høur ø1

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"A vida é como um elevador. No seu caminho para cima, às vezes você tem que parar para deixar algumas pessoas saírem." ABDELNØUR, ZIAD K.

"O-o que?" Jennie perguntou, meio incerta, enquanto a garota emo gótica se sentava no chão do elevador sem nenhuma cerimônia. "Como assim estamos presas?"

A garota revirou os olhos, claramente irritada. Jennie não pode deixar de notar que seus olhos eram de um escuro intenso, preto exótico, preto tudo que podia se dizer lindo, que combinava claramente com suas roupas escuras e metálicas e lápis de olho negro. "Ótimo, tô trancada nessa joça com uma estressadinha..."

Jennie queria bater na garota, mesmo sabendo que provavelmente acabaria no chão em menos de um minuto. A menina emo era mais alta, e com certeza tinha mais força também. "Desculpa se não considero ficar presa em um elevador a melhor coisa no momento, querida!"

"Como se eu quisesse estar aqui também, né!"

Jennie respirou fundo, tentando não se exaltar com a menina de olhos negros. Ela era pacífica, ela iria manter a calma. "Você está certa, me exaltei um pouco... Eu só..." Ela se sentou ao lado contrário do elevador, pensando. "Devem nos tirar daqui a pouco e- "

"Não vão não." A garota respondeu, certeira.

"Como você tem tanta certeza?" Jennie inquiriu, inquieta.

"Porque acabou a luz na cidade toda." A menina gótica respondeu sem rodeios. Vendo que Jennie ainda parecia confusa, continuou. "A tal crise energética? Que o Primeiro Ministro não sabe resolver? Não? Nada?" Por fim, revirou os olhos negros. "Basicamente, esse deve ser o primeiro apagão do verão. Dou um chute de 5 horas de duração."

Jennie perdeu a respiração de nervosismo. "Cinco horas?!"

A garota de cabelos lisos nem se deu ao trabalho de tentar acalmar a outra. "Sim. Então, vai se aconchegando aí que vai durar. Espero que tenha ido ao banheiro..."

Jennie encostou as costas nas paredes frias, metálicas do elevador, fechando os olhos por um momento. Ela não podia acreditar que estaria com as amigas se tivesse saído um pouco mais cedo de casa. Ela não podia acreditar que estava presa no elevador. Ela não podia acreditar que iria ficar trancafiada com uma menina arrogante por mais de cinco horas.

Então lembrou das amigas e em um momento de euforia, pegou no celular.

"Nem adianta. Sem sinal." A outra menina disse monotonamente.

Jennie arfou, um tanto frustrada. O elevador já começava a ficar abafado. "Como você sabe que vão ser cinco horas realmente?"

De novo, parecia que ela estava realmente entediada e faria de tudo para não estar ali, trancada com uma menina tão simplória como Jennie. "Porque eu assisto ao jornal, oras."

Jennie ficou meio surpresa que assistisse o jornal, por causa da idade e seu estilo de roupas, já que passava uma aura mais "foda-se o governo" que "vamos ver o jornal das 10", mas deu de ombros, tirando sua jaqueta, já que o ar começava a ficar mais abafado. Já tinham se passado dez minutos desde que o elevador tinha parado. A outra menina estava ouvindo música, então Jennie decidiu tentar se ocupar também.

Porém não tinha nenhum livro, e seu celular velho não tinha música. Resolveu então, perturbar a garota.

"Qual seu nome?"

"Rose."

"Só Rose?"

"Só Rose." A garota respondeu, estoicamente. Não parecia muito afim de trocar informações com Jennie, mas nem por isso a garota de cabelos negros desistiu.

"Eu sou a Jennie. Prazer."

Rose acenou com a cabeça, se mantendo calada. Assim se passaram 20 minutos naquele elevador metálico e um tanto abafado. Um silêncio mortal por parte de ambas meninas, de mesma idade, morando no mesmo prédio, mas completas estranhas.

