Maya e Adam são supostos desconhecidos. Moram na mesma rua, frequentam a mesma escola e têm uma aula juntos mas nunca se falaram ou se mencionaram até aquele exato dia. Um encontro ao acaso poderia mudar isso?
Maya tem problemas com sigo mesma enqua...
"E parece que ontem foi há um ano Mas eu não quero deixar ninguém saber Porque todo mundo quer algo de mim agora E eu não quero decepcioná-los"
Billie Eilish.
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EU DEFINITIVAMENTE não gosto de festas. Não daquelas em que na maioria das vezes me sinto estranha e que me faz me sentir desconfortável. Não daquelas cheias de gente como a que minha mãe gosta e está dando nesse exato momento em nossa casa. Mas claro que completar dezessete anos é importante, assim como todas os outros aniversários sejam eles meus, dos meus pais, do meu irmão ou até mesmo do resto do planeta.
Mas a questão é que, eu realmente não gosto e nem me dou bem com ocasiões em que eu me sinta sem saber o que falar ou como agir. É como se eu fosse coagida a aquela situação. O que não é. Mas é como faz eu me sentir. E sei que não sou só eu que pensa isso. Porém minha mãe gosta e faz todos os anos algo especial para esse tipo de data, principalmente os aniversários. Na verdade quase sempre esse algo especial não é só algo especial, como se fosse algo pequeno, é algo grande, muito grande. Eu até gosto de algumas, geralmente não de todas. Entretanto meu irmão mais novo gosta e comemora toda vez que ganha uma festa de aniversário ou qualquer coisa que tenha balão envolvido. E ele adora presentes. O que é verdade, presentes são bons - não sendo todos perfume. É uma das únicas partes boas de uma festa de aniversário cheia de gente que mal te conhece e que faz questão de te abraçar só para dizer "feliz aniversário querida, ficando cada vez mais grande" e logo depois ele saem para começar a atacar a comida que sua mãe ou tia fizeram para a festa. Resumindo, nos gostamos dos presentes e eles gostam do que oferecemos em outra; comida de graça. Não julgo e acho que nunca julgaria, eu provavelmente passo a mesma impressão.
Isso se chama Hipocrisia Familiar. Eu acho.
Escuto a voz da minha mãe me chamando enquanto bate na porta, ela só bate quando vê que está trancada. E desta vez está.
ㅡ Maya, já está pronta? Por que sua porta está fechada? ㅡ pergunta num tom de estresse, provavelmente porque ainda não desci. ㅡ Seu pai já está chegando com sua avó e você precisa descer, não tenho como ficar de olho no Timothy e na comida ao mesmo tempo.
Eu já deveria ter descido. Até desci mais cedo pra ajudar na decoração e a preparação da comida, e subi para começar a me trocar, mas ainda não tinha terminado. E eu já teria descido se ela não tivesse escondido o vestido que eu tinha escolhido para usar. Sabia que ela não havia gostado, mas a escolha deveria ser minha. Levanto da cama em silêncio para ela não saber que eu estava deitada esse tempo todo e começo a caminhar para mais perto da porta.
ㅡ A senhora sabe onde que tá meu vestido? Aquele que eu lhe mostrei ontem e disse que usaria hoje. ㅡ pergunto para ver o que ela responderia. Eu inventaria uma doença ou uma dor de barriga repentina para não ter que descer para a festa mas aí ela saberia que era mentira.
