Midoriya demorou um pouco para vencer suas crises de timidez e ansiedade aguda, antes de conseguir mandar alguma mensagem, por mais curta que fosse, ao homem que havia tatuado seu corpo. Ele nem esperava por uma resposta devido o tempo que enrolou. Mas ela chegou e foram poucos minutos mais tarde, alegrando o universitário.
As conversas começaram com perguntas comuns, conhecendo um ao outro. Bakugou era um cara legal e inteligente, apesar de sempre soltar uns palavrões no meio das frases ou xingar gratuitamente de vez em quando. Midoriya aprendeu, durante as conversas deles e as histórias dos amigos, que era mais questão de costume do que para realmente ofender.
Izuku adaptou-se a personalidade do tatuado mais rápido do que esperava. A complexidade daquele homem havia encantado o rapaz.
Assim que a tatuagem começou a descascar, Midoriya correu para o estúdio, alegando que não sabia o que estava acontecendo. Katsuki resmungou, mas dedicou um tempo para passar uma pomada sobre a tatuagem e ainda presenteou o menino com a mesma. Dessa vez, Midoriya quem o beijou, dizendo que a pomada e a própria tatuagem tinham um valor alto demais para serem quitadas com um só beijo.
Depois desse dia, Izuku passou a inventar uma mentira atrás da outra para visitar o estúdio. Por vezes ficava uma tarde inteira no local, dois ou três dias da mesma semana, fazendo companhia ao tatuador e o agarrando sempre que possível. Alguns dias ele saía com tantas marcas na região dos ombros e pescoço que precisava roubar moletons do loiro ou maquiagem de uma das funcionárias de lá.
Porém, apesar de todos os encontros, ainda não era o suficiente. Para nenhum dos dois.
Izuku batia o pé no chão repetidamente, deixando os amigos tão nervosos quanto ele com o som irritante que a sola produzia. Estavam fora da universidade, esperando Bakugou buscá-lo para irem à casa dele. Era a primeira vez que ficariam sozinhos em um local privado e o universitário sentia que iria explodir com o nervosismo.
O grupinho dele aguardava também, garantindo que Izuku não morresse do coração nesse meio tempo ou fugisse para além das colinas e nunca mais voltasse, enquanto brincavam e zoavam como crianças do quinto com piadinhas sobre namoro. De qualquer forma, ele não conseguia se importar menos com aquela bagunça.
- Brincadeiras à parte, Bakugou não parece ser o par ideal para você - desabafou Shouto, em meio aos gritos dos amigos. - Ele é muito rude e encrenqueiro, além de ser grosseiro. Seu completo oposto. Com certeza não é o cara certo.
- E essa certeza, por acaso, é a mesma que você tinha quando disse que seríamos ótimos como um casal? - Todos ficaram quietos e Izuku se arrependeu da frase dita. - Desculpe, não quis dizer isso.
- Opa, olha nosso homem aí! - Kirishima, sempre pacifista, amenizador de momentos tensos, apontou para o carro que estacionava no meio fio. A porta do passageiro foi aberta e a careta mal-humorada ficou visivel para todos. - E aí, Kacchan! Cuide bem do nosso Deku!
- Kacchan? - Midoriya escondeu um sorriso com a palma da mão ao ser repreendido pelo loiro. - Desculpe, mas não esperava por um apelido desses para você. - Outra risadinha. - Você usa meu apelido, então é justo eu usar o seu também!
- Se me chamar de Kacchan igual essa arrombado do Kirishima, passo com o carro por cima de você e dou ré! - Ameaçou, conseguindo tirar sorrisos e mais piadinhas dos amigos em relação ao seu humor. - Entre logo, Deku!
- J-já? - Gaguejou. - Quer dizer, ‘tá! Tchau, galera! - Balançou a mão, acenando para os amigos ao mesmo tempo que sentava no banco livre. Izuku fechou a porta e curvou-se em direção ao paquera para roubar um selinho rápido antes do carro acelerar.
- 'Cê ‘tá com fome? Avisa agora, porque não vou cozinhar na hora que chegarmos na minha casa.
O menino de sardas negou, escondendo um sorrisinho ao morder os lábios, sabendo que por trás daquela frase ríspida, estava uma grande pontada de preocupação. Katsuki apenas tinha aquela fachada de rebelde, mas era o mais responsável e cuidadoso com aqueles ao seu redor, principalmente sua nova paixão.
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Girassóis
Romance"- Qual é, porra? Só quero saber se você está certo disso, afinal, pediu minha ajuda, não é? - Sim, verdade. Os significados descritos aqui são: sorte, longevidade e vitalidade, mas eu particularmente sempre gostei de girassóis, por serem plantas qu...