O Diário de Uma Sad Girl

Capítulo 7

Contei a ela tudo o que aconteceu, desde que ele invadiu meu quarto até a hora que ele foi embora, queria ocultar certas coisas, mas não sabia se ele já havia falado para ela. Então depois de ouvir tudo suspirou e disse:

- Eu sempre soube que vocês ficariam juntos. - admitiu com um sorriso estampado no rosto.

- Nós não estamos juntos Josie. -murmurei- Nem poderemos! -acrescentei.

- Por que não? Ele disse que a ama e você sente o mesmo por ele não estou certa? - questionou.

-Sim, mas eu vou embora e.... - ela me interrompeu. - Kat, aproveite enquanto você está aqui, esquece que vai embora por um minuto, pelo amor de Deus. - falou.

-Eu não posso, vocês não percebem o quanto isso vai me fazer mal depois, não vê que eu vou sofrer ainda mais! - bufei.

- Então o que você vai fazer? Vai evitar ele até você ir embora? Vai ignorar nossas mensagens de novo? -questionou.

- Eu não sei, está bem, Eu não sei! Não tenho a mínima ideia do que eu vou fazer! Você sabe o porquê eu não respondi...

-Kat eu te entendo, mas você não pode esquecer que isso não vai machucar apenas você, também vai machucar ele.

- Eu sei, eu não queria que fosse assim, eu só queria que tudo isso acabasse de vez... -admiti.

- Vai dar tudo certo, você vai ver! Você está bem melhor agora, logo a gente se ver na escola. - afirmou- Agora eu preciso ir, só passei aqui pra te ver. Fica bem ! - falou me abraçando.

Josie estava certa, logo eu teria que voltar para a escola, seria inevitável não ver ele, e eu não gostaria que ficássemos estranhos um com o outro, no entanto não podíamos ficarmos juntos, de qualquer modo todas as opções iriam me machucar de algum jeito. Então decidi que continuar na amizade seria a melhor escolha, a dificuldade seria como eu iria dizer isso a ele. E foi nisso que eu pensei até que o remédio me fizesse adormecer.

Cerca de uma semana se passou desde que a Jo veio me visitar, eu já estava bem fisicamente, meu resfriado já havia passado, e logo eu teria que voltar para a escola, rever meus amigos, resolver o assunto, antes que se tornasse uma coisa maior. Depois do meu acidente na cozinha, uma garrafa de água e um copo foram postos em cima do criado mudo, achei muito desnecessário, porém meu pai não achou o mesmo. Josi, Taylor e eu nos falamos somente o necessário durante essa semana passada, apenas respondia a perguntas como: " Está bem?", "Melhorou?", "Precisa de algo?", "Está com alguma dor?".
Eu apenas respondia," sim" e "não", entretanto meu pequeno vocabulário não daria conta de responder a perguntas mais amplas agora que voltarei a escola amanhã.

Acordei às oito em um pleno domingo, tomei meu café da manhã no quarto, lavei o cabelo, e desci para esperar a vizinha, Mary, que tinha ficado de vir até aqui para trocar o meu curativo. Me sentei no sofá e li um livro enquanto ela não chegava, ela sempre se atrasa, e cerca de 15 minutos depois da hora combinada estava ela tocando a campainha.

- Oi, entre. - falei.

- Obrigada, está melhor? - perguntou.

- Vou indo. Quer alguma coisa, uma água ou um café? Onde quer fazer o curativo?

- Não quero nada obrigada, pode ser na sala. Seu pai me disse que amanhã você volta para a escola, está animada? - perguntou.

- Para dizer a verdade meu pai está me obrigando. - confessei. - Você não deveria está indo para a igreja essa hora? - questionei.

- Eu vou depois que trocar seu curativo, vamos dar uma olhada em como está esses pontos. Quando você vai tirá-los?

- Acho que nessa semana mesmo.

Sentei em uma cadeira perto da janela, onde a iluminação era melhor, ela limpou o local com um algodão úmido no álcool, os cinco pontos não estavam inflamados, o corte já estava quase todo cicatrizado, depois de ter feito o curativo, Mary foi para a igreja.
Ficar na sala sozinha ainda era estranho, estar no mesmo local onde recebi a notícia sobre minha mãe... Mil coisas passavam pela minha cabeça, e o fato que no dia seguinte eu teria voltar pra escola se repetia na minha cabeça por milhares de vezes.