Mechanical Animals

Fundamentally Loathsome

Ao ver a terra, aquela bola enorme azul e verde, Ômega diz

— Será que existe vida inteligente lá? Será que existe civilização, como eles são? — Ômega estava empolgado em conhecer tudo aquilo, Lachlan responde ômega com um tom cansado, o feto já estava sugando muita energia dela

— Lembre-se do porque estamos aqui, a essa altura todo nosso povo já deve estar morto, já que poucas foram embora  — Lachlan respondeu enquanto desviava seu olhar do planeta desconhecido na qual eles se aproximavam

— Mas Lachlan, estamos juntos, não temos porque temer, você está grávida da nossa filha, vai tudo dar certo —  disse ômega olhando pra sua filha ainda no ventre de sua mãe

— não..... nada nos liga a não ser essa criança, não pense que eu faço isso porque gosto de você, ou disso que está dentro de mim —disse ela enquanto passava a mão em sua barriga cheia de cicatrizes. "Não era pra ser assim", pensou a jovem, e seus pensamentos a levaram ao seu primeiro amor.

— Eu te amo... — Disse a garota, com lágrimas nos olhos, sentindo seu coração bater mais forte com a confissão. — Mas eu sei que você não sente o mesmo.
   Lachlan estava apaixonada por Rohtzor, porém ele não a amava e só tinha interesse em sua beleza, não demorou até ele cortejar Lachlan, e a garota se via perdidamente apaixonada por ele, e após uns meses de relacionamento, Rohtzor não aguentava mais olhar pra Lachlan e não poder toca-lá. Em uma noite, cansado de esperar, Rohtzor a estupra.
— Não ! Por favor Rohtzor , eu não quero, eu te amo ! — a garota gritava enquanto Rohtzor a segurava
— Cala a boca, quem você acha que é pra me negar, você tem que agradecer, ser fudida por mim — disse Rohtzor sorrindo, enquanto aproveitava a vista da garota se debatendo e chorando.
      depois de ser estuprada,  Lachlan fica grávida, e com o desaparecimento de Rohtzor, a jovem não sabia o que fazer, mas todo o amor que ela tinha por Rohtzor, se transformou em ódio e ela não queria ter aquela criança, então, Lachlan aborta sua filha com as próprias mãos, com facadas em sua barriga. Por sorte a jovem não morreu, seu pai a encontrou perto da morte, toda ensanguentada, mas ele conseguiu salva-lá, e depois disso Lachlan nunca mais fora a mesma, as marcas em sua barriga sempre a lembravam.
    E quando a garota voltou a si, lá estava ômega a encarando com um semblante cabisbaixo, a garota nunca tinha contado pra ômega o que lhe aconteceu, e nunca iria, ela odiava ter que passar por isso de novo, mesmo que fosse a única solução pro seu povo, ela odiava, e a medida que os dias se passavam Lachlan se sentia ainda mais confusa e perdida, ela olha pra novamente pra terra, e sussurra

— neste caminho para o inferno, a vida está morta e..... e eu espero me juntar a eles também — e ela sente cada palavra cortar sua garganta, e ela esperava que a verdade não doesse tanto, porém o que mais ela poderia fazer além de desejar a morte, além de querer descansar, a vida só tinha fudido ela, ela não tinha motivos pra lutar, e essa era a pior parte pra ômega, que era obrigado a sofrer e se sentir insuficiente pra garota na qual ele amava, e naquele momento entrando na atmosfera da terra, Ômega se levanta de seu lugar e vai para o lado de Lachlan tentando fazer a pobre garota não se sentir sozinha, era inútil, a garota recuava a cada passo de Ômega, e isso machucava tanto Ômega que ele nem conseguiria descrever, porém Ômega sente que nada de bom pode vir de uma relação dessa, ele levanta e sai andando direção ao outro lado da nave

— Atiro em mim mesmo para amar você, se eu me amasse eu estaria atirando em você — ele ouve a voz em sua cabeça lhe dizer isso, enquanto sua mente lhe mostrava as feições da bela mulher que o acompanhava, ele já não sabia o que sentir, como sentir, e se valeria a pena.

Lachlan se levanta de sua poltrona e vai em direção a seu quarto, pois em seu quarto teria os equipamentos que lhe permitiriam saber como andava sua gestação, ela entra em seu quarto e pega um raio-x, que estava em um compartimento da parede, ao escanear sua barriga, e ouvir o coração da criança batendo e ao ver a forma daquela menina, tão pequena e indefesa,  Lachlan não aguenta e joga o aparelho em sua parede, em lágrimas a garota se joga no chão;

— Quando eu odeio, eu sei que posso sentir, mas ? não é real !! Não! — a garota dizia a si mesmo, questionando-se. Lachlan se encontrava em uma luta muito difícil, a garota não sabe se conseguiria encarar isso novamente, seu passado a incomodava e ela se odiava pelo o acontecido, ela se sentia vazia, e o silêncio a torturava, mediante as lágrimas ela se levanta, limpa seu rosto e vai em direção a ponte de comando.
    A garota, friamente adentra a ponte, e percebe Ômega lá estudando o planeta estranho na qual eles se aproximavam, ela o vê checando os níveis de oxigênio, vendo a atmosfera, e a garota curiosa não se segura e pergunta;

— é possível sobreviver? Respirar ? — perguntou enquanto checava os níveis de calor do planeta, a garota sempre gostou de voar, as alturas sempre lhe conquistaram, desde nova....

— Sim, e os níveis de oxigênio são saudáveis, conseguiremos respirar e sair sem proteção, e os níveis de calor?são instáveis ?  — ele pergunta após ver que a garota também procurava saber

— instáveis não são, variam bastante, depende do local, porém a humidade desse ar é estranha, ele se transforma em água, — a garota estava surpresa e não acreditava em suas palavras

— em... água?  — ele diz com um tom muito surpreso, e ainda nesse estado ele diz ;
—  se você leu isso, no octamestro, você deve estar certa, espero que isso não nos mate, levaremos nossos tanques de ar, caso necessário, usaremos — ele diz enquanto arruma os controles

— faremos isso — ela diz enquanto ajustava e checava novamente os controles da ponte de comando.