Revival

Capítulo 1

-Flashback on

Pov Becky.

Hoje estou completando finalmente meus 12 anos. Queria sentir aquela animação e ansiedade que os jovens da minha idade sentem quando chega a data de seus aniversários. Mas por que eu sentiria?. Durante toda minha vida, desde que eu nasci, eu fui rejeitada pela minha mãe, assim como meus irmãos mais velhos. Meu pai até se importa e sei que nos ama, mas ele passa mais tempo fora de casa do que presente, no fundo eu sei que ele tenta ao máximo "fugir" da minha mãe. Eu tenho dois irmãos mais velhos, o Liam, de 14 anos e a Selena, de 15 anos. Meu irmão sempre cuidou de mim e me protegeu, sempre que meus pais brigavam -quase todos os dias-, era ele que estava ao meu lado trancado no quarto comigo tentando me distrair. Eu agradeço muito à ele, principalmente por sempre ter brincado comigo e as vezes pegado as coisas da mamãe para se "fantasiar" de mulher. Eu sei que ele gostava de brincar de boneca comigo, mesmo que negue na frente dos outros, mas não vejo problema algum nisso.
Minha irmã não é muito de demonstrar afeto, ela até tenta da forma dela, de qualquer forma eu sei que ela me ama e sempre tentou me proteger seja de quem fosse e agradeço por ela sempre me levar junto com ela quando sai com seus amigos.
Eu também tenho uma prima, a Jade, que considero como minha melhor amiga, somos inseparáveis e ela sempre esteve ao meu lado desde os meus primeiros dias de vida, mesmo que ela seja apenas um ano mais velha que eu.
Neste exato momento, eu estou sentada em frente à minha casa esperando a Jade chegar, ela me prometeu que passaria o meu aniversário comigo, como faz todos os anos. Normalmente nós duas ficamos o dia inteiro comendo besteira, jogando algum jogo ou assistindo televisão, mas dessa vez a Jade tem algo novo para fazermos e não quis contar de forma alguma oque seria.
Vejo ela se aproximando de onde eu estava e rapidamente me levanto com um largo sorriso no rosto, vendo a mesma fazer o mesmo, correndo em seguida em minha direção e me abraçando com certa força.
-Feliz aniversário Becca, muitas felicidades e blá blá blá, te desejo muito eu na sua vida. Ela diz em um tom brincalhão, logo após se afastar um pouco para me encarar sorrindo, fazendo eu rir com seu comentário.
- Obrigada Jay, de verdade, você é a única que faz meus aniversários não serem tristes. Mas me diz, o que vamos fazer hoje?. Pergunto olhando para ela com uma sombrancelha arqueada.
- Eu já te disse que não vou dizer até você ver, mas vamos ter que andar um pouco. Ela diz engachando seu braço no meu, começando a andar para o outro lado.
- Eu só aceito ir junto com você sem saber para onde, porque confio em você, mesmo que no fundo eu tenha um pouco de medo. Digo em um tom divertido, tendo um pouco de verdade no fundo. Por mais que eu ame a Jade, ela é um pouco maluca as vezes.
- Não é nada demais, eu só descobri um lugar novo que se tornou meu lugar favorito e queria te mostrar. Ela diz dando os ombros olhando para frente. Acabo assentindo com a cabeça, sabendo que provavelmente vou gostar.
Em poucos minutos, ela para em frente à um "parque", eu já tinha visto esse parque algumas vezes, mas nunca me chamou atenção.
- Eu sei que você provavelmente já deve ter visto, mas eu descobri um lugar aqui muito legal, vem. Ela me puxa para dentro do parque, andando em direção à umas árvores, ao qual caminhamos entre as mesmas até chegar em um lago, que me fez parar imediatamente. O lugar era lindo e eu observo tudo com um olhar encatada. Percebo a Jade prestando atenção na minha reação e pelo sorriso dela, sei que ela se sente aliviada.
- Uau, aqui é lindo, como não sabia da existência desse lugar?. Digo ainda encatada com um enorme sorriso no rosto e finalmente desvio meu olhar para a garota em minha frente.
- Eu descobri por acaso, mas quando vi, pensei logo em você. Aqui é calmo e faz a gente esquecer do mundo lá fora, como se não existisse nenhum problema e nenhuma tristeza. Ela diz em um tom profundo, enquanto observa a paisagem à sua frente e eu fico olhando para ela, sorrindo de orelha a orelha. Pego em sua mão e a puxo até a beira do lago, me sentando na grama e fazendo com que ela se sente ao meu lado.
- Obrigada, por sempre fazer meus dias melhores quando você está ao meu lado, eu não sei oque seria de mim sem você. Digo em um tom sincero, olhando fixamente para seus olhos, na mesma intensidade que seus olhos fixavam os meus.
- Acredite, eu também não seria nada se não tivesse você. Ela diz e logo em seguida sinto sua mão sobre a minha, fazendo eu sorrir com seu toque.
- Vamos prometer uma coisa?
- O que?
- Se caso não encontrarmos o amor de nossas vidas, a gente se casa. Digo entrelaçando meus dedos no dela, tendo certeza sobre oque eu dizia e pelo sorriso que se formou em seu rosto, sei que ela amou a ideia.
- Eu adorei e claro que eu prometo, mesmo já sabendo que nunca vou encontrar alguém como você. Sua confissão faz meu peito se aquecer e solto um suspiro sem conseguir desviar meu olhar do dela. Sinto uma sensação estranha percorrer o meu corpo e sem percebemos, nossos rostos estavam cada vez mais próximo um do outro, até que nossos lábios se unem em um demorado selinho.
Nunca havia beijado ninguém antes, mesmo que não tenha sido um "beijo de verdade", foi tão significante como.
Nossos rostos se afastam aos poucos e quando abro meus olhos, sei que estou corada e quando olho para seu rosto, vejo que ela também está. Solto uma leve risada sorrindo e sem dizer mais nenhuma palavra, encosto minha cabeça em seu ombro, sentindo ela encostar a dela sobre a minha, enquanto observamos a paisagem em nossa frente.

