Capítulo quatro

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Philippe

Eu não sabia o que esperar daquele sentimento que estava cultivando dentro de mim. Deveria ou não, seguir com tudo aquilo? Para mim, já estava mais do que óbvio que eu estava apaixonado. Mas, e ele?

Todos sabem que os adolescentes tem os hormônios a flor da pele, e isso faz com que confundam sentimentos. Mas eu não queria estar confundindo, eu realmente queria ele comigo! Eu me lembro de todas as milhares de vezes em que confundi sentimentos... Por exemplo, a vez em que jurei que Arthur era o homem da minha vida! Parecia uma novela, tudo perfeito! Porém, tudo o que ocorreu, desde momentos à sentimentos, não chegam aos pés do que está acontecendo com ele. Eu tenho certeza!

É como se fosse uma série romântica, em que o playboyzinho mudaria toda sua estádia por uma única pessoa. Ou então, um filme onde acontece o amor a primeira vista por parte de um dos protagonistas, e ele se decide a conquistar o amor do outro. Ou, uma novela que o casal está presente desde o início mas com tantos altos e baixos, eles acabam separados e juntos.

E o que eu sentia, era uma mistura dos três! Ou de milhares outras novelas que existem por aí, mas a minha era aquela. Foi o amor a primeira vista, e eu seria capaz de qualquer coisa para conquistar o amor dele, transformaria a água em vinho por ele. A única coisa que espero estar enganado, é sobre os altos e baixos, é óbvio que todo casal tem, mas quando eu finalmente tiver ele para mim... Não quero nunca mais soltar sua mão. Pois eu sinto que se soltar, eu nunca mais irei tê-la.

Uma mão em meu ombro me fez acordar da transe que eu vinha tendo desde que o vi pela primeira vez.

- Estava te procurando - O dono de meus pensamentos á mais de dois meses inicia se sentando em minha frente. - Conseguiu se livrar de todos os champagne's?

- Você duvidou mesmo? É claro que conseguiria. - Respondi chamando a razão para mim, ele riu fraquinho e encarou meus olhos.

- No que estava pensando? Parecia tão concentrado.

- Bom, - Suspirei pesadamente, relaxando as costas e procurando palavras. - Tem uma pessoa que me atraí sabe, e eu não sei se é amor mesmo ou... Coisa da minha cabeça.

- Ah, te entendo. Também 'tô assim, e sinto que 'tô ficando louco com tudo isso. - Confessou parecendo desanimado.

Então... Sem chances para mim?

- E, essa pessoa é da faculdade? - Indagou brincando com seus dedos.

- É, é sim. - Menti me sentindo culpado. Por qual motivo, eu teria culpa?

- Ah, 'tendi. Sem querer me gabar, mas eu tenho mais experiência - Se explicou, exatamente juntos, nós iniciamos o contanto físico mais importante naquele momento: o olhar. - Antes de tudo, tenha certeza ou então, pelo menos 90% dela, que tem grandes chances da pessoa sentir o mesmo. Se você não saber como ter certeza, quando sentir que é o momento fala. Sem pensar muito, só fala. Talvez a pessoa tente esconder o que sente, por medo. Mas quando ela saber o que você sente, o medo some.

- Talvez isso me ajude. E me dê coragem. - Foram as únicas coisas que eu consegui dizer, pois seu olhar comia todas as palavras da minha boca. Eu tremia somente de senti-lo sobre mim, meu coração disparava e parecia que qualquer ato meu seria fatal.

- Você parece nervoso, 'ta tudo bem? - Ele indagou, seu cenho franzido demonstrava uma certa preocupação.

- Uhum. - Suspirei - Só, confuso.

- Vou deixar você um pouco sozinho. Se precisar de mim, estarei lá fora. - Ele se levantou sem tirar seus olhos de mim. Esboçou um sorriso fraco e caminhou em direção ao jardim.

Peguei o celular de meu bolso e disquei o número de Arthur, o único que faria tirar aquela dúvida.

- Eu o chamo para sair? - Perguntei assim que ele atendeu.

"- Oi Phillippe, tudo bem? Eu 'tô ótimo. "

- Aí, é sério. Eu falei que talvez esteja gostando de alguém, e ele disse que também se sente assim. De repente ficou meio triste não sei, posso usar como desculpa e chamar para sair. Ele tinha me prometido!

"- Pelo amor de Deus, Philippe! Você fala demais, eu hein. Chama logo, chama hoje, chama agora. E que barulheira toda é essa? "

- Festa de negócios aqui em casa - Revirei os olhos. - 'Tá cheio de gente.

"- 'Tá 'tá. Vai logo. E não esquece de me contar o que aconteceu. "

- Tchau Thur.

Encerrei a chamada decidido. Fui até o jardim e o encontrei lá. Sentado no meu banco favorito, sozinho, a cabeça abaixada indicava que encarava o chão.

- Então. - Iniciei antes que a coragem me fosse embora - Se lembra da festa que me prometeu?

- Lembro.

- Que tal esse final de semana?

- Estou ancioso. - Aceitou indiretamente. Sorri e sentei ao seu lado.

- E aquela mulher, secretária que não saía do seu pé? Ainda te incomoda? - Puxei assunto encarando seus olhos que estavam direcionados para os ramos a nossa frente.

- Deu espaço depois que descobriu que não curto mulheres. - Respondeu rindo.

- Não curte? - Indaguei esperançoso.

- Claro que curto. Foi brincadeira, pra ela largar mão de ser chata.

- Ah... - Gemi mais alto que imaginava. Ele olhou para mim de canto e suspirou.

- Na verdade, ainda 'tô me encontrando. Quem sabe, algum garoto me fascine e eu não consiga fugir de seus encantos. - Argumentou me olhando nos olhos, firme.

- Nisso eu tenho mais experiência. - Brinquei.

- Você é...? - Perguntou surpreso. Assenti.

É certo que alguns homens são meio burros, mas ele ainda não percebera que eu morria por ele?

- Caraca. Seu pai sabe?

- Espero que não. - Respondi com um certo medo que ele contasse, mesmo que sejamos "amigos". Talvez só para me proteger.

- Fica tranquilo, não vou contar. Não misturo vida pessoal com trabalho. - Murmurou sincero, pegando em minha mão e sorrindo. - Fico feliz por sua decisão.

- Obrigado. - Por fim, sorri.

- Já está tarde, vou ir. Mesmo que eu esteja amando sua companhia. - Nós dois sorrimos e ele se pôs de pé.

- Em, terceiro encontro, dois salvamentos. Alguém está regredindo. - Brinquei ficando de pé assim como ele.

- Para a sua sorte, não é? Mas bem, boa noite. Nos veremos logo. - Se despediu - Se cuide!

- Boa noite, até!

Só com sua saída, pude sentir como aquela festa estava um saco. Fui direto para meu quarto tomar um banho e descansar. Enquanto eu fuçava a internet, recebi a mensagem de um número desconhecido. E eu já imaginava quem era...

****:  somos meio burros
esqueci completamente que precisamos nos comunicar até lá...

Phil: vdd kkk
da onde pegou meu numero?

Júnior: instagram

Phil: preciso tirar de lá antes que algum desconhecido pegue

Júnior: concordo
Já vou dormir, estou cansado

Phil: é claro, homens de idade avançada se cansam mais rápido

Júnior: se eu por ser velho já deveria estar dormindo, você por sem uma criança já deveria estar na cama a muito tempo

Phil: HAHA boa noite Júnior




my new dad - neytinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora