Primeiras impressões

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Amanda e eu já tínhamos trabalho para fazer em dupla,se tratava sobre a idade média.Para realizar,ela teve a idéia de fazermos juntas em sua casa depois da aula.Foi o que aconteceu.Avisei para meus pais que eu iria chegar tarde para fazer isto.
O bairro onde Amanda se mudara era um bairro de classe média alta,não muito longe do meu.Fomos de ônibus.Pude observar durante a viagem as belas casas bem estruturadas com cores vibrantes,de dois e três andares.Imaginava como era o palácio que havia nelas.Havia também poucos apartamentos.Depois de uns 15 minutos,Amanda me avisa a que vamos descer no ponto e dá o sinal para o ônibus parar.Descemos.
Andamos uns 30 metros,até a sua casa.Ela procurava a chave dentro da mochila,enquanto eu olhava para a sua casa do lado de fora.Era de apenas três andares,de cor verde-limão e com uma garagem na frente.
-Porque você não pediu para o seu motorista buscar a gente na escola?
-perguntei curiosa
-Porque ele ia contar para meu pai que eu estava levando uma amiga da escola - respondeu ela sem a menor preocupação - E avisei que eu queria andar de ônibus hoje para conversar com colegas.
-Mas tem algum problema de você levar alguém pra cá?
-Bom...- disse enquanto abria o portão com as chaves -...meu pai não está então não irá ter problema nenhum.
-Amanda,será que não vai dar...
-Fica tranquila flor,eu sei o que eu estou fazendo.Ele foi na casa de um cliente,para trabalhar.Volta à noite.
-Cliente?
-Sim,é advogado.
-Ah,sim! -fiquei um pouco aliviada,mas ainda sentia receio de algo dar errado.Decidi confiar nela.
Entramos e fomos em direção à sala de estar.Era linda,com um enorme sofá marrom claro de dar inveja e com uma TV gigante não sei quantas polegadas.Sem contar do lustre maravilhoso no teto.
-Tem alguém aqui na sua casa?
-Não,a diarista foi fazer compras e o motorista foi levar meu pai.Vamos para o meu quarto lá em cima.
Seguimos subindo a escada que havia lá mesmo na sala de estar.Andamos por um corredor até chegar em seu quarto.
-Entre e pode jogar a bolsa na minha cama - ordenou
O seu quarto era incrível.Não havia muita infantilidade,mas era de pintura cor de rosa e um pouco de brinquedos de pelúcia nas prateleiras.Conhecia o seu estilo desde criança.Amanda gostava de ser feliz com seus gostos frufrus e tinha um estilo colorido.Se preocupava em mantê-lo organizado,com um cheiro agradável de framboesa.A cama box,toda arrumada,com um lençol branco limpo e alguns ursinhos de pelúcia muito fofos,muito diferente da minha,que deixo bagunçada todos os dias,e vem minha mãe me chamar a atenção por não tê-la forrado.
-Se quarto é lindo - elogiei
-Obrigada - agradeceu e se sentou na cama abrindo a mochila para retirar os materiais.
-Bem,por onde começamos? - sentei ao seu lado
-Vamos pesquisar pelo notebook e fazer a impressão.Depois iremos para a cartolina,preparar nosso cartaz.
-Ok.

Passaram-se trinta minutos,quando de repente ouvimos a porta bater,e uma voz masculina que dizia "Amanda?".Estremeci.Seria o pai dela entrando no quarto?
-O que está fazendo filha? - olhamos o homem entrar.Sim,era ele.Abaixei a cabeça com medo da sua reação.
-Ham...oi pai...- Amanda ficou surpresa e não sabia o que dizer
Vi o olhar dele sobre nós.Era de espanto,mas ao mesmo tempo de raiva.Permaneceu sério alguns segundos.
- Eu...trouxe uma amiga,para fazer trabalho da escola - ela justificou gaguejando com medo do que viria ser as palavras do pai.
Ele hesitou com vontade de voar no pescoço dela,e ainda me observou friamente.
-Amanda - esfregava a testa com a mão com indignação - quantas vezes lhe disse que não é para trazer visitas sem a minha autorização?
-Me desculpa pai.É que estamos atrasadas para fazer o trabalho,que está dentro do prazo.Eu que chamei a Erika para vir,ela não tem culpa alguma.
-Entendi - colocou a mão na cintura - Depois que vocês terminarem,quero conversar com você filha.Teremos uma longa conversa.Por favor agilizem neste trabalho e não façam nada de errado no quarto.
-Pode deixar pai.
Saiu e fechou a porta.Neste momento senti um grande alívio e acho que ela também.Ambas estavam surpresas e nervosas na hora do diálogo entre pai e filha.Eu estava com o coração acelerado,quase saindo pela boca.
-Amanda - eu disse -Você falou que seu pai não estava em casa!
-E não estava!Eu não sabia que ele chegaria cedo.Desculpa amiga.
-Será que ele vai me dar uma bronca?
- Em você não, mas em mim sim.Quando ele diz que quer conversar comigo,o assunto é sempre sério seguido de broncas e gritos.
-Sinto muito.Eu não devia ter vindo.Estraguei tudo.Agora ele está a maior fera com você.
-Não se preocupe,eu darei conta de tudo,a responsável sou eu pela idéia.Fique aqui para terminar o trabalho comigo,por favor.
-Está bem.Mas só uma pergunta:qual o problema dele com as visitas?Ele não parecia estar gostando muito de mim.
-Não há problemas quando a visita não é uma menina.
Ela abaixou a cabeça parecendo estar triste.Fiquei sem entender a resposta e perguntei:
-Como assim?
-Bom...Depois eu explico.

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