Thirty two

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POV Jimin

  Já faz um tempo desde a prisão dos Han's, não ouso chamá-los de pais, e desde então comecei a me sentir estranho. É uma espécie de vazio e culpa, como se a aparição deles e os machucados que Tia Sook ainda carrega tivessem sido feitos por mim. Eu sei que não, mas é um peso que me sufoca nesses últimos dias. Parece que uma onda de tristeza me cobriu,e está me afogando. Nada aconteceria com eles se não me tivessem por perto.

_ Jimin? Está me ouvindo? - Jungkook estalou os dedos em frente aos meus olhos me tirando do transe.

_ An? Oi.

_ Está tudo bem, Minnie? Você está tão distante esses dias...

_ Ah, está tudo bem. - Sorri forçado, o fazendo suspirar.

_ Pode contar comigo, Minnie, eu sei que não está bem. Se... Se você quiser conversar, sabe? Eu 'tô aqui. - Sorriu colocando a mão em meu ombro.

_ Não- o Jimin não pode.

_ Por que? - Arqueou a sombrancelha.

_O Jimin não quer que as pessoas se preocupem.

_ Por que?

_ Porque...Ah,o Jimin ele- Não sabe. Quanto "por quê" Hyung!

_ Desculpe...É que eu quero te ver bem, não gosto de te ver assim, tristinho. - Fez um biquinho.

_ Está tudo bem,Bobinho! - O empurrei levemente para o lado.

Não, não está.

_ O Jimin vai...Ele vai dormir um pouco, tá?

_ Quer companhia? 

_ Não! - Senti minhas bochechas corarem levemente. - Er... O Jimin quer um espação na cama dele para dormir. Desculpe.

_ Ah, sem problemas. - Sorriu mostrando suas covinhas.

Um anjo.

  Subi a escada tranquilamente e,assim que tranquei a porta de meu quarto, dei um longo suspiro.

_ Argh!  Park Jimin, por que- Por que ele é assim,uh? O Jimin só faz as coisas erradas desde que nasceu,que merda! Vai ver erros nunca acertam,né? O Jimin já nasceu todo errado,vai ver nascer tenha sido o primeiro erro dele e - Minha conversa comigo mesmo foi interrompida por um soluço tão alto que fez meu peito doer. - E seria melhor se ele não tivesse recebido ajuda,deveria ter ficado só mesmo,é isso que um monstro merece: Ficar sozinho até que morra! E da forma mais dolorosa possível.

   Me sentei no meio do quarto abraçado aos meus joelhos, olhando em volta e chegando a conclusão de que eu não deveria ter nem 1% disso, nem um pouquinho do tempo dos que moram comigo. Esses pensamento só fizeram aumentar minhas lágrimas, me fazendo soluçar meu peito doía muito,então deitei onde estava me encolhendo o máximo possível.

  Não sei exatamente por quanto tempo fiquei daquela forma, mas minha cabeça já latejava pelo choro contínuo. E,quando me dei conta voltando de meu transe, minhas unhas estavam cravadas no meu pulso esquerdo, fazendo um ardor familiar se instalar naquela região. Ao retirar minhas unhas do mesmo, ele estava muito avermelhado e um pouco de sangue exposto pelos leves cortes feitos pelas unhas.

   Fitei o machucado que me fez soltar um riso fraco.

_ O Jimin já estragou tudo, vai estragar ele também? Se bem que... Se isso realmente acontecer, ele não vai mais estar aqui!

   Então foda-se.

   Arremanguei minha blusa no braço esquerdo, enxuguei as grossas lágrimas que borravam minha visão, e cravei as unhas em meu braço arranhando com certa força toda a extensão dele, me fazendo gritar um pouco alto pela sensação quente e ardente.

É híbrido, mas é meuOnde histórias criam vida. Descubra agora