Professor Particular▪pjm • jjk

Temos que ir

Eu tive um infarto, é isso.

Eu, Jeon Jungkook assino com todas as letras que eu quase tive um infarto fulminante por Taehyung ter simplesmente falado que havia visto coisas demais.

Ele não podia, certo? Não podia ter visto o contrato, o qual eu sequer li ainda.

Eu estava sentindo o pânico percorrer minhas veias, porque afinal, eu estava desesperado, me sentindo pequeno diante da situação. Não queria que aquilo estivesse acontecendo, não comigo. Logo eu, que mantinha algo perigosíssimo em jogo; uma relação esquisita com um professor!

O que mais eu posso dizer sobre isso? É totalmente anti-ético manter uma relação entre aluno e professor.

Mesmo que ele seja um professor particular, não deixa de ser um professor e eu um aluno. E outra, ele dá aulas na mesma escola em que eu estudo. Ou seja; é um crime muito errado. Duplamente errado, e eu me sentia encurralado.

Parecia que havia chegado a hora de contar a verdade ao Tae e pedir para ele não contar à mais ninguém, mesmo que seja o mesmo que nada, porque ele adora contar segredos alheios aos amigos dele.

- T-Tae eu... - Suspirei ao mesmo em que sentia meu coração querer sair da minha boca. Eu estava em um estado caótico, tremendo muito, pois aquilo nunca havia acontecido comigo.

Só que ele começou a rir. E eu não entendi o porquê.

- Tá' rindo de quê, palhaço? - Bufei em ranço, pois eu estava desesperado internamente.

E ele continuou rindo.

- Nossa Kookie, deveria ter visto a sua cara! - Continuou a rir, quase engasgando com o café da manhã. - Eu não vi nada não, seu babaca, apenas aquela playboy que você mantinha escondida dentro do armário do banheiro. Seu safadinho.

Esse Tae... Quase me matou do coração pra absolutamente nada!

- Era isso então. Que bom. - Eu disse e dei continuidade ao meu café, já que estávamos quase dentro do horário de irmos.

. . . . • ° ☆

Quando chegamos na escola, fomos até a nossa sala, encontrando todas as mesmas carinhas de tédio dos nossos colegas de sala. Cumprimentamos os mesmos e fomos para os nossos lugares.

Peguei meus fones de ouvido e os coloquei, enquanto observava a vista da janela da sala, já que minha mesa ficava lá. Touch my body do girlgroup Sistar começou a tocar aleatoriamente e eu estava morrendo de preguiça de trocar, então deixei.

Quando o sinal da primeira aula tocou, pude ver o resto dos alunos entrando e cochichando baixinho entre si, até que Park entra na sala junto com eles.

Suspirei, entediado. Eu não consegui ler o contrato e provavelmente ele me perguntaria sobre minha opinião sobre aquilo. Só que eu realmente não fazia ideia do quê eu poderia encontrar por lá.

Comecei a imaginar...

"Você aceita fugir comigo para bem longe, onde ninguém poderá nos atrapalhar?

O que acha que deveríamos fazer agora?

O que acha de dinossauros do período cretáceo?

Sabia que as batatas fritas são feitas com óleo quente?

Sabia que se você perder, você não ganha?

Jungkook... sabia que eu te amo?

Jungkook? Você é tão bonito...

Eu quero você todinho só para mim."

- JUNGKOOK! - Ouvi uma voz gritando e abri meus olhos rapidamente. - Ah, ele está vivo pessoal, vivaço. - Era Taehyung gritando.

Logo pude ouvir a sala toda começar a rir. Não estava entendendo. Eu tinha dormido?

- Eu dormi? - Perguntei e Tae riu assentindo. Foi então que percebi que Jimin estava do meu lado, me observando com as mãos na cintura. Nada bom.

- Dormindo na minha aula, Jungkook? - Perguntou retórico e eu neguei brevemente, desaprovando minha própria atitude. - Merece até uma punição por isso. Escola não é lugar de dormir. - Disse e o lado esquerdo de seus lábios se esticou em um sorriso ladino discreto. Eu já podia imaginar o que ele havia imaginado.

- Sim, me perdoe. - Eu disse e ele pareceu satisfeito e prosseguiu com a aula, lógico, pedindo aos alunos que em momento algum pararam de rir durante a constrangedora cena.

- Parece que você se lascou, Kookie. - Tae riu e eu dei de ombros.

Mas espere... Eu havia sonhado com o quê mesmo? Ah, é mesmo...

Sonhei sobre o que podia haver dentro do contrato e acho que viajei um pouco e acabei pegando num sono.

Ah, me lembrei de mais uma coisa... Jimin havia me dito algo no sonho... Algo como...

Se você perde, você não ganha.

Exatamente, mas... Achei que ele havia dito algo mais emocionante.

Jimin começou a passar uma lição na lousa e eu comecei a copiar, não deixando de pensar no sonho, que eu sabia que ele havia dito algo, apenas não lembro o quê.

E assim se seguiu a manhã inteira.

. . . • ° ☆

- Jungkook, venha cá. - Quando estava saindo da sala, Jimin me chamou, quando o sinal havia tocado, indicando que poderíamos ir embora. Menos eu, pois o Park sempre iria me chamar para resolvermos alguma coisa em particular.

- Diga. - Assim que guardei meu material de forma propositalmente vagarosa para que todos fossem embora, até mesmo Tae que saiu correndo sem nem dar satisfações ou até mesmo um tchau, fui até a mesa do Park.

- Você não pode dormir na sala de aula, Jungkook. - Ele advertiu e eu abaixei a cabeça, um pouco envergonhado. - E o contrato? Já leu ele todo? - Perguntou curiosamente e eu suspirei, negando em seguida. - Por quê? O que aconteceu?

- Muita coisa! - Exclamei lembrando-me dos episódios desatentos.

- Uau. Então... Poderia ler hoje? - Perguntou, ansioso.

- Sim, hoje sem dúvidas. Mas... O que há nele? - Perguntei.

- Ah, você verá. - Mordeu o lábio e piscou para mim, levantando-se da cadeira. - Vai gostar das propostas contidas nele, tenho certeza. - As mãos pousaram em minha cintura e me puxaram para perto de si. Eu era um pouco maior que ele, mas não mudava o fato de que ele era...

- Quente... - Comentei sem querer, quando nossos corpos se encostaram. Me amaldiçoei internamente por ter deixado escapar aquela palavra.

- Temos que ir. O diretor vai sentir minha falta e eu terei de justificar algo injustificável, a demora. - Explicou e eu sorri minimamente e então, me despedi dele.

- Até mais, Jimin.

- Até mais, babyboy.

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