala crush. - Respondeu, em tom de brincadeira. Talvez com um toque de verdade.

– Fala sério, Jojo. Você só ilude meu coração.

– Teu cu, Hermes! - Revirou os olhos, já procurando o jogo na lista da steam. – O que a gente vai jogar hoje? – Desconversou, ainda que quisesse muito falar sobre seu interesse.

– Sei lá, pode ser Battlefield. – O tom dela foi de descontentamento, como se estivesse chateada com algo.

– Tá tudo bem?

– Está, só que você é foda às vezes. – Suspirou. – Olha, Jojo. Vou sair, te chamo depois.

E sem dizer nada, desligou a chamada.

Jolyne largou o fone de ouvido em cima da mesa, irritada. Não conseguia compreender o que estava acontecendo e muito menos, entendeu o comportamento.

Já fazia meses que sentia algo diferente por Hermes, o problema era o seu receio da distância atrapalhar a relação e, principalmente, terminar uma amizade que a fazia bem.

Queria saber como dizer a ela que gostava muito mais que uma amiga, que tudo que dizia, seus elogios e as indiretas não passavam de verdades escondidas por trás das brincadeiras que fazia.

Uma leve batida na porta de seu quarto a despertou dos seus pensamentos, viu de relance os cabelos vermelhos olhando pela pequena abertura e assentiu para que ele entrasse.

– O que a minha gamer preferida e eu iremos jogar hoje? – Kakyoin perguntou, entrando e fechando a porta atrás de si.

– Nada, papai. - Jolyne soltou um muxoxo descontente, fazendo o pai franzir o cenho e sentar-se na cama.

– Hm...quer colo? - Não precisou dizer duas vezes, a garota se deitou na cama e encostou a cabeça no ombro do pai. – Agora me diga, o que houve?

– O que você faz quando se apaixona por sua melhor amiga? – Não sabia se estava dizendo a ele ou para si mesma pela primeira vez.

– Você conta pra ela.

– Não é tão simples, papa. - Enrolou seu braço a o do seu pai. – Não sei se ela vai me retribuir.

– Hermes?

– Está tão na cara assim?

– Você já deixou de sair para falar com ela, então sim, está. - Jolyne respirou fundo, encostando ainda mais nos ombros do pai. – Ela é uma boa garota, deveria dizer como se sente.

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