Hate or... Horny?

Hate

- Será que não consegues fazer nada direito? - O chinês gritou, irritado com os erros intermináveis cometidos pelo mais novo. - Quantas vezes eu já expliquei como que se faz isso?

- Me desculpe, senhor. - O rapaz murmurou em resposta. As mãos juntas na frente do corpo e cabeça abaixada. O chefe estalou a língua.

- Não consegui ouvir-te. - Chenle disse de maneira fria, apoiando o peso em um dos pés e cruzando os braços, esperando que o Park repetisse mais uma vez. E o Zhong teve que se esforçar para manter a sua imagem fria e calculista, impedindo-se de sorrir ao ver Jisung levantar seu olhar levemente, sendo possível sentir o ódio que ele sentia por si.

- Me desculpe, senhor. Isso não vai mais se repetir. - O coreano disse com os dentes cerrados, claramente enraivecido com todo aquela situação. Estava sendo humilhado na frente de todos os seus colegas de trabalho. Mais uma vez.

- Eu espero que não. - Sorriu sem mostrar os dentes. Ajeitou sua postura e estava prestes a se virar e voltar às suas atividades quando teve uma idéia, voltou a se aproximar do castanho com um suspiro. - Estarás livre hoje depois do expediente? - Indagou de maneira indiferente, revirando os olhos quando viu a surpresa no rosto do funcionário, a cozinha parecendo ficar um pouco mais silenciosa. - Não pense mais do que deve. Apenas quero ensinar-te a fazer esse prato apropriadamente, pois estou cansado de estragar ingredientes por causa das suas poop hands.

Jisung encarou o menor por alguns segundos, ponderando se deveria aceitar ou não. Não estava confiante se poderia passar o seu amado tempo livre levando bronca do seu chefe bonitinho e estressado. No entanto, teve que pensar bem mais de duas vezes antes de negar, Chenle, apesar de ser muito exigente e meticuloso, era um bom chefe, o melhor dos melhores, e poderia ser muito produtivo para si aprender algum prato dele.

- Sim, senhor. Estou livre. - Sorriu, esperando algum tipo de reação do seu chefe, ou uma ordem para que voltasse ao trabalho, mas tudo o que o chinês fez foi ficar alí, encarando o sorriso do Park, o cenho franzido como se estivesse pensando em algo muito complexo. - Então.. eu vou voltar ao trabalho. - Jisung murmurou, se sentindo desconfortável com o olhar do mais velho sob si.

- A-Ah.. p-pode.. - Pigarreou, tentando se recompor da volta brusca á realidade. - Pode ir. - Mexeu a mão, apressando o mais novo para voltar ao trabalho. Um suspiro cansado saindo dos seus lábios ao ver o corpo alto e esguio se afastando.

Chenle se perguntava se aquela decisão seria boa para a sua sanidade mental.

◺♨◿

Jisung estava tentando fazer algo de útil, como, quem sabe, cozinhar, mas parecia que seus colegas de trabalho tinham outros planos para si. Desde que entrara naquele restaurante era daquele jeito, sempre deixado de lado de qualquer que fosse a ocasião e até mesmo nas tarefas. Não que estivesse reclamando, estava em um bom emprego, com uma carga horária aceitável, um salário ótimo, benefícios maravilhosos e até mesmo comida de graça. Era o trabalho dos sonhos! E quando o Park fora contratado para trabalhar naquele restaurante, com um cozinheiro mundialmente conhecido, quase desmaiou. Jisung se sentira recompensado, todo o seu esforço e dinheiro utilizados em toda a sua jornada até o momento foram gastos de uma maneira compensadora, ou isso pensou até o momento em que percebeu que nem tudo eram flores.

No seu primeiro dia de trabalho já havia levado bronca e cometera diversos erros, mas no final, talvez não tenha desagradado tanto assim o seu chefe, pois, de algum jeito, ainda continuava alí. Não que achasse que não merecesse, era óbvio que merecia! Havia se esforçado muito e ido para uma das melhores universidades culinárias, havia feito vários cursos, estudado dia e noite, e sentia que alí era onde devia estar. Mas também sentia-se deslocado, sempre recebia sermões, então, o que estava fazendo alí se cometia diversos erros continuamente? Jisung não sabia, mas, de qualquer forma, não estava desanimado, iria mostrar para Chenle e para todos os seus colegas de trabalho de que era capaz de mais do que apenas ser um happy virus ou de cometer erros. Iria mostrar a eles toda a sua capacidade!