Maldita Aposta

Maldito Aluno Novo

Jeon JungKook

Segunda feira.

Pode parecer estranho, mas eu costumo gostar de segundas feiras. É o dia das minhas matérias favoritas, e também é quando o grupo de Jimin é obrigado a se afastar, já que o professor de literatura o odeia. Contudo, nada disso consegue mudar meu desânimo, se pudesse, eu sequer sairia de casa hoje. Apenas eu, minhas cobertas, alguns livros e a trilogia dos Senhor dos anéis.

Eu definitivamente estava disposto a manchar meu histórico perfeito com uma falta, isso se Park Jimin não estivesse na minha porta às exatas seis da manhã, me olhando como se fosse mais idiota do que já era, enquanto segurava um grande copo de café em mãos. Os fios avermelhados jogados para trás, me fazendo soca-lo só para ver se ele deixa de ser bonito, porquê admitir isso para mim mesmo fere meu ego.

— Bom dia, Jeon. Pronto para mais um dia de aula — tomou um gole do café, voltando a sorrir — Apesar de odiar segunda-feira, eu sinto que vai ser divertido. Então, vamos logo.

— Jimin, o quão idiota você é? — o encarei, ainda parado na porta — Eu estou de pijama ainda, seu imbecil.

Seu olhar desceu para minhas vestes, ele então desviou para o jardim, que um dia fora bonito, e eu pude pela primeira vez presenciar a raridade que á Park Jimin corando. Infelizmente por pouco tempo, pois ele logo se recompôs, retomando o sorriso convencido e ridículo em seus lábios.

— Interessante seu conceito de pijama, Jeon. — Lançou-me uma piscadela, mordiscando os lábios.

Como consequência, senti meu rosto ruborizar ao compreender o que ele dizia, já que eu saí para atende-lo vestindo nada além de um samba canção. Tomado pela vergonha, tratei de cobrir meu torso com os braços, correndo para meu quarto enquanto agradecia por ao menos estar utilizando uma peça que não tivesse estampas de super-heróis ou emojis.

Encarei o armário a minha frente, sentindo pela primeira vez a dificuldade de escolher uma roupa para vestir. Nunca vi problema nas minhas vestes, isso até Jimin aparecer ontem e jogar tudo no lixo, enfatizando o quão ridículo elas me deixavam, e após algumas horas sobre moda e combinações de modelos, fui obrigado a concordar que o modo que eu me vestia estava um tanto ultrapassado.

Partindo do princípio uni-duni-tê, peguei uma blusa preta, seguindo de uma calça jeans da mesma cor, por fim meus timberlands. Apesar de ter adorado o modo como meu cabelo ficou, me sinto um tanto inseguro ao ir para a escola, opto então por cobri-lo com um gorro também preto. Dando uma última olhada no espelho, chego a me assustar com a diferença entre o Jungkook de sábado com o atual.

Após sofrer para colocar as lentes, agarro meu material e corro em direção as escadas, considerando se devo ou não pegar a mascara sobre minha cômoda, mas um grito meio impaciente de Jimin faz com que eu a deixe no mesmo lugar que antes.

— Pare de gritar na casa dos outros, imbecil — o repreendi ao chegar na cozinha — Meu pai ainda está dormindo, e não merece que um garoto mimado o perturbe.

Ao contrário do que eu achei, Jimin não retrucou ou se aborreceu, apenas ficou ali, parado, me encarando como se eu fosse algum tipo de ser desconhecido. Sou apenas o Jungkook.

— O que foi? — perguntei já preocupado, acreditando seriamente que o garoto poderia estar tendo algum tipo de derrame — Park Jimin.

— O que? — piscou, atordoado, logo se recompondo — Não foi nada, eu só... essa roupa lhe caiu bem — murmurou, me surpreendendo pelo elogio repentino.

Não tive tempo de agradecer, Jimin já me puxava para fora, em direção ao seu carro, e quando dentro do veículo, me estendeu uma maçã e um copo de café, da mesma loja que comprou o seu. E eu o aceitei, ignorando o fato de que poderia estar envenenado.