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Nash on*

Amanda: Tchau Vale! (ela desligou o telefone e virou de novo para nós, em silêncio. Deu um imenso suspiro, e finalmente, falou) Ela está bem!

Demos um suspiro de alívio e relaxamos. O Cam tentou relaxar a Adry, que estava tensa por causa daquele dia longo, ela deitou no colo dele e eles ficaram lá, em silêncio. Eu, que estava morrendo de sono, fechei os olhos e repousei minha cabeça no braço do sofá. Nesse meio tempo, senti uma movimentação, mas não me importei muito. Acabei adormecendo.

Amanda On*

Quando eu vi que todos estavam já relaxados e dormindo, me levantei, já que não conseguia deixar de ficar tensa. Não sabia bem o porquê, a Vale estava bem, o Felipe já estava se recuperando, a Adry e o Cam estavam felizes, o Nash... Enfim, tudo estava normal! Pensei que deitando em algum lugar mais confortável que o chão, como na cama do quarto de hóspedes, relaxaria mais, mas não foi isso que aconteceu, fiquei só bolando, bolando de um lado para o outro sem nem conseguir pregar o olho uma só vez. Tentei ligar para minha mãe, mas não consegui, então me levantei e comecei a vasculhar a casa, a procura de alguma coisa pra fazer.

Amanda off*

Valerie on*

Acabei acordando completamente desorientada, me levantei com cuidado para não acordar o Fê, que ainda estava dormindo, e peguei meu celular sob a mesa para ver a hora. 2:38 AM.
Agora que eu acordei não vou me deitar né? Tava com uma fome que só Deus, então resolvi ir a cantina. Quando abri aquela porta me deparei com cenas que me recordavam memórias terríveis, enfermeiras e médicos correndo de um lado para o outro, pessoas chorando na sala de espera, macas levando sacos de ossos que costumavam ser pessoas, todas aquelas cenas me deram um frio na barriga, só de lembrar do que aconteceu aquela noite.

*Flashback on*

- Mamãe, o que aconteceu com o papai?

- Ele vai ficar bem filha, prometo. Pare de chorar ok?

- Vou tentar

- Se você não parar de chorar, eles vão começar a fazer perguntas e você pode não ver a mamãe por muito tempo. É isso o que você quer?

- Não mamãe

- Então pare de chorar, já chegamos

(Mamãe tirou o papai desacordado e com um corte na cabeça muito, muito grande do banco de trás e começou a gritar por ajuda. O corte na cabeça de papai não estava só grande, como também tinha um enorme pedaço de vidro dentro. Eu estava muito assustada, mas não falei nada)

*Flashback off*

Felipe: Vale? (Fui acordada pela voz de Felipe, só ai que eu percebi que eu estava parada na porta) tá tudo bem? Aonde você vai?

- Tá sim! Só vou na lanchonete buscar alguma coisa pra comer, já volto!

Fechei a porta e andei em direção a cantina, tentando ignorar o que acontecia ao meu redor. Avistei um balcão onde estavam distribuídos vários garfos, facas e bandeijas, peguei um de cada ítem e me servi e umas gororobas que tinham lá, depois sentei em uma mesa e fiquei lá, observando a minha companhia: Mesas e cadeiras, solitárias. Não tinha nem como me concentrar na minha comida, seja lá o que aquilo fosse. Nem uma movimentação podia ser notada, até que eu ouvi o ringido da cadeira ao meu lado sendo arrastada e um corpo sentando ao meu lado.

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