❛BLOOD COUNTESS❜ ─ only.

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Notas: A condessa sangrenta realmente existiu, mas o tipo de tortura que ela cometeu, não poderia nem ser narrado. Portanto, tentei deixar o mais "leve" possível, porém, ainda assim, apresentará conteúdo pesado, então se você é sensível, recomendo que não leia.

Boa leitura.

[...]

Os dedos gelados de Lisa empurraram a porta de madeira escura com cautela. Era dezembro, havia enfrentado um frio intenso até chegar na casa da madame Kim. Filha de camponeses, sua família, assim como todas as outras, eram propriedades dos nobres. Por isso, foi obrigada a trabalhar na casa de Kim, que já fôra acusada de torturar e matar as pessoas que ali frequentavam, mas ninguém poderia afirmar isso com facúndia. Percorreu o corredor prolixo em direção à cozinha, estava procurando as outra garotas, que por também serem demasiado pobres, acabaram parando na mão de Jennie.

Ao chegar lá, notou que nenhuma garota havia chegado, o que achou estranho, só Lisa costumava se atrasar, por morar mais longe da mansão. A cozinha estava uma completa balbúrdia e ela tratou de pôr tudo no seu devido lugar, para não receber uma punição da madame Kim. Mesmo tendo todos os rumores sobre o porquê de todas as garotas que trabalhavam ali, misteriosamente, sumiam, Lalisa não tinha o menor medo. Sempre tentava achar o lado bom das pessoas e não foi diferente com Jennie, que a todo momento carregava uma expressão assustadora no rosto, e isso instigava a ruiva a tentar descobrir mais sobre ela.

"Talvez ela se sentisse sozinha. Oras, seu marido morreu em uma guerra, era provável que ela apenas sentisse falta dele. Certo?" O som cacófato da porta se abrindo, tirou a garota dos seus pensamentos, já estava ciente que era ela, prendeu seus lábios entre os dentes tentando controlar-se, maldito cacoete. Jennie andava lentamente em cima dos seus salto caríssimos, e o barulho que eles faziam ao se chocar contra o chão de madeira estava ficando cada vez mais alto, indicando que ela estava indo em direção a cozinha. Os passos se cessaram mas logo a voz quebrou o silêncio novamente.

— Lalisa. — chamou firme.

— Sim? — a garota virou-se para ela, notando que seu vestido longo estava sujo de algum líquido vermelho, supôs que era tinta, já que a mulher costumava pintar quadros. Pelo menos era isso que lhe foi dito desde que chegou ali.

— Preciso que você limpe meu quarto. — ela cruzou os braços e virou de costas.

Lisa pegou os produtos de limpeza necessários e seguiu Ruby até o seu quarto, mas foi surpreendida. O cômodo estava repleto de sangue, o cheiro era horrível, além de carregar uma atmosfera mórbida e sufocante. A risada assustadora de Kim a deixou mais atordoada, ela andou em direção a Lalisa e sua mão abrupta tocou o braço tênue dela, fazendo ela se arrepiar por completo. A ruiva suspirou pesado, não conseguia ter nenhuma reação, Jennie aproveitou-se do êxtase contínuo dela para empurrá-la no colchão sujo, consequentemente, Manoban bateu a sua cabeça na parede por causa da brutalidade de Kim.

— Quietinha, tá bom, querida? — ela sorriu sem mostrar os dentes.

Lalisa balançou a cabeça em confirmação, enquanto seus olhos escuros acompanhavam todos os movimentos da mulher. Ela voltou com um objeto ablativo na mão, a garota não conseguiu identificar ao certo o que era, por sua visão estar completamente turva. O quarto era apenas iluminado por algumas tochas, e isso impossibilitava a ruiva de ver algumas coisas, já que tinha uma parte do cômodo que era engolida pela escuridão. Mas tinha total visão do banheiro; as paredes estava cobertas de sangue, em conjunto com a banheira, que tinha uma grande quantidade de sangue acumulada. Parecia que alguém iria tomar banho ali.

Mas era exatamente isso que iria acontecer.

Kim passou o faca afiada pelos pulsos da garota fazendo um corte de cinco centímetros surgir, Lisa fechou os olhos tentando reprimir o grito em sua garganta. Os seus pulsos ardiam, nunca havia sentido uma dor assim, era indescritível; mas aquilo era só o começo. A mulher riu sádica ao ver o seu sofrimento.

— Sabe, eu ando envelhecendo. — ela dizia enquanto passava a faca pelo seu vestido, com a intenção de limpar o sangue. — Li em algum lugar que sangue de garotas virgens deixa a pessoa com aparência mais jovem... — semicerrou os olhos antes de continuar. — E de fato, deixa. — riu alto ao ver os olhos arregalados da mais nova.

Não podia negar que Jennie carregava uma beleza sobrenatural, mesmo na casa dos quarenta, ainda aparentava ter vinte e Lisa sempre se questionou sobre o que a mulher usava para parecer tão nova. Ela passou as suas unhas longas pelo seu rosto pálido parando em seus lábios cor de carmesim, Lalisa engoliu o seco. Pegou um caco de vidro que estava no chão e o enfiou sem dó no abdômen da garota, que deixou um grito agudo escapar.

— Eu mandei você calar a boca! — ela gritou irritada.

Tirou o caco de vidro e acertou em cheio o seu pescoço, fazendo o pequeno pedaço de vidro atravessar a alga cervical de Manoban. Seus gritos cessaram. Jennie saiu de cima dela quando o sangue começou a espirrar no seu rosto, e foi até o banheiro. Se despiu e entrou na banheira, enquanto um sorriso se formava no seu rosto, desfrutando-se do líquido quente cobrir todo o seu corpo.

Em toda a sua magnitude, Lisa a viu mergulhar no vermelho borgonha fumegante à luz tremelique das tochas amareladas. Seus olhos se sobreporam nela, opacos. E agora, já não doía mais.

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