Prólogo

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No começo era apenas o Criador. Não havia mais nada, nem a maior das galáxias, a mais brilhante das estrelas, nem o mais vivo dos planetas, nem firmamento... Nada. Apenas o Criador e a escuridão plena.

Sentindo-se sozinho e sem propósito, o Criador resolveu moldar com suas próprias mãos, seres celestiais, (que chamou de Arcanjos), e que o ajudariam a criar e cuidar de todo o espaço que ele estava imaginando. Suas duas primeiras criações, Miguel e Amitiel eram quase perfeitas. Miguel recebeu uma aparência que era a imagem e semelhança de seu Criador, exceto pelas asas, e que serviriam de base para a criação do homem. Era um guerreiro forte, poderoso, alto e esguio, com cabelos escuros e longos até metade de suas costas, seus ombros eram largos e braços fortes, os olhos eram azuis como o mais profundo dos mares, as asas em suas costas tinham uma envergadura do dobro de sua altura, lembravam as asas de uma águia, porém eram alvas como as de um cisne. Trajava uma armadura dourada com detalhes em prata e um desenho enorme de uma estrela explodindo no peito. Deus o presenteou com uma lança batizada de Justiça Suprema, seu cabo era feito de um metal que reluzia como prata e sua lâmina tinha um brilho e transparência que lembravam um diamante lapidado, mas dentro dela, queimava uma chama dourada.

Amitiel foi moldada como Deus a base do que seria uma mulher. Altura mediana, cabelos ruivos e lisos até a cintura, seus olhos eram negros como a vastidão que os cercava, trajava um vestido azul celeste fechado e com detalhes em dourado, nas costas do vestido, o mesmo símbolo que jazia no peito da armadura de Miguel, suas asas eram iguais a de seu irmão, porém, proporcionalmente menores. O presente de Deus para Amitiel foi a sabedoria plena e conhecimento total, ela seria o ser mais sábio e inteligente em toda a criação. Além da sabedoria, Deus deu a Amitiel O Último Despertar, uma espada tão poderosa que só poderia ser sacada no caso de houver uma antítese forte o suficiente para invadir os portões celestiais que estavam para ser criados, a espada tinha o punho para as duas mãos, era toda feita em uma prata reluzente e sua guarda era incrustrada com várias pedras negras com a cor fosca, a bainha era toda feita em uma prata tão polida que reluzia, mesmo sem haver luz alguma.

Após as duas criações, Deus revelou seu nome para seus dois jovens filhos e disse que nunca o dissessem em vão e assim foi por muitas eras. Então o Criador, olhou para seus filhos e disse: "Então... que haja a luz.". Um pequeno ponto luminoso surgiu ao longe, ele parecia diminuir cada vez mais, até que então, o ponto explodiu e se expandiu. Bilhares de estrelas surgiram, iluminando e criando o firmamento. Deus decidiu então, moldar a partir da luz da estrela mais brilhante de toda a criação, seu filho mais perfeito. Deu a ele a força de Miguel e boa parte da sabedoria e inteligência de Amitiel. Deus deu à criatura surgida da luz da maior das estrelas o nome de Lúcifer. Lúcifer era indescritivelmente mais belo que seus irmãos e embora fosse um pouco mais baixo que Miguel, era uma criatura alta e seus cabelos dourados iam até os ombros, seus olhos eram cinzentos e serenos, com o corpo magro, suas asas tinham as mesmas características das de seus irmãos, trajava uma armadura totalmente branca, com o mesmo desenho de estrela no peito. As primeiras palavras que Lúcifer ouviu de seu Criador foram:

-Você é a minha criação mais perfeita, será o meu general, meu comandante e liderará seus irmãos quando for necessário. – Disse o Criador. – Você é a minha Estrela da Manhã.

Então, Deus forjou duas armas de uma supernova. A primeira era um mangual que Lúcifer batizou com o seu próprio título: A Estrela da Manhã. A segunda era um escudo que recebeu o nome de A Sombra do Crepúsculo. A Estrela da Manhã era a segunda arma mais poderosa de toda a criação, ela não ficava o tempo todo com Lúcifer como A Suprema Justiça ou O Último Despertar que estavam o tempo todo com seus irmãos. Lúcifer poderia invocá-lo de onde estivesse, A Estrela da Manhã era uma arma imparável que só não quebraria a sua antítese... A Sombra do Crepúsculo. O escudo inquebrável de Lúcifer era a única proteção em todo o firmamento contra O Último Despertar e, assim como seu mangual, poderia ser invocado. A sua principal característica era: Quando Lúcifer invocasse seu escudo, todos os seus subalternos no firmamento saberiam que seu maior general estava em perigo e que eles deveriam correr em seu socorro. Mas Lúcifer sucumbiu ante sua própria perfeição, criou um orgulho tamanho que escondeu A Sombra do Crepúsculo, dizendo a si mesmo que ele, Lúcifer, era tão perfeito que jamais precisaria invocar tal escudo.

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