Capítulo 06

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Ele abre a porta do quarto dele e a primeiro coisa que eu faço é olhar ao redor, o quarto dele é escuro e bagunçado cheio de posters de jogos e bandas que eu nunca ouvi, a cama estava bagunçada com cobertas em cima e um notebook aberto, ele começa a rir das minhas expressões.

"O que tanto olha?" Ele pergunta sentando na sua cama enquanto continuava olhando para mim.

"Nada, tô tentando entender se aquilo é posters de jogo ou..." Eu falo mas ele não deixa eu terminar minha frase, me interrompendo.

"São bandas de rock, mais como você deve ser dessas menininhas que ouve aquelas música sem graças de hoje em dia nunca deve ter ouvido música de verdade." Ele debocha da minha cara e eu fico extremamente irritada. Quem ele pensa que é pra fala das minhas músicas, que ridículo.

"O que?? Você nunca deve ter ouvido uma música pra fala desse jeito." Eu digo cruzando os braços eu tenho certeza que estou vermelha de irritada, e ele volta a olhar para seu notebook.

"Eu não preciso ouvir para saber." Ele começa a rir me irritando ainda mais.

"Então vamos fazer uma aposta??" Eu proponho e ele afirma acenando com a cabeça. "Você ouve um CD todinho da One Direction e se gosta, você faz alguma coisa que eu proponho..." Eu falo e ele se levanta vindo em minha direção.

"E se eu não gosta??" Ele fala me prensando na parede, segurando em minha cintura, aquilo me intimida e sem pensar eu aproximo meu rosto do dele, ficando centímetros de seus lábios rosados eu não conseguia não olhar para sua boca. Eu não sei o que estava pensando quando fiz isso...

"Mesma coisa, eu faço algo que você proponha..." Eu falo e ele se aproxima ainda mais de mim quase me beijando, ele olha para meus lábios também mordendo seus lábios deixando eles ainda mais rosados, eu sinto um calor subir em meu corpo, ele olha fixamente em meus olhos enquanto minhas mãos estão apoiadas na parede junto com meu corpo.

"Isso vai ser moleza." Ele fala se afastando de mim tirando sua mão da minha cintura, e por um segundo eu queria que ele tivesse continuado ali. QUE??? NÃO EU NÃO QUERIA.

Eu queria entender o que foi que aconteceu ali, que menino ousado... Ele quase me beijo, que audácia, talvez uma parte de mim queria... Só talvez.

"Vamos fazer o trabalho." Ele fala se sentando novamente na cama e eu ainda sem reação me sento junto a ele para começar a fazer o trabalho. "Me fala mais de você Beatriz." Ele pergunta e eu tenho medo de onde o rumo dessa conversa vai ir.

"Ah eu moro com minha tia, me mudei várias vezes por conta do trabalho dela, gosto de ler, desenhar, ouvir musica... Acho que só, sinceramente essa pergunta me causa um branco na mente e parece que eu não me conheço." Eu falo enquanto ele anota no seu notebook.

"E seus pais..." Ele fala e eu sinto um nó em minha garganta, eu quase nunca falo dos meus pais para ninguém isso me ajuda a evitar pensamentos negativos, ou lembra que um dia eu tive pais e não era só eu e minha tia.

"Meu pai morreu quando eu tinha sete anos e minha mãe me abandonou em um orfanato... Tem como não botar isso no perfil que você tá criando, não é algo que eu goste de expor para todos..." Eu falo e ele fecha o seu notebook e se aproxima de mim.

"Sem problema... Você não é a única com um passado nada legal, e quando souber o meu você vai se afastar..." Ele diz com a voz um pouco falhada e abaixa a cabeça, nesse momento tive vontade de o abraçar, eu sabia que uma hora ou outra esse assunto ia ser dito.

"Eu já sei..." Eu falo e ele volta a olha para mim ficando um silêncio completamente pesado entre nós.
Antes que eu pudesse falar qualquer coisa meu celular começa a tocar. "É minha tia... Eu tenho que ir a gente continua o trabalho amanhã." Falo me levantando e desligando o celular.

"Ei... E por que não se afastou de mim??" Ele pergunta segurando minha mão quando me levanto, e eu o encaro olhando nos seus olhos... E vejo que por mais que uma parte dele gosta de fica sozinho a outra queria que fosse só um pesadelo e ele acordasse.

"Por que não acho que é verdade aquilo... Não vejo nada daquilo em você." Eu falo e ele sorri para mim, se levantando para descer comigo as escadas.

Ele me levou até a porta, até insistiu em me levar mais eu recusei, pois precisava ficar um pouco sozinha, no caminho para casa eu não consegui parar de pensar no que aconteceu, no jeito dele, na forma que ele me botou contra a parede, não parei de pensar nele e como eu sentia  cada vez que ele não é nada daquilo que os outros pensam e espalham dele o que eu não entendo é o porque ele deixa que os outros achem aquilo dele e porque ele não conta a verdadeira história e o que realmente aconteceu naquele dia... Ele deve ter trauma assim como eu tenho do meu passado a ponto de não lembra o que aconteceu também. Coloco meus fones de ouvido e volto a ouvir minha música enquanto me dirijo para casa, o céu já está escuro mas as ruas estão iluminadas pelos postes de luz, cada passo que eu dou cenas aparecem na minha cabeça ele não para de aparecer nos meus pensamentos, talvez seja a música ou talvez seja minha mente me pregando peças, alguns minutos depois eu chego em casa as luzes de dentro de casa estão ligadas, entrando em casa que está quentinha até ainda meio bagunçada mas ou poucos tudo vai se encaixando no seu devido lugar, minha tia está no sofá dormindo a casa ainda está cheia de caixas inclusive a sala, em cima de uma tem um cobertor cinza que pego e jogo em cima dela delicadamente para não acordar pois ela parece muito cansada, os dias as vezes para ela são longos ela fica o dia todo investigando e juntando pistas para postar matérias apenas com verdades e nunca ditas por outros jornalistas, ela é muito autêntica e não aceita suborno e quase sempre é odiada por não aceitar que os outros digam a ela o que fazer. Depois de pegar algo para beber vou para meu quarto ler um livro antes de dormir...

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