Se você espera ler aqui um livro de romance, clichê e finais felizes, já pode ir parando por ai. Vai ter sim, clichês e muito romance mas não terá finais felizes. Bom, meu nome é Samantha, tenho 17 anos, sou de São Paulo capital, sou a garota que ama um bom clichê e acredita no amor acima de qualquer coisa e, claro alguém assim na sociedade que vivemos hoje não pode se dar muito bem e vou contar agora um pouco sobre a minha vida.
O ano era 2016 e eu conheci uma garota, ela era de Brasília-DF, conheci ela em uma fase ruim e o universo sempre se encarrega de colocar as pessoas certas nas horas certas, nos conhecemos através de um grupo do wpp, passamos a conversar diariamente, ela era alta, magra, cabelos longos pretos, seus olhos um castanho tão escuro que podia jurar que eram pretos, seu nome era Amanda, ambas tinham de 13 para 14 anos. Éramos amigas muito íntimas e sempre conhamos com o dia que iríamos nos conhecer pessoalmente, bom pelo menos eu sonhava com isso todos os dias. Eu tinha certas dúvidas sobre a minha opção sexual e ela também. Já tínhamos nosso um ano e meio de amizade e pra falar a verdade nunca soube se era uma amizade saudável, assim como relacionamentos amorosos são tóxicos, amizades também podem ser, mas, desde o primeiro dia que a gente se falou que foi algo mais ou menos assim:
- Preciso de ajuda, e você se ofereceu para isso, você vai mesmo fazer? Ela disse
- Claro que sim! Eu disse
Ela por sua vez, disse:
- Eu já estou acostumada com isso, ninguém nunca fica de verdade e com você não será diferente, logo, logo você também vai partir e eu estarei sozinha.
Então eu disse: - Olha eu não sei você, mas quando eu entro na vida de uma pessoa, pra eu sair ela tem que ser muito filha da puta , pra conseguir fazer com que eu saia da vida dela, porque eu tento de todas as formas possíveis.
E como eu havia prometido á ela, eu jamais poderia partir e deixá-la, isso poderia custar a minha estabilidade emocional que já não era das melhores, mas jamais iria deixá-la.Eu comecei á conhecer os prazeres e os desprazeres da vida, eu com os meus quatorze anos e meio tive o meu primeiro beijo com uma mulher e, foi muito mais que eu imaginava e tive certeza que a vida de hetero não tinha nada haver comigo, eu comecei a ser eu mesma desde então, isso foi a oportunida perfeita para que eu e a Amanda pudesse ter algo mais que amizade, logo que aconteceu eu fui correndo contar a a novidade para ela e, ela ficou um tantl surpresa já que ambas achavam que isso não iria acontecer. Duas semanas depois a Amanda se declarou para mim e eu não sabia o que fazer, parte de mim estava feliz, parte de mim estava confusa, mas decidimos arriscar. Afinal não dá pra saber de algo sem tentar e eu particularmente prefiro me arrepender de algo que fiz do que algo que não fiz. Começamos á "namorar" e era algo super clichê ela era de câncer e cancerianos é o puro clichê em pessoa, todos os dias quando eu acordava ela se encarregava de acordar antes de mim e deixar a declaração do dia, era algo tão lindo de se ver, eu amava aquela garota, eu sempre achei que era fosse boa demais pra mim, e sempre agradeci ao universo por ter me dado ela de presente. A gente se amava na mesma intensidade e com a mesma reciprocidade. Mas como era eu, isso não iria ir muito longe, a vida nunca foi tão legal comigo, e bom ela quebrou a nossa promessa de nunca desistimos uma da outra, ela se foi.
Quando a Amanda se foi eu me vi com um imenso buraco em meu peito, ela se foi e eu podia jurar que iríamos ser para sempre, que nós iríamos ter a nossa família, que tudo iria da certo, mas ela desistiu cedo demais o nosso pequeno infinito durou cerca de dois meses e meio, fora os quase dois anos de amizade virtual que já tínhamos. Quando ela se foi a minha vida havia virado de cabeça para baixo e eu não sabia aonde ir e nem o que fazer, já que todos os planos que eu tinha feito tinha ela junto.
Com o tempo eu aprendi a olhar para esse período da minha vida e comecei a tirar lições dela, eu sei que pelo menos o que eu tive foi de verdade e foi graças a ela que descobri que podemos amar quem a gente quiser independente do gênero daquela pessoa, o amor não escolhe corpos mas sim pessoas, eu pude ver que aquilo não era errado como os meus pais diziam e que com o tempo eu também comecei a achar que era errado, mas o amor é só amor, é um sentimento lindo e não tem idade certa para sentir, não quer dizer que eu ou qualquer pessoa tem que se apaixonar por uma pessoa do sexo oposto, o amor não tem leis.
Hoje a Amanda que não é mais Amanda, mantemos contato ainda, não como antes, mas ainda conversamos, hoje ela é ele! Ela sempre achou que era trans e hoje ele tem certeza, ele também sempre teve o meu apoio para tudo, e fico muito feliz por ele ter se aceitado do jeito que ele é.
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O fim é sempre um recomeço
RandomEu gostaria que a minha vida fosse um conto de fadas, mas na verdade não é, em cada capítulo você conhecerá uma nova parte de mim. peguem seus lenços, talvez e vinho e siga em frente.