Capítulo 1- Carvão

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"Cabelo armado, mas é o que tem para hoje"-pensava alto a loira

Todos me odeiam na escola.Não me pergunte o por quê.Mas no fundo, acho que eles leem a mente das pessoas, não é possível.Acho que só tenho imaginação de mais,sabe? Já me senti vivendo várias coisas, e acordei do que eu acho que é um sonho,só pode. A única coisa é que esse sonho é tão real! Me sinto mesmo lá! Bom, essa história é para contar meu último sonho.E o que deu nele.

Estava em um avião indo para algum país diferente.Iraque,eu acho.Do meu lado, sentado no banco igual gente, havia um gato malhado cor-de-mel. Sua dona me fuzilava com os olhos, que eram negros como carvão. Ela devia achar que eu iria maltratar o gato,coisa assim. E então percebi que não era só a mulher que me matava com os olhos, mas todos daquele estranho avião

O piloto sussurou em seu microfone "Estamos passando por uma área de turbulência. Por favor, afivelem os cintos e mantenham-se sentados até o próximo aviso".Havia um tom de preocupação em sua voz. No mesmo instante o balanço começou.Todos berravam desesperados,mas eu,estranhamente,não sentia o estremecer.Aos meus olhos, todos estavam loucos, e eu era a única normal.Ou será que eu era a única diferente?

Chegou um momento que mesmo sem sentir nada estava com medo. Para você leitor, ter uma ideia,haviam três freiras na parte da frente do avião, e uma estava gritando palavrões! Achei que a melhor coisa a fazer era tentar me acalmar, dormir, afinal era só um sonho, não é mesmo?

Tentei,e não consegui. Minha alma fulminava com tanta ação nos meus olhos. Ao menos 3 pessoas já tinham desmaiado de horror. Decidi comunicar o piloto, não era possível que ele não pudesse fazer nada!

Andei o corredor sem nenhuma dificuldade, como eu não sentia nada, a única coisa que tinha que desviar eram de um homem, que estava, com muita dificuldade, rezando em uma língua que eu não conhecia.

Bati na porta da cabine do piloto, e logo em seguida entrei. Ninguém me impediu, afinal a discórdia era tão grande, que tanto fazia a minha presença.O co-piloto, me disse:

--Você está maluca? Vai acabar caindo e desmaiando com tanta turbulência!

Ele olhou para as minha pernas, imóveis no chão e arregalou os olhos. Afinal, era para eu já ter desabado no chão com a força dos ventos. Nisso o piloto pediu para o co-piloto assumir o comando, e levantou-se para falar comigo. Ele tinha o mesmo estranho equilíbrio, ou seja lá o que for, que eu. Chegou a minha vez de perguntar:

--Como você, na verdade nós dois, temos tanto equilíbrio?

--Isso não interessa agora, você quer sair viva daqui, não quer?

--É meio óbvio que sim, não é?

--Então me dê a mão.

Com um pouco de medo, encostei lentamente a minha mão na dele. Comecei a ver lapsos de toda a minha vida, e então me vi acordada na cama.Meu corpo doía,e então notei no meu pulso uma marca em forma de rosa dos ventos.  


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⏰ Última atualização: Oct 27, 2015 ⏰

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