Dois dias depois

Mais um dia em que eu tenho que escutar a gritaria dos meus pais. Eles estão discutindo já faz 2 horas e por um milagre, não quebraram nenhum móvel da casa, pelo menos por enquanto. Bufo e decido sair do meu quarto. Após descer até a sala, vejo a Selena esparramada no sofá falando no telefone, ela nem percebe minha presença. Reviro os olhos e saio de casa, indo até a calçada e me sentando na mesma. Poucos minutos depois, percebo um carro parando em frente à casa que ficava de frente para minha. Franzo a testa e em seguida, um casal sai do carro, seguindo de uma menina que parecia ter a idade da minha irmã. Mas oquê realmente chama a minha atenção, é um menino que sai logo em seguida, ele parecia ter a idade do meu irmão e era bem alto. Tinha cabelos encaracolados louros e aparentemente, olhos azuis. Sem perceber, eu não conseguia desviar meu olhar dele e infelizmente, ele acaba percebendo e olhando em minha direção. Desvio meu olhar dele rapidamente, mas ele acaba caminhando até mim. Fico em pé preparada para entrar em casa quando escuto sua voz que me faz parar no mesmo instante.
- Olá, eu me chamo Daniel. Sua voz era um pouco grossa e percebo um sotaque forte, provavelmente ele é da Europa. Quando me viro, ele está com um sorriso gentil no rosto, que acaba me contagiando.
- Oi, eu me chamo Rebbeca, mas pode me chamar de Becky, a não ser que você acabe não gostando de mim, ai você pode me chamar de Rebbeca. Você tá se mundando para cá?
- Tudo bem, Becky. Ele ri assentindo com a cabeça em seguida. Minha família resolveu vir morar aqui na Califórnia, por conta de negócios e essas coisas, eu sou na verdade de Londres.
- Uau, é uma grande mudança, mas espero que consiga se adaptar, aqui é bem tranquilo na verdade e pode contar comigo pra qualquer coisa, mesmo que eu pareça uma pirralha. Digo rindo colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
- Obrigado, e não te achei uma pirralha, apesar do tamanho. Você é bem gentil, mesmo tendo tentado "fugir" de mim. Ele faz aspas com os dedos e eu não evito de corar um pouco, rindo em seguida.
- Desculpa, não quis fugir de você, eu só sou um pouco vergonhosa.
- Não precisa. Ele diz se aproximando de mim. Eu não mordo e sei que vamos nos tornar bons amigos.
- Eu espero que sim, tenho a mesma sensação. Digo com meu olhar fixado no dele, abrindo um sorriso ladino ao qual ele retribui.
- Bom, tenho que ir arrumar minhas coisas, a gente se vê por ai, Becky. Ele diz deixando um beijo em minha bochecha, antes de se afastar voltando para perto de seus pais e me deixando ali, com um sorriso bobo no rosto. Balanço minha cabeça, por estar parecendo uma idiota, eu mal conheço esse garoto. Mas no fundo, eu sinto que vamos ter uma forte amizade, pelo menos eu espero.
- Becky? Becky??? REBBECA. Escuto alguém gritar ao meu lado e rapidamente me viro, dando de cara com meu irmão.
- O que foi?
- O que foi? Você por acaso esqueceu das suas obrigações? Para de ficar tarando o novo vizinho e vem me ajudar a limpar a casa. Ele diz ou pelo menos tentar dizer em um tom autoritário, oque não me causa nenhum medo.
- Eu não estou tarando ninguém, não me confunda com você. Reviro os olhos caminhando para dentro de casa.