°•|Capítulo 50|•°

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Luana Narrando

Acordei sem vontade alguma, me vi naquela cama, sem roupa, eu estava passando por tudo novamente, e o pior de tudo, e que eu não merecia.

Um garoto mais novo apareceu no quarto em que eu estava, eu me encolhi na cama, com medo.

–Não precisa ter medo princesa.– Ele falou e tentou me tocar.

–Não encosta em mim.– Falei olhando para ele com o nojo.

–Aque a princesa não entendeu quem manda aqui, Ricardo e Pedro, venham aqui.– Ele chamou dois caras e logo entraram no quarto, eram altos e fortes. O que me deixou com mais medo.– Mandem dois homens no quarto ao lado amarrarem a garota que tem ali, e liguem a televisão, deixem ela ver tudo o que vai acontecer com a amiga dela.

– Não encostem nela, deixem ela fora disso.– Falei brava.

–Acho que você não entendeu que quem manda aqui sou eu né.– Ele falou e deu um tapa na minha cara, fazendo um barulho alto, e com o impulso cai na cama.

Ele tirou sua calça, e eu ia sabia o que iria acontecer, comecei a me envolver, aquilo tudo novamente não. E em vão, ele começou a me bater, quanto mais eu tentava resistir, pior ficava, ele ficou em cima de mim, prendendo meu corpo, e tudo começou novemente, uma dor que não era minha, eu estava sentindo, uma dor que eu não merecia estar passando novamente, por alguém que poderia estar preocupada comigo, mas não está aqui passando o mesmo que eu, eu estou sofrendo por algo que não é meu, eu não merecia.

Suas estocadas eram violentas, minha intimidade doía cada vez mais, lágrimas saiam cada vez mais, e minhas forças já estavam acabando. Então ele se liberou dentro de mim, se satisfazendo, e eu só chorava, a única coisa que eu podia fazer, ouvi os gritos da Vitória no outro quarto, e o medo apareceu, medo do que poderiam estar fazendo com ela.

–Eu acho bom que você tenha entendido que quem manda sou eu. Ricardo e Pedro, a vez de vocês, não tenham pena, depois vamos largar ela já. Se necessário batam nela, não quero vê-la gritar.

Então os dois vieram para cima de mim, ao mesmo tempo, como se eu fosse um prêmio, se um já me causava uma dor gigante, dois seria pior, e foi exatamente o que aconteceu, os dois de uma vez só, eu não aguentava mais, meus braços estavam roxos, meu pescoço estava marcado porque eles estavam apertando forte demais, acabei perdendo as forças novamente, e apaguei, sem ver o resto.

•|Algumas horas depois.|•

Acordo em um lugar totalmente vazio, sem nenhuma casa por perto, olhem para os lados e não havia nada, eu estava sem nada, eu estava completamente nua, como quando eu nasci, eu não aguentava mais, estava sem forças, mas não podia desistir, eu precisava fazer algo, conseguir achar o Zabdiel o mais rápido possível. Eu precisava de alguém.

Caminhei por dez quilômetros, não eram dez passos, nem dez ruas, eram dez quilômetros, no frio, começou a chover, e eu já não aguentava mais, até que vi uma pequena casa no meio de uma fazenda, não muito grande, tentei chegar até lá, e quando o homem me viu, veio me ajudar.

–O que aconteceu? Você está bem?

–Por favor, não me machuca, apenas me ajude.– Falei sem forças.

–Entre, vou preparar um banho quente para você, e pegar roupas também, tome aqui minha camisa.

–Não me pergunte nada, só me ajude, eu não aguento mais.– Supliquei ao homem, e ele apenas concordou com um breve aceno.

O homem me ajudou, tomei banho, e coloquei uma roupa quente, ele apareceu no quarto com um prato de sopa, mas eu não conseguia comer.

–Eu posso te ajudar em algo? Qualquer coisa que eu poça fazer.

–Onde estamos?– Perguntei.

–Em um local isolado do México, como veio parar aqui? Você está toda machucada.

–Você tem um telefone? Apenas isso que eu preciso.– Tentei não falar muito.

–Tenho, vou pegar para você.

Então o homem foi buscar o celular e eu pensei em tudo que aconteceu, eu consegui me salvar, mas minha amiga não, eu estava preocupada, estávamos passando uma dor que não era nossa. O homem me entregou o celular, e eu liguei para o Zabdiel.

•|Ligação On|•

–Alô, quem é?– A voz que me fazia ficar calma toda vez que eu escutava, mas dessa vez foi diferente.

–Zabdiel, sou eu...– Não consegui falar, comecei a chorar novamente.

–Luana meu amor, onde você está? Como você está? O que aconteceu? Me fala por favor, eu vou buscar você agora, não importa aonde.

–Eles me largaram em um lugar isolado no México, um homem me ajudou e me emprestou o celular, por favor, vem me buscar, eu preciso de você.– Falei chorando, comecei a soluçar.

–Espera aí Luana, eu já estou indo, me passe o endereço, se acalme, eu já estão chegando.– Ele falou desesperado, e encerrou a ligação.

•|Ligação Off|•

Muito obrigado pela ajuda, não irei incomodá-lo mais, meu amigo já está vindo, se importa se eu dormir até ele chegar? Estou muito cansada, meu corpo dói, minha mente dói, tudo dói.

–Descanse, assim que ele chegar, digo onde você está.

Acabei adormecendo logo, minha mente se desligou, e por uns minutos, meu sofrimento passou, tudo passou.

–Luana meu amor, acorda, por favor.– Ouvi a voz que me fez despertar rápido.– O que fizeram com você meu amor? Olha seu corpo, vamos ao médico, eu vou te levar para o hospital, por favor, me desculpe por ter ido, me desculpe.– Ele começou a chorar em meu colo e eu também. Ele não tinha culpa.

Sai da casa do homem, e vi a Brenda, o Joel, e o Richard com a cara inchada, de tanto chorar.

–Luana me desculpe, eu não queria que isso acontecesse com vocês, me desculp por favor.– Brenda falou e eu apenas disse.

–Zabdiel, me leva daqui. Por favor.– Falei abraçando ele, e chorei de novo em sei peito.

–Espera Luana, você não sabe onde estavam, onde está a Vitória? Como ela está? ME DIZ POR FAVOR.– Richard gritou e eu me assustei, lembrei daqueles homens fortes, e tudo que fizeram comigo.

–Eu não sei onde ela está...– Fui interrompida.

–COMO VOCÊ NÃO SABE? VOCÊ ESTAVA COM ELA!– E ele gritou novamente.

–Richard, fica quieto, você não grita com ela, eu não sei onde a Vitória está e muito menos ela, ela está toda machucada por algo que não tinha culpa, então tenha calma, e você vai achar sua mulher, mas não grite com a Luana, ela não tem culpa.– Zabdiel falou e me levou para o carro.

Continua...

The Secret RecollectionOnde histórias criam vida. Descubra agora