O Contrato

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Então gente, primeiramente queria dizer que pensei MUITO antes de adaptar essa estória para Gafish. Nada nela tem relação com o BBB e é um universo completamente paralelo, mas fiz ela em 2015 relacionada á algumas coisas da minha vida e pensei que talvez vocês pudessem gostar desse mimo kkkkkkkkkkkkkk. Venho tentado escrever outras coisas, mas isso meio que se perdeu dentro de mim depois dessa época, tenho umas oneshorts no rascunho e se eu conseguir terminar alguma delas posto pra vocês. Por enquanto é isso pessoal,  divirtam-se! 

PS: É MUITO MELANCÓLICO. 


- Você fez?

- Fiz.

- Cadê?

- Eu não trouxe. – Olhei pra ela decepcionada. – Ah Gab, é igual ao seu. A gente fez no mesmo lugar. Até a corrente compramos no mesmo lugar.

- Mas eu queria ver. – Tirei a pequena corrente de ouro fina de um saquinho de veludo vermelho que segurava e levantei na altura dos nossos olhos. – Ficou tão lindo.

Carolina pegou o pingente de ouro bem pequeno em forma de coração tirando a corrente das minhas mãos e leu em voz alta o que eu já sabia que estava escrito atrás dele: "É seu".

- Será que nossos pais vão ficar chateados porque nós fizemos isso? – Eu perguntei receosa me referindo as alianças do meu avô e do dela que nós derretemos pra fazer dois pingentes idênticos em forma de coração. Eles eram amigos e prometeram deixar as alianças aos primogênitos, no caso, primogênitas, que por coincidência - ou não - éramos eu e Peixinho. Eu mal conheci meu avô, mas o avô de Carol me deu a aliança que o amigo lhe pediu para guardar no dia em que eu fiz 15 anos.

- Eles nem lembram mais... Além disso, meu avô disse que poderíamos fazer o que a gente quisesse com elas lembra? – Claro que eu lembrava. Como meu avô havia morrido quando eu tinha apenas 5 anos, o avô de Carolina era praticamente o meu também. Nós passávamos muito tempo juntos, aliás, nossas famílias passavam muito tempo juntas.

- Foi uma ótima ideia não? – Ela disse e eu concordei com a cabeça.

- Eles ficariam felizes com o que nós fizemos. – Falei guardando a corrente de volta no saquinho de veludo vermelho.

Assim como fazíamos sempre e quando eu digo sempre, é desde que eu me lembre, deitamos no teto da minha casa pra ver as estrelas. Costumávamos procurar todos os tipos de formas no céu estrelado e quase sem nuvens daquela cidadezinha do interior onde morávamos. Agora que tínhamos quinze e dezesseis anos tudo bem, mas se nossos pais descobrissem que com sete e oito anos nos arriscávamos naquele telhado, não sei o que seria de nós. Quando a gente deitava ali quase não falava nada, o tempo passava, mas é como se ele ficasse parado. Era tudo tão lento. E tão rápido.

- Você acha que um dia nós vamos dar isso pra alguém? – Perguntei quebrando o silêncio do momento.

- Oxe, é claro Gabriela? Ou você acha que eu fiz isso pra deixar guardado.

- Cê daria pra mim Peixinho? – Senti um nó na minha garganta reprimindo a minha última palavra que saiu abafada.

Carolina fez uma década de silêncio. Pelo menos foi o que pareceu. Depois virou pra mim com uma expressão confusa e eu também virei meu corpo pra ela deixando nossos rostos a centímetros um do outro.

- Como assim Gabizita? Você é minha amiga.

- É... que... – Não conseguia olha-la nos olhos. – Eu... – Nem conseguia terminar uma frase. Não sabia nem porque estava falando aquilo na verdade.

Gafish - oneshotWhere stories live. Discover now