Prólogo.

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31 de outubro de 2014, One57 penthouse, 157 W 57th St, New York.

Há 4 meses atrás eu estaria em qualquer lugar, menos onde me encontro agora. Numa sexta de outono  eu provavelmente estaria lendo algum livro da Alice Munro enquanto acariciava Olivia, já que Meredith se opõe a qualquer tipo de contato com sua humana, ou talvez no The Starving Artist Cafe & Gallery pronta para um pouco de Slam Poetry, e quem sabe, se estivesse me sentindo corajosa naquela noite, recitar um pouco da minha própria poesia, ainda poderia estar ouvindo alguma banda obscura que meu melhor amigo descobrira no Other Music, ou quem sabe testando uma nova receita de cookies. Há 4 meses atrás eu nunca, nem nos meus piores pesadelos, me encontraria fantasiada de gata (você já tentou encontrar uma fantasia que diga “sou-sexy-porém-não-comercializo-minha-vagina” 3 horas antes de decidir ir para uma festa? Deixe-me dizer: não é tão fácil quanto parece, e você sabe o ditado: quando não se tem cão se caça com gato… Vai, foi engraçado!) numa festa de halloween na cobertura de Ashton Irwin. Absolutamente tudo nesta sentença está errado. Eu não vou a festas, principalmente festas que são desculpas machistas nojentas para ver mulheres com pouca roupa, eu não me preocupo em ser sexy, eu não tento ser engraçada e acima de tudo: eu nunca iria em qualquer lugar em que houvesse a possibilidade latente de me bater com o babaca do Ashton. Há 4 meses atrás eu não me reconheceria hoje. Há 4 meses atrás Harry Styles não era ninguém na minha vida. E o pior de tudo? Se eu pudesse voltar esses quatro meses e mudar todas as minhas ações que me trouxeram para a penthouse do One57, para que hoje eu estivesse lendo minha autora favorita, ouvindo poesia de boa qualidade enquanto saboreava um Pumpkin Spice Latte de melhor qualidade ainda, ouvindo música com Ed ou ainda experimentando coisas novas na cozinha, eu não o faria. 

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