1. INTRODUÇÃO

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1. INTRODUÇÃO

Eu acho meio clichê quando algo começa com "era uma vez" ou "meu nome é fulano e eu tenho tal idade".

Meu nome é Olívia e tenho dezessete anos, pois é. Estou no terceiro ano do ensino médio, estudo em uma escola pequena e não tenho muitos amigos. Na verdade, eu só tenho um amigo, o Ivansível. Ok, eu adoro essa piadinha ridícula, mas realmente o nome do meu amigo é Ivan. Ou melhor, meu melhor amigo.

Bem, a única coisa que eu quero falar agora é sobre amor. Por que? Porque finalmente depois de anos, consegui deixar de amar platônicamente um garoto - que por sinal - idiota. Eu acho que eu nunca gostei do garoto de verdade, foi uma pequena atração. Mentira. Eu era apaixonada por ele desde a quinta série até agora, e tenho certeza que não foi uma simples e pequena atração. Enfim, como eu consegui deixar de amar ele, estou livre para me apaixonar novamente por qualquer outro garoto. Desperdicei minha chance com muitos outros meninos por causa dele, mas mesmo assim, acho que valeu a pena sentir meu coração se acelerando a cada vez que via ele. Ter um amor platônico é muito mais que isso, é sentir a emoção e a mágoa de amar alguém que nem sabe que você existe. Ironia vezes mil.

Bem, eu tenho certeza que em algum momento, você deve ter pensado no meu melhor amigo Ivan. Na verdade, eu acho que nós não daríamos certo, eu não consigo me imaginar com ele e além disso, ele é super apaixonado por uma menina que uma vez deu um beijo nele. Tipo assim, na segunda série. Pois é, esse é o momento em que você discorda da inocência infantil. Mesmo assim, eu o acho um idiota por gostar dela, mas não posso falar nada, pois também gostava de um garoto e a minha situação era bastante similiar à dele. Conheci o Ivan quando eu tinha quatro anos, nossos pais eram amigos, e nesse dia, estava tendo um churrasco na casa dele. É meio constrangedor pensar nisso, pois meus pais me disseram que eu brincava de lama com ele no jardim, onde não havia lama. Na verdade, aquela "lama" era terra com xixi de Olívia. Sim, eu tinha feito xixi na terra e brincava com ela. Isso pode parecer meio nojento - ou muito -, mas foi assim que nós nos conhecemos. Ou foi a primeira vez que nós nos vimos. Nós nos conhecemos mesmo, na terceira ou segunda série, quando o Ivan tinha entrado para a mesma escola que eu e a minha mãe disse: "Esse é o Ivanzinho com quem você brincou de lama uma vez quando tinha quatro anos". Quando ela falou isso, eu nem fazia ideia do que seria aquela lama, eu tinha oito anos e ela só foi me contar sobre a minha invenção maravilhosa alguns anos depois. Desde então, nos tornamos amigos inseparáveis e eu acho que qualquer relação ia acabar com essa grande amizade. Ou não, mas prefiro não me arriscar.

Chega de falar do Ivan, ainda vai ter muita coisa com ele por aqui. Bem, sou filha única, mas quando eu era menor, queria ter um irmãzinha, porque na maioria das vezes, eu brincava sozinha quando não tinha o Ivan. Ivan, Ivan, Ivan, eu não consigo escrever nada sem ter aquele idiota no meio! Claro né, ele fez parte da minha infância, das minhas histórias, da minha vida, de mim...

Enfim, eu cresci e troquei os brinquedos por livros. E aos poucos, fui me apegando cada vez mais à eles. Falta só um ano para mim fazer faculdade, e por eu amar literatura e derivados, acho que já sei o que quero fazer. Eu quero ser jornalista, sei lá, eu gosto disso e acho que nunca me enjoaria dessa profissão, além do mais, eu amo fotografia. Eu me identifiquei muito com o jornalismo, e tenho certeza que é isso que eu quero. Eu gostaria muito de pular toda essa parte do terceiro ano e ir direto para a faculdade, mas eu ainda tenho que aguentar muita coisa até chegar lá.

Tudo por IvanOnde histórias criam vida. Descubra agora