Capítulo 1*

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New York - 20h13 - 03/06/04.

- Como estão, meus queridos?.- Papai fecha a porta com a ponta do sapato social, em suas mãos, estavam empilhadas caixas de presente com papéis brilhantes e imensos laços de cetim dourados.

Spencer, meu irmão mais velho, é o primeiro a correr, pegando os presentes e pondo-os no chão, papai se acomoda na sua poltrona vermelha ao meu lado, gostávamos de nomear a poltrona de "trono", pois papai ficava lindo sentado lá, e que fazia com que nos sentíssemos pequenos na sua presença.
Stéphane se acomoda no colo do papai, fazendo-me sentir uma pontada de ciúmes, dês que ela e Steven nasceram, tomaram meu lugar de filha mais nova, e eu não gostava dos gémeos, sempre foram mais bonitos, com olhos azuis e cabelos dourados, como o papai, eu queria ser como ele, mas sou igual a minha mãe, com cabelos cor caramelo e olhos verdes, eu também não gostava dela, pois queria que ela morasse na mesma casa com o papai, na nossa mansão.

Eu adorava minha casa, onde meu quarto gigantesco com as bonecas de porcelanas ficavam em fila nas finas prateleiras de um material que não conseguia distinguir, mas papai falava que era de cristal, uma pedra preciosa muito delicada e brilhante, eu odiava o "meu" quarto nesse apartamento pequeno do papai, dive que dividir meu quarto com Stéphane, que fica brincando com minhas bonecas favoritas, as quais trouxe.

Independentemente da situação e circunstância que estávamos, eu gostava, estava com o papai, meu rei protetor, mas também amava mamãe, que sempre tinha tempo livre para brincar comigo.

Mas esse pensamento não durou por muito tempo.


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DE VOLTA AO LAR
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Califórnia - 17h02 - 06/08/12.

A casa da nossa mãe nunca esteve tão silenciosa, os cuidados com a casa estavam nas piores condições, os móveis caros eram cobertos com uma camada grossa de poeira,feita pelo tempo não gasto com a limpeza e cuidados necessários.
De nós quatro, eu sou a mais ansiosa para ver nossa mãe, eu queria vê-la e compensar todos os abraços não dados durante esses sete anos, e por toda as vezes que eu precisava de uma companhia feminina para tirar dúvidas que só mulheres podem responder.
Papai desceu as escadas com uma aparência indistinguível, era uma mistura estranha de coisas que não conseguir decifrar, pois ele escondia muito bem suas expressões farciais por debaixo das marcas que o tempo deixou.
Papai chama Spencer e eles conversam no topo da escada, não dava para ouvir nada, pois as escadas eram enormes com mais de oitenta degraus, e eu estava no começo dela.
Stéphane olhavam fixamente para os dois enquanto sussurrava com sua outra metade, Steven. Eu tentava ler os lábios e as expressões estranhas que Spencer fazia, mas disfarçava rapidamente, ele era bom nisso, assim como meu pai.

Finalmente nos despedimos do papai, seu olhar demorou-se em mim, ele analisava minhas curvas farciais e engoliu em seco, isso foi assustador.

- Se cuide, Sam, se cuide.- Sua silhueta some por trás daquela porta de madeira enquanto sua voz continuava sussurrando meu nome, como um fantasma.



Mamãe Está Estranha.Onde histórias criam vida. Descubra agora