Engraçado como existem tantos jeitos de dizer "eu te amo", mas mesmo assim as pessoas fazem questão de esquecer todas elas.
Às vezes não precisa nem mesmo de palavras, e mesmo assim, ninguém sabe muito bem o que fazer.
Somin não sabia o que fazer quando encontrou Jiwoo na chuva na volta pra casa.
A garota segurava um guarda-chuva amarelo e de longe acompanhava a loirinha apressar os passos para casa enquanto a chuva caía em si. Estava abraçada ao próprio corpo, provavelmente porque fazia frio e havia esquecido o seu casaco em uma das mesinhas do refeitório.
A Jeon estava desesperada, não sabia como se aproximar da outra sem antes morrer de nervoso.
Mesmo assim correu com suas botas amarelas até a mais nova, tocou em seu ombro com a pontinha dos dedos e ofereceu seu guarda-chuva.
Somin nunca esqueceria aquele dia: quando andou abraçadinha pela chuva com Jiwoo.
A garota sempre reclamava de seu casaco de frio ser grande demais para o seu corpo pequeno, mas não naquela noite quando o casaco gigante cobriu ela e a maior enquanto voltavam para casa.
Mas quando Jiwoo entrou em casa e se despediu de Somin com um daqueles sorrisos tão bonitos, a morena se sentiu triste. Porque sabia que a outra continuaria ali com seu livro e ela em sua escrivaninha com os desenhos; sabia que não teria coragem de se aproximar novamente.
No entanto, naquela noite fria, ao voltar sozinha o resto do caminho para casa, Somin tropeçou em uma estranha caixinha deixada no chão. Era pequena demais para uma caixa de sapatos e grande demais para uma daquelas caixinhas onde as mulheres costumam colocar suas joias.
Como a chuva começou a ficar mais forte, apenas teve tempo de colocar o objeto debaixo do braço por entre o casaco e correr para casa.
Ao chegar no lugar, foi direto para o cômodo de costume, tirando o objeto prateado do casaco e depositando com cuidado sobre a cama. A caixa em si era pesada, continha pequenos galhos com algumas pétalas entalhados na prata, mas não parecia conter algo muito grande em si.
Claro que Somin, como a garota boazinha que era iria procurar o dono ou a dona daquele objeto no dia seguinte ou talvez até deixar um bilhetinho no lugar onde achou a caixa caso alguém se lembrasse de a ter deixado por ali e resolvesse voltar para buscar.
Mas sua curiosidade gritou mais alto e talvez não fizesse mal abrir a caixa só um pouquinho para espiar.
O que havia lá dentro, no entanto, não era nada esperado pela Jeon. Uma caixinha de fósforos e uma vela azul.
Na parte de cima da caixa, não havia nenhum nome, nada que se parecesse com uma marca industrial, apenas o desenho do que parecia ser uma fada segurando uma estrela. Era um desenho minúsculo, os detalhes pareciam vindos de algum quadro renascentista, lembrava uma criatura mitológica, seu olhar no fundo tinha algo de sombrio, parecia encarar Somin o tempo todo.
A vela era normal, parecida com aquelas que as crianças botam em seus bolos de aniversário. Notou que haviam cravadas na cera azul quatro letras que na diagonal formavam a palavra "Wish". Desejo.
Não havia mais nada na caixa.
Somin abriu a caixinha de fósforos, percebendo que havia um único palito ali. Estranhou ainda mais toda aquela situação quando seu nome apareceu no interior da caixinha.
Não estava entendendo mais nada, não podia ter só aquilo na caixa, não fazia sentido algum.
Pegou o objeto prateado e procurou com mais atenção. Nada.
Virou de ponta cabeça e lá estava, mais uma vez entalhadas em detalhes metálicos, uma única frase:
"Você ganhou um desejo!"
Abaixo seguiam pequenas instruções bem claras.
"Use o desejo com sabedoria"
"Você não pode pedir dinheiro, nem fama"
"Não pode desejar o amor de outra pessoa"
Mas afinal, tudo o que Somin mais desejava era a atenção de Jiwoo".
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wish┊sowoo. kard.
FanfictionTudo o que Somin mais desejava era a atenção de Jiwoo, mas a loira só queria saber daquele seu livro idiota. shortfic | sowoo copyright © 2018. All rights reserved to kyungseca.