SEIS

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The Selection

A Seleção 

Foi a um certo custo que Harry se desvencilhou da turba de alunos e pôs os pés na estação. As vestes da escola, um centímetro maiores que seus calcanhares, quase o fizeram tropeçar, mas ele se apoiou no ombro de Neville.

— Tudo bem, Harry? — disse o garoto. Harry acenou, para dizer que sim, estava, e virou a cabeça para cima, para procurar a voz que berrava:

— Alunos do primeiro ano! Alunos do primeiro ano, por aqui, por favor! — Harry se surpreendeu quando viu um homem tão alto quanto uma casa pequena, com uma imensa barba negra e olhinhos de contas escondidos atrás dos pelos.

— Aquele ali é o Hagrid. Papai me falou dele, é o guarda-caças de Hogwarts — comentou Violet, saltando atrás deles.

— Eu não achava que ele fosse ser tão grande... — Neville murmurou.

Grande era um eufemismo, pensou Harry. Aquele homem era parente de um gigantes dos livros de História da Magia que ele leu durante as férias, sem dúvidas.

— Alunos do primeiro ano, por aqui!

O trio se movimentou, acompanhando o fluxo de alunos, todos mais ou menos da mesma altura, que era guiado pelo homem gigante, Hagrid, por uma estrada mínuscula, íngreme e tortuosa, que fez mais de um deles tropeçar ao longo do caminho.

— Estamos perto de Hogwarts, vocês já podem ver ela daqui, vejam... — Hagrid lançou uma risadinha por cima do ombro, ao ver como a maior parte deles tinha os queixos caídos.

— Ohhhh!

O caminho estreito se abrira de repente até a margem de um grande lago escuro.
Encarrapitado no alto de um penhasco na margem oposta, as janelas cintilando no céu estrelado, havia um imenso castelo com muitas torres e torrinhas.

— Só quatro em cada barco! — gritou Hagrid, apontando para uma flotilha de barquinhos
parados na água junto à margem. Harry

fou seguido até o barco por Neville e Violet. No último minuto, uma garota de cabelos cacheados caiu num dos bancos de madeira; se Harry pudesse ver seu rosto através da escuridão, ela lhe pareceria nervosa e assustada.

A frota de barquinhos, cada um contendo uma lanterna pendurada na frente, deslizou pelas águas escuras. Harry ouviu alguém gritar e, quando virou a cabeça, alguns garotos estavam apontando para dentro da água.

— Eu acho que tem alguma coisa ali... — Uma menina no barco ao lado sussurrou.

— É a Lula Gigante! Meu irmão falou... — Alguém começou a berrar, mas a voz de Hagrid sobressaiu-se a dos alunos.

– Abaixem as cabeças! – berrou Hagrid quando os primeiros barcos chegaram ao penhasco; todos abaixaram as cabeças e os barquinhos atravessaram uma cortina de hera que ocultava
uma larga abertura na face do penhasco. Foram impelidos por um túnel escuro, que parecia levá-los para debaixo do castelo, até uma espécie de cais subterrâneo, onde desembarcaram subindo e pisando em pedras e seixos.
Então eles subiram por uma passagem aberta na rocha, acompanhando a lanterna de Hagrid,
e desembocaram finalmente em um gramado fofo e úmido à sombra do castelo.
Galgaram uma escada de pedra e se aglomeraram em torno da enorme porta de carvalho.
– Estão todos aqui?
Hagrid ergueu um punho gigantesco e bateu três vezes na porta do castelo.

A porta abriu-se de chofre. E apareceu um bruxo alto, de cabelos negros oleosos cujo rosto Harry não achava que iria esquecer tão facilmente.
– Alunos do primeiro ano, Prof. Severus Snape – informou Hagrid.
– Obrigada, Hagrid. Eu cuido deles daqui em diante.
Ele escancarou a porta. O saguão era tão grande que teria cabido o St. John Hughes inteiro dentro. As paredes de pedra estavam iluminadas com archotes flamejantes, o teto era alto demais para se ver, e uma imponente escada de mármore em frente levava aos andares superiores.
Eles acompanharam o professor Snape pelo piso de lajotas de pedra. Harry ouviu o
murmúrio de centenas de vozes que vinham de uma porta à direita – o restante da escola já
devia estar reunido. Mas o professor Snape levou os alunos da primeira série a uma sala vazia ao lado do saguão. Eles se agruparam lá dentro, um pouco mais apertados do que o normal, olhando, nervosos, para os lados.
– Bem-vindos a Hogwarts – disse o professor Snape – O banquete de abertura do ano letivo
vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados por casas. A Seleção é uma cerimônia muito importante porque, enquanto estiverem aqui, sua casa será uma espécie de família em Hogwarts. Vocês assistirão a aulas com o restante dos alunos de sua casa, dormirão no dormitório da casa e passarão o tempo livre na sala comunal.
"As quatro casas chamam-se Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina. Cada casa tem
sua história honrosa e cada uma produziu bruxas e bruxos extraordinários. Enquanto estiverem em Hogwarts os seus acertos renderão pontos para sua casa, enquanto os erros a farão perder.
No fim do ano, a casa com o maior número de pontos receberá a taça da casa, uma grande
honra. Espero que cada um de vocês seja motivo de orgulho para a casa à qual vier a
pertencer.
"A Cerimônia de Seleção vai se realizar dentro de alguns minutos na presença de toda a
escola. Sugiro que vocês se arrumem o melhor que puderem enquanto esperam."
Então ele ergueu os olhos negros para a capa de Neville, que estava abotoada embaixo da orelha esquerda, depois para os cabelos bagunçados de Harry.
– Voltarei quando estivermos prontos para receber vocês – disse o professor. – Por
favor, aguardem em silêncio.
E se retirou da sala. Harry engoliu em seco.
– Mas como é que eles selecionam a gente para as casas? – Harry perguntou a Neville.

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⏰ Última atualização: May 02, 2019 ⏰

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