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A temperatura ambiental não incomodava mais Jimin, afinal seu corpo emitia o próprio calor. A sua mente dizia que era errado estar se masturbando ao ver um pornô gay, um pornô gay onde ele se imagina sendo passivo. Seu orgulho nega está fazendo isso, mas  ao mesmo tempo era incrívelmente boa a sensação. Os gemidos roucos dos dois homens pareciam bem mais verdadeiros do que das mulheres escandalosas dos pornôs normais, nem tocavam nelas e já estavam berrando, realmente uma bosta. E que pau subia com aquilo? Por Deus.
A sorte do garoto era que seus pais não estavam em casa, assim ele poderia gemer o quanto quisesse e nem teria a surpresa de alguém entrar no seu quarto para uma conversa, ele odiava quando sua mãe ou pai faziam isso só para checar se o filho não estava fazendo nada de errado. Quando faltava 20 segundos para o fim do pornô, ele gozou. Seu tesão e dignidade saltando para fora do corpo dele e toda sua heterossexualidade se escondendo em algum canto qual ele nunca mais irá achar.

Jimin se levantou e segurou uma toalha com força, indo até o banheiro e entrando no chuveiro, estava a alguns segundos ali mas eram como horas, existia uma batalha em seu interior entre achar que era gay e ter certeza que era hétero, a ficha ainda não tinha caído que sentiu tesão por dois homens e se imaginou dando para aquele garoto do vídeo. Quando finalmente a ficha caiu, ele gritou. Gritou como se não houvesse um amanhã.- O que eu estava pensando? Deus, eu tenho uma namorada.-

Sentado no fundo da sala, seus fones estavam no máximo, e provavelmente com o rosto totalmente vermelho, e isso explicaria tantos alunos olhando para ele. Mas como evitar? Toda vez que lembro dessa noite eu fico assim, era só uma exploração da minha sexualidade, certo? Certo! Eu até ficaria com um garoto, mas transar? Jamais.

Seulgi estava na minha frente, falando algo que eu não estava ouvindo e nem iria. Eu amo minha namorada, mas não aguento ela falando tanto sobre coisas desnecessárias e aleatórias. Eu sou o namorado dela, não o melhor amigo, quando ela vai entender isso?
Apenas concordava com a cabeça e murmurava "claro".

- Então, Jimin. Você já ouviu falar do JK?
A boca dela começou a se mecher lentamente, as pessoas pareciam estar me olhando e o julgamento em cada lugar, assim que tirei o fone a voz dela ecoou por toda a sala falando apenas "JK", por que caralhos esse nome me incomodou tanto.- O quê? Quem? -

- Não estava me ouvindo?
Ok, deixa.-

- Quem é esse JK?

- Ele é um tipo de ator pornô que bombou entre as pessoas, dizem que ele é bastante gostoso, os parceiros sempre gozam antes do vídeo acabar e é meio impossível ver um pornô dele sem gozar.- O calor das bochechas de Jimin estava enorme, se esse fosse o cara para quem ele se imaginou dando estaria fodido mesmo, mordeu o lábio com força olhando para a namorada e revirou os olhos.- Isso é um puta exagero, acho muito improvável.- Podemos testar algum dia ver um pornô dele juntos, não é?

Quando conheci Seulgi, decidi namorar com ela por dois motivos, ela é bonita e achei que era algum tipo de garota 'santa' mas qualquer oportunidade que eu dou ela se atira como se estivesse desesperada para dar a buceta, eu não nego que quero comer ela, mas até agora não senti vontade.- Vamos marcar um dia. Ela bufou e se virou para frente com raiva, mas eu nem liguei.

As aulas tinham passado rápido, ou eu só não prestei atenção. Seulgi foi uma das primeiras a sair, totalmente desesperada e eu não entendia o porquê, fui um dos últimos a sair, e andava vagando pelos corredores até onde ficava a cantina, o aglomerado de adolescentes em suas bolhas sócias. Meus amigos estavam em uma mesa no canto, Seulgi estava sentada no colo de Josh, eu não me incomodo. Não temos um relacionamento aberto, mas ela já me traiu com bastante gente desde que começamos, e eu também trai ela bastante. Acho que para ela era uma forma de vingança já que eu não comia ela, realmente desprezível.

Balancei a cabeça em negação, virando de costas para ele e indo até a quadra, a quadra era aberta durante os intervalos, mas ninguém ia lá, era um lugar abandonado como a biblioteca. Eu gostava de ficar sozinho embaixo das arquibancadas, apenas ouvindo música ou lendo algum livro.

Me sentei no chão frio, e peguei um livro em minha mochila, estava terminando " Quem é você, Alasca?" 
Era um livro bem interessante, o pensamento do garoto sobre o mundo e como ele tentava se adaptar a mudança que era tudo isso.

- Esse livro é triste.-
Eu me assustei com aquela voz, como eu disse antes, ninguém vinha para cá.- O quê?

- Esse livro, o final é triste.-
Tinha um garoto afastado de mim, não conseguia ver seu rosto e aparentemente eu nunca tinha visto ele, e isso é estranho já que conheço todos que estudam aqui.- Ah, me falaram isso. Você é novato?

Ele riu, e sua risada era realmente contagiante, mas não quis dizer nada, apenas continuei encarando ele até responder minha pergunta.- Eu deveria perguntar isso, já que estudo aqui a mais tempo que você, Park.

Abri minha boca algumas vezes para dar uma resposta para ele, mas nem eu sabia o que dizer. Como eu nunca tinhado notado ele? Eu sempre fiz de tudo para observar todos e ser amigos de todos.- Mas eu tinha certeza que conhecia todos.

- Você só conhece quem você enxerga, só quem quer conhecer, Park. Sua voz não demonstrava sentimentos, foi apenas um comentário que me incomodou. E por quê me incomodou? Não sei, mas aquele garoto parecia ser sincero. Eu gosto da sinceridade, mas não sou acostumado com ela. Meus amigos não são e nunca seriam sinceros comigo nem que isso custasse suas vidas.- Como pode presumir isso sobre mim? Nem ao menos me conhece.-

- Tem ração, eu não conheço você, no entanto consigo saber mais sobre você apenas com uma olhada do que seus amigos que convivem diariamente contigo.- E mais uma vez, a verdade foi como um tapa em minha cara.

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