Watercolor - part 2

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As paredes da minha casa pareciam tão frias devido à neve e ao vento do lado de fora. Chamas vermelhas e laranjas enfeitavam os pedaços de madeira na lareira, enquanto as velas em toda a casa liberavam aromas de rosas e açúcar. Minha casa estava aconchegante, pronta para receber Finn.

Eu me apaixonei por Finn. Constantemente comprando meu café, ocasionalmente trazendo-me algumas flores e até mesmo vindo até a minha casa, porque "o café é tão bom". Ele com certeza era um péssimo mentiroso.

Eu gostei quando Finn vinha ao meu aconchego. Escolhíamos um filme e fazíamos o habitual funcionamento da rotina, bebendo café e eu – mais uma vez – desenhando ele. Ele parecia gostar da minha casa, era como se sentisse confortável. Às vezes, Finn aparecia de calça moletom e uma camiseta só para conversar como amigos sem nossos cafés regulares.

O sofá estava coberto com cobertores e travesseiros enquanto a televisão passava um filme bonitinho de Natal. Minhas tintas e o caderno de desenho estavam espalhados sobre a mesa, com uma nova página aberta com desenho de um cenário de floresta. Assim que fui preparar o lanche, a campainha tocou e corri para a porta.

Abri a porta e uma rajada de vento entrou na casa, dando-me arrepios. Eu usava pijamas e uma pantufa macia, que era perfeita para o frio. Finn estava em pé na varanda embrulhado em um casaco, chapéu e cachecol, e um buquê de rosas amarelas. Ele tinha o maior sorriso no rosto e um rubor vermelho nas bochechas e no nariz.

"Eu trouxe flores!" – Finn gritou animadamente. Sorri o mais brilhantemente de volta para ele. Estava congelando lá fora, então puxei-o para dentro e passei meus braços em volta do pescoço dele.

"Eu percebi." – Falei contra o peito dele. Quando me afastei, Finn me deu o buquê e começou a remover suas camadas superiores de roupa. Coloquei o buquê em um vaso de água, colocando-o ao lado do outro buquê que havia me dado. Ele sabia que eu amava flores frescas, então sempre trazia para mim.

Finn entrou na cozinha vestindo uma camiseta listrada e um jeans. Os cachos foram puxados para cima com um gorro vermelho, e ele vagava observando as coisas ao redor. Quando as flores foram colocadas em água limpa, fui até ele e puxei-o para a sala de estar.

"Eu vou fazer café e um lanche. Fique à vontade. Aqui está o controle remoto, enfim." – Falei, empurrando-o em direção ao sofá.

Narrador

Enquanto S/N preparava as canecas e tirava os pratos do armário, Finn estava mudando o filme. No meio do processo, ele notou que o caderno de desenhos dela estava aberto...e sem supervisão. Ele observou a página aberta, admirando todas as pinceladas e pequenos detalhes meticulosos. Os verdes das árvores de inverno eram verde-escuros, com belos traços de neve branca no topo.

Finn ficou admirado e começou a folhear cautelosamente as páginas, tomando cuidado para não manchar a pintura da página da floresta, que estava no meio da secagem. Ao folhear as páginas, notou várias dele. Uma que especialmente gostou era uma aquarela dele em um suéter amarelo brilhante. Ele estava sentado com uma caneca em mãos olhando para os papéis na mesa. Finn conhecia essa imagem. Ela havia tirado alguns meses antes, na cafeteria. Se lembra dela tentando tirar a foto disfarçadamente, mas o flash estava ligado, e claro, ele notou.

S/N

Quando entrei na sala com as canecas e comida, Finn rapidamente virou meu caderno de desenhos e sentou no sofá. Ele estava fingindo ler um pergaminho. Coloquei o café e os lanches na mesa e peguei meu caderno e tintas. Acho que a coisa toda de 'não deixar o Finn ver meu trabalho' foi arruinada. Bem, pelo menos os desenhos dele não estavam no topo. Movi o caderno para uma prateleira deixando-o secar.

Finn escolheu um filme chamado A incrível história de Adaline e jogou o controle na parte do sofá ao lado dele. Finn sabia que eu adorava esse filme, e sabia que eu tinha visto ele várias vezes. Quando estávamos bem confortáveis, peguei a caneca e sentei ao lado dele, roubado parte do cobertor para me cobrir.

O filme continuou passando enquanto falávamos sobre coisas diferentes. Foi quando Finn pegou meu caderno de esboços. Isso de novo...

"Sabe, eu realmente não entendo por que você não deixa eu ver sua arte. A pintura na mesa estava muito bonita!" – Finn falou como se estivesse tentando me convencer.

Eu sabia que ele gostava da minha arte e os anos de prática realmente melhoraram isso, mas eu também sabia que ele iria querer ver todas as pinturas se eu mostrasse uma. Isso era um problema. Muitas das pinturas eram dele. Não queria que ele pensasse que eu era louca para pintá-lo tanto. Não é como se eu tivesse uma obsessão, apenas admirava muito. Quem poderia realmente me culpar?

"Eu já te disse, Finnie. Um dia vou deixar você ver. Seja paciente." – Falei, simulando aborrecimento.

"Tudo bem. MAS EU VOU ver um dia, S/N. Prometo isso a você."

Resmunguei em okay e voltei a assistir ao filme.

Narrador

A caneca de S/N estava vazia e os olhos dela começavam a fechar. Finn pegou das mãos da garota e colocou em cima da mesa. Ela envolveu o corpo ao redor dele, e se aconchegou.

Finn admirava o quão adorável os cílios dela se espalhavam e criavam uma sombra nas bochechas. Os dois tinham crescido juntos em tão pouco tempo que ele começou a pensar que até mesmo as coisas mais simples sobre ela eram as características mais incríveis que ele já havia observado.

Ele nunca admitiria isso para ela ou qualquer outra pessoa, mas estava apaixonado por sua melhor amiga. A garota que roubou o café dele, a garota que desenha ele de maneira que nunca tinha visto antes.

finn wolfhard;Onde histórias criam vida. Descubra agora