Capítulo Dois

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Capítulo 2

Sina

(Algumas horas antes)

Derrubei um vaso da mãe de Noah que ficava em uma mesa de centro em frente do hall de entrada, enquanto me preparava pra sair e ir em um restaurante chique que a mãe dele praticamente nos obrigou a ir pra ter essa última noite antes de voltar a vida de loucura com o Now United. Não me entenda errado amo ir em restaurantes chiques, especialmente de graça, mas ir com a mãe de Noah não era algo presente na minha lista de coisas que eu gostaria de fazer antes de morrer, a mãe dele ainda era um tanto quanto ciumenta e um pouco contra nosso relacionamento e por isso ficava procurando métodos para me menosprezar, se bem que duvido que fosse somente isso.

- Sina, que barulho foi esse? - Noah veio em minha direção olhando em meus olhos de um modo carinhoso, fiz uma cara chorosa e fui em direção a ele encostando minha cabeça em seu ombro.

- Desculpa… - mordi o ombro dele - Não tenho costume de usar roupas assim, desse jeito. Não estou acostumada com isso, você sabe, né?

A mãe de Noah tinha me obrigado a usar um vestido longo de cor azul marinho e um salto imenso, eu me sentia totalmente estranha usando isso e parecia que eu ia ficar estufada com a primeira garfada de comida que eu colocasse na boca. A mãe dele logo veio nos apressar, sem nem mesmo olhar para o vaso e nos guiou em direção ao carro preto da família, Noah entrelaçou os dedos no meu e me ajudou a descer as escadas da entrada, algo que estava a beira do impossível devido do quão justo o vestido era, estava colado em minhas coxas, e fazia um volume muito grande nos meus seios, eu nem sabia que eram algo parecidos com esse tamanho.

- Sina, você sabe usar talheres de peixe? - a mãe dele me questionou, olhando de canto de olho pelo retrovisor do carro.

- Não é igual aos outros? - devolvi em forma de resposta, respondendo seu olhar em mesma intensidade. Noah se engasgou e deu uma leve gargalhada e apertou meus dedos um pouco mais forte, enquanto ria entredentes.

A viagem até o restaurante não foi tão diferente quanto o que estava acontecendo previamente, indiretas desnecessárias, comentários venenosos e piadinhas para me irritar. Até o momento do carro estacionar, o pai de Noah já havia repreendido a mãe dele algumas vezes sobre os comentários feitos em direção a algumas pessoas que passavam nas calçadas. Noah me levou diretamente para a frente dos pais e fomos sentar antes que eles pudessem chegar.

- Olha, desculpa… eu sabia que isso iria acontecer, não pude te defender. - ele fechou os olhos e beijou meus dedos e me deu um leve beijo nos lábios, eu ainda não estava acostumada com a frequência disso, mas não podia recusar ganhar um beijo dele, sua boca era tão bem desenhada que eu me perdia apenas olhando para o formato dela.

- Tudo bem, estamos bem, vou ficar bem… - sorri e devolvi o beijo fazendo carinho nos cabelos de sua nuca.

Os pais de Noah logo chegaram e se sentaram na mesa com a gente, peguei o menu logo e fiz o pedido, carne de cordeiro com salada de brotos de feijão e creme de milho com parmesão ralado de sobremesa pedi um sorvete de frutas vermelhas com waffles de mirtilo, Noah seguiu o meu pedido e esperamos.

Meu telefone começou a vibrar loucamente dentro de uma bolsa brilhosa que a mãe de Noah havia fornecido. Apenas uma mensagem piscava na tela. “Heyoon sumiu, Sofya sumiu, Bailey sumiu. Estamos chegando em algumas horas. Hina. Comunique Josh e Any, parece que foram achadas cartas com umas pistas ocultas nelas. Precisamos unir força, para achá-los. Para facilitar tudo, as cartas estão escritas em português”.

(...)

CGU - LAX // Desembarque Autorizado

Estava andando de um lado para o outro, olhando para a saída do desembarque como uma expressão urgente nos olhos. Esse era o vôo de Any e Josh, ou seja eles estariam chegando logo. Diarra olhava para mim sentada em uma poltrona do salão, as pernas cruzadas balançavam em sincronia com uma música aleatória da Katy Perry que tocava no lugar, os longos dedos batiam em suas coxas as unhas pintadas de azul metálico cintilavam a distância. Diarra vestia um cropped de cor preta com as inscrições Duck my Sick e um dedo do meio levantado e um short jeans, acompanhados de uma meia que ia até sua panturrilha, nos pés calçava um tênis vermelho, seu cabelo estava liso e imenso, caía em ondas de chocolate até sua cintura.

Lamar por sua vez parecia estar pleno, como se nada estivesse acontecendo, usava uma jaqueta branca, uma camisa azul simples e jeans, nada muito extravagante. Ele e Noah estavam em algum papo cabeça sobre como Michael Jackson provavelmente não havia morrido. Hina por sua vez parecia mais quieta que o normal, apenas usava um vestido curto e vermelho por baixo de uma jaqueta de couro preta com alguns spikes, para completar a sua roupa usava uma sapatilha preta com alguns detalhes metálicos.

- Sina! - me virei e vi Any correndo em minha direção com os braços estendidos e abertos eu prontamente corri em sua direção e me permiti ser envolvida em seu braço. - eu e Josh resolvemos um pedaço da pista que estava naquela foto que você me mandou, aquele número aleatório na carta que acharam perto de onde Sofya e Bailey estavam é uma anagrama para a palavra war, guerra. Seja lá o que sequestrou nossos outros sete, quer isso.
-Wow, como você identificou aquilo apenas com números? - disse olhando pra sala de embarque, Josh saiu correndo e jogou as malas no meio da caminho e foi dar um longo abraço nos meninos.
-Não foi muito difícil, precisei apenas de um tempo. Nada que doze horas de vôo não resolvessem, precisamos conversar sério sobre isso com todos os outros depois, tem mais nessas cartas  achamos que essas pistas sem sentido, existem mensagens ocultas de verdade aí, não só números avulsos. - ,sua expressão séria logo se desfez e ela riu e me entregou o método por ela utilizado em um papel. - Diarra! Hina!

Any saiu correndo em direção das meninas e eu peguei o papel em minhas mãos, foi uma coisa um tanto quanto esperta, mas olhando pelo nível do esquema criado deve ter levado um bom tempo, eles nem devem ter dormido no avião, muito menos descansado. Nossos amigos precisavam da gente com muita necessidade, eu vou ajudá-los, prometi ajudá-los. Heyoon sumiu quando foi comprar doces para mim. O mínimo que podia fazer é tentar trazê-la de volta, respirei fundo e olhei em direção às meninas e caminhei até elas. O espírito, mesmo com o sumiço dos sete não havia ido embora junto com os outros, éramos agora: Eu, Hina, Noah, Josh, Lamar, Diarra e Any.

Juntos vamos recuperar os bens preciosos que nos tiraram, as preciosidades, e as jóias que nossos amigos representavam para nós.

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