Parte 4

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A energia continuava falha. Sienna e Harry permaneciam juntos, ignorando toda a chama ardente que dançava entre ambos. Nenhum deles deu chance de seus pensamentos impuros controlarem suas ações, mesmo que a tentação escorresse como sangue em suas veias.

Blanc estava suando, ainda que dentro da garagem o frio se concentrasse e as brechas na parede trouxessem ventilação, ver a menina a qual ele tanto pensava dentro de quatro paredes e nada além de ambos fazendo companhia um para o outro, deixava—o louco.

Para bagunçar ainda mais com todos os seus sentidos, Sienna vestia apenas uma camisola azul—bebê, com uma renda contornando seus seios levemente visíveis. Era curta e solta, parecia macia, a qualquer momento o vento poderia arrancá—la de seu corpo ou o tecido deslizar pelas suas pernas se as alças se partissem. Harry implorava para que aquilo não acontecesse.

Sienna não parava quieta, andava de um lado para o outro, acompanhando o movimento do seu gato.

— O que você costuma fazer?

Harry coçou a garganta para poder lhe dar uma resposta.

— Além de passar o dia debaixo do sol escaldante? Eu gosto de assistir TV ou jogar baralho com meu pai.

— Bem, não tem como assistirmos televisão sem o poder da eletricidade, então...

— Você sabe jogar baralho?

Sienna se sentiu levemente ofendida com o seu tom indiferente. Harry percebeu e tentou consertar.

— Desculpe, é que você costuma ler livros. Imaginei que gostava de ficar somente no seu mundo intelectual!

— Eu estou longe do intelecto, Blanc. Eu leio livros porque gosto da aventura. — retrucou. — E eu sei jogar baralho porque via meu pai jogando com seus amigos! Nunca joguei de verdade, mas posso ganhar de você.

Harry gostou do desafio, por isso não demorou por ir buscar as cartas onde havia guardado. Voltou para o cômodo encontrando Sienna acomodada em sua cama, apenas com a sua camisola tentadora no corpo. Aquela visão era umas das quais ocupavam lugares vazios de sua mente, mas em suas fantasias os cabelos castanhos de Sienna estariam mais assanhados.

Enquanto o Blanc embaralhava e separava as cartas, Sienna tornou a andar pelo ambiente, dessa vez para agarrar Louis Vuitton pelos braços quando o felino tentou derrubar alguns objetos quebrantes que decoravam as prateleiras. Durantes o processo, avistou na cômoda uma carteira de cigarro. Curiosa do jeito que era, não demorou para tê—la em mãos.

— Você fuma? — rapidamente Harry olhou para a pequena.

— Não, é do meu pai. O velho está tentando superar o vício, por isso quando caí na tentação de comprar um cigarro, o deixa jogado na minha casa.

Sienna assentiu, entendendo as palavras que saíam de sua boca rosa.

— Você se importa? — questionou, pondo um dos cigarros entre os lábios carnudos.

— Você me surpreende a cada segundo, Sienna. — deu de ombros. — Tudo bem, vai lá.

O sussurro deixado de sua garganta arrepiou a pele da garota, porém ela ignorou totalmente a reação e caminhou para mais perto de uma vela. Como não se importava em mostrar um pouco de suas características físicas, ela curvou o corpo para frente para que pudesse acender o cigarro preso em sua boca na chama que a vela preservava. Ela inclinou um pouco da cabeça e esperou o fogo se espalhar, não se importando com a visão de Harry.

Sentado na cama, Blanc viu a menina acender seu cigarro e voltar para a cama com ele entre os dedos.

— Aqui estão suas cartas! — entregou em suas mãos.

SiennaOnde histórias criam vida. Descubra agora