A primeira vez que Asahi quis beijar Nishinoya foi no festival Hanabi Taikai¹, quando o viu com os lábios vermelhos e sujos de calda açucarada. Ele estava tão adorável, com a boca suja por estar comendo maçã do amor, Asahi desejou experimentar aqueles lábios para saber se era tão doce quanto parecia. Sentiu seu rosto corar com o pensamento, mas não poderia evitar. Retirou-se de perto de Yuu e Tanaka com a desculpa que iria procurar Daichi, mesmo que no fundo só queria se distanciar da tentação.
Lembrou-se da primeira vez que Asahi quis abraçar Nishinoya em um dia chuvoso. Ele havia esquecido seu guarda-chuva e estava parado na frente da escola enquanto esperava o temporal diminuir para sair correndo até em casa.
— Asahi-san... — Escutou seu nome ser chamado e sentiu seu coração falhar uma batida quando notou ser Noya — Por que ainda está aqui?
— Eu... Hm... Esqueci meu guarda-chuva. — Azumane disse coçando a nuca, e Nishinoya notou que ele estava constrangido.
— Pode vir comigo então! — Falou, sem rodeios. — A chuva não parece que vai dar trégua, então vamos!
E Asahi quis negar, oh, como ele quis! Porém, também queria estar tão perto e acabou se dando por vencido. No caminho para casa ele sentiu suas mãos formigarem, ele estava ali tão perto que podia sentir o calor que emanava de seu corpo, teve vontade de abraça-lo. Conteve-se com muito custo, mas isso não impedia que Nishinoya não o fizesse.
— Para não nos molhar tanto. — Disse como se não fosse nada e Asahi agradeceu aos céus por aquele momento.
Novamente a nostalgia o pegou de jeito, se recordou da vez que que quis mexer no cabelo de Nishinoya foi após um treino. Eles estavam no vestiário, haviam tomado banho e preparavam-se para ir embora. Yuu tinha os cabelos molhados com a mecha loira caindo em seus olhos, bem diferente do seu penteado usual.
Azumane estava sentado ao seu lado no banco de madeira, próximos aos armários. Sentiu seu estômago se contrair em expectativa, e por fim, não pôde se conter: tocou os fios negros com a ponta dos dedos. Ele o olhou de soslaio, porém, nada disse. O silêncio tomou o ambiente sendo cortado quando Asahi comentou.
— É tão macio quanto imaginei — Quando terminou a frase, ele corou e Noya também. Asahi quis beijar aquelas bochechas rubras e o confortar gentilmente em seu abraço.
***
Asahi o beijou no dia que Karasuno derrotou Shiratorizawa. Ele estava feliz ou melhor, estava radiante. Seu corpo transbordava alegria e Noya, em um momento impensado, pulou em seu colo e o abraçou. Sentiu cheiro de um perfume adocicado, juntamente com suor; mas aquele aroma cabia perfeitamente para aquele momento. Azumane o abraçou, apertou como sempre desejou e quando o soltou, fitou seus olhos.
Noya tinha um olhar diferente de todos que ele já havia visto, pareciam perspicazes, mas sem perder a simpatia. Encarou boca de Noya, fechou seus olhos e selou ali os lábios; foi rápido o suficiente para que ninguém ao seu redor notasse. Lento o suficiente para seu coração quase sair do peito e especial para receber um sorriso lindo do outro. Ali, teve a confirmação que estava perdidamente apaixonado.
Houveram muitas primeiras vezes para ambos e em cada uma delas, ele descobriu o quanto amar alguém te faz diferente.
Ele que era tão calmo, se viu raivoso quando deram em cima de Noya enquanto estavam em um encontro. Quando chegaram em sua casa, o beijou com fome e paixão para provar a si mesmo que Yuu estava com ele e ninguém mudaria isso.
Aquela foi a primeira vez que se amaram de corpo e alma, entregaram-se um ao outro, com corações batendo juntos na mesma frequência. E Asahi sentiu que um pedaço seu estaria com Nishinoya para sempre.
Para Azumane era como se tudo estivesse da forma que deveria ser e com Yuu deitado em seu peito, acariciou os cabelos do namorado lentamente. Seu coração batia irregular após terem feito amor, pareceu que seu corpo cobrou o preço de todo o sentimento que foi posto em forma física.
— Maçã do amor... — Asahi soltou a frase no ar.
— Hm? — Noya que ergueu a cabeça e o olhou, resmungou como se quisesse saber do que se tratava o assunto.
— Acho que foi no dia que te vi com a boca suja de maçã do amor que me apaixonei por você.
Noya sorriu e fechou os olhos apenas desfrutando daquele momento. O mundo lá fora não importava, pois o calor dos braços de Asahi o contornava e protegia. Poderia ser assim para sempre, e bom, ele não se importaria se fosse.
N/A:
¹: é uma festividade japonesa realizada durante o verão, em várias províncias por todo o país, e outono onde são queimados muitos fogos de artifício.
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Maçã do Amor
FanfictionNishinoya foi motivo de muitas 'primeiras vezes' na vida de Asashi, e em todas elas, Asashi apaixonou-se um pouco mais.