Até que uma das meninas gritou em desespero. Rose olhava para o celular um tanto desesperada, como se a luz da sua vida estivesse morrendo. E talvez estivesse mesmo.

"Não, não, não!" Ela repetia, clicando incessantemente no celular, que não exibia mais luz em sua tela. "Sabia que deveria ter carregado essa porra antes de sair de casa! Caceta."

Ela jogou o celular para longe dela, para o outro lado do elevador, causando um grande barulho que assustou um pouco Jennie. A garota achou melhor permanecer calada sob tais circunstâncias.

Rose ficou olhando raivosamente para o celular do outro lado da porta, como se aquele pequeno objeto fosse tão amado e tão odiado ao mesmo tempo.

"Caralho, por que tudo tem que dar errado na minha vida?!" Rose perguntou, um pouco exasperada.

Jennie sabia que era uma pergunta retórica. Rose sabia que era uma pergunta retórica. Todos sabiam que era uma pergunta retórica. No entanto, mesmo assim, foi respondida.

"Tenho certeza que isso não é verdade, então não diga isso." Jennie respondeu, fazendo a atenção de Rose focar nela. Ela tentou não se encolher com a repentina atenção da gótica sob si.

"Como tem tanta certeza?"

Jennie pigarreou. "Estamos somente em um elevador... Poderíamos estar no meio de uma cirurgia ou algo pior..."

Os olhos de Rose se esbugalharam. "Ah, e saber que tem pessoas no meio de cirurgias no momento deveria me fazer ficar melhor? Muito obrigada, Jennie!"

Jennie sabia que Rose estava sendo passiva agressiva para distanciar uma da outra e, geralmente, a menina iria desistir de se aproximar da pessoa se a tratasse assim. Porém algo em Rose a chamava atenção. Algo na garota gótica de cabelos lisos e olhos negros era um mistério para Jennie e ela tinha que resolvê-lo.

"Não é isso, Rose, e você sabe disso. Só não vejo necessidade de você odiar sua vida. Poderia estar aqui sozinha, sem mim... Imagina só!"

Rose revirou os olhos novamente, como de praxe. "Eu imagino sim, mais do que você pensa..."

Jennie ficou um pouco ofendida. Ela também não gostava da companhia de Rose mas vendo agora, notou que estaria completamente desesperada se estivesse sozinha, com seu celular sem sinal, sua bolsa de caminhada e roupas da adidas.

"Olha, Rose... Você parece uma pessoa bem fechada, e me desculpe por querer me intrometer na sua vida." Ela falou aos poucos, baixinho. "Mas iremos passar mais 4 horas e 15 minutos juntas, então acho legal ou nos tratarmos cordialmente ou pararmos de nos falar. Alguma hora vamos nos estressar, e precisar uma da outra. Então, mantenha seus segredos. Só não seja rude, por favor."

Por um momento, pareceu que Rose ia largar a armadura. Parecia que ia deixar a máscara cair e iria parar de ser tão fechada e rude. O momento só durou até o aceno de cabeça concordando, porque Rose fechou os olhos e encostou a cabeça na parede de ferro.

"Escolho a opção de não se falar. Me acorde quando tudo isso acabar."


oooi!

eu entrei em hiatus na conta de au's e automaticamente parei de entrar aqui também, mass pocky game chegou em 1k!!! eu me animei e tive que trazer algo novo em comemoração

eu tava há tempos de adaptar essa short fic, e finalmente trouxe ela, ela é da @feministlarry e originalmente é larry (au!fem), caso você goste, vai lá dar uma olhada

eu tenho mais duas one shots nessa conta, pocky game (jikook), que é a que chegou em 1k, e síndrome de cotard (larry), que vai chegar logo em 1k também. elas são meus amorzinhos, caso você goste do shipp já sabe ^^

votem e comentem,

laura.

elevator stories | chaennieOnde histórias criam vida. Descubra agora