Sober • Capítulo Único.

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Pensei que fugir de casa e fazer tudo o que eu sempre quis fazer iria resolver todos os meus problemas, como num puto estalo de mágica; mas eles não deixam eu acreditar nisto. É tão irritante o fato de eles encherem sempre os meus ouvidos com besteiras, tentando me fazer acreditar que já sou um adulto.

Pareço um adulto por fora, mas sou na verdade só uma criança alta.

Eu não quero me tornar adulto. Não era a minha mãe e meu pai que sempre me diziam que eu era inteligente e poderia ser o que quisesse?

Quando eu joguei a pedra na sua Cruz, senhor?

Eu bebo para conseguir dormir bem, sem ter que pensar nos sonhos inalcançáveis.

Mas, quando eu acordo, estou no inferno, e não posso ir mais longe que isto; está é a minha última parada.

Ei, táxi, táxi... me leve daqui. Este lugar é muito difícil para mim e os olhos das pessoas são cortantes e julgadores. Preciso respirar.

Bebo o último sagrado gole amargo; eu não posso dormir para sempre sem você. Minhas lágrimas já não caem mais. A última coisa que sou capaz de ver, é pela janela francesa do meu apartamento, as luzes acesas do prédios acordados são um bom cenário. Eu finalmente estou livre. Irei envelhecer como um morto.

Desculpe mamãe, eu não posso ser o seu adulto.

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• Música inspiracional: Sober - BigBang.

Beijo na boca e até os meus próximos contos.



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