Hospital

1.3K 58 19
                                    

Terror, era oque Peter sentia enquanto corria da sombra negra pelos corredores do "hospital" , Peter virou -se para trás e tentou lançar suas teias, mas aquela merda não funcionava mais Porque isso sempre para quando eu mais preciso? Ele continuou acelerando até virar em um corredor cheio de seus "colegas de ala", ele não irá me seguir em um lugar cheio de testemunhas ledo engano, a sombra apertou o passo atrás do pequeno menino aranha, chegando cada vez mais próximo, estendendo suas mãos para alcançar o menino, e então Peter bateu na parede.

Ou pelo menos no primeiro momento ele achou que era uma parede, mas não havia paredes vermelhas naquele "hospital" , e paredes, até onde ele lembrava, não possuíam rosto.

- Ei, olha por onde anda garoto- disse a voz amargurada do homem de vermelho, olhando em meus olhos.

-Eeee desculpe estranho eu..-pera, eu não tenho tempo de falar, a sombra, ela esta atrás de mim, eu preciso correr.

Mas quando eu olhei para trás, não tinha mas nada ali, será que ele fugiu?

- Eu oque menino? Desenrola caralho- o menino de vermelho perguntou bravo.

- Eu, é, nada.- respondi enrolado, não havia razões pra deixar um paciente alarmado, de qualquer forma eu iria deter a sombra.

- A vai se fuder- foi tudo que ele disse antes de se afastar quase soltando fumaça pelas orelhas menino bravo esse.

Andei pelos corredores até chegar ao meu quarto, fazia tanto tempo que eu estava no "hospital" que eu nem lembrava mais o motivo de estar lá, mas meus pais ficaram de vir me buscar em poucos dias, eu vou perguntar o motivo quando eu ver eles.

Sentei na minha cama e procurei meu diário, o médico Clint falou que escrever me ajudaria a lidar com a solidão, já que os meus pais viajavam muito e não podiam ficar aqui comigo enquanto eu faço meu tratamento, e como eu sei que mais ninguém entenderia se eu falasse dos meus poderes e dos monstros que eu enfrento diariamente, eu falo de tudo isso com o meu diário.

Quando terminei de relatar a minha aventura de hoje, como eu estava no mictório quando a sombra apareceu e como as minhas teias me deixaram na mão denovo, eu sai do quarto para comer um pouco, já devem ter servido a janta a essa hora.

Sai do quarto, e comecei a caminhar pelos corredores escuros, cadê todo mundo? Eu me perguntava, será que eu deveria voltar pro meu quarto? Mas eu não voltei, eu estava com fome e nada de ruim iria me acontecer neh? Foi quando eu virei o terceiro corredor que eu vi, lá estava, a sombra, me virei no mesmo momento e me pus a correr tenho que voltar pro quarto agora mas eu sabia que não iria conseguir, minhas teias não funcionavam mais, a sombra estava muito perto, ela iria me capturar..

-Aiiii- gritei quando cai de bunda no chão.

-Puta merda ehn moleque, você denovo? Não tem mais ninguém nessa merda pra trombar não?- roupa vermelha, rosto mal humorado, você denovo? Mas agora eu não teria mais tanta sorte, só tinha nós dois aqui, a sombra não recuaria.

Mas ela recuou, no momento em que eu olhei em volta eu percebi isso, ela não estava mais lá, só eu e o menino mal encarado.

Porque? Porque ela recuou? Será que ela tinha medo de vermelho? De mal humor? Medo dele?

É isso! Ela tem medo dele, ela recuou porque estava com medo dele, quem ele é? Como ele faz isso? Eu não sei, mas sei que preciso dele perto de mim.

A partir daquele momento eu não desgrudei mais dele, descobri que o nome dele era Wade, ele tinha 18 anos, ele era canadense, o pai era militar e a mãe tinha morrido de câncer pobrezinho, eu não consigo imaginar como deve ser não ter mãe, e ele não gostava de pessoas, mas eu não me importava, ele que me aturasse, enquanto ele servisse de repelente contra monstros eu nunca sairia de perto dele, ou pelo menos até a minha teia voltar a funcionar.

Nós passamos pelo menos 3 meses juntos, ficamos tão próximos que eu nem percebi a falta de visitas dos meus pais, eu estava feliz, em apenas 3 meses, ele fez eu me sentir leve, se você conseguisse ver por debaixo daquela máscara mal humorada, veria uma pessoa incrível, genuinamente bondosa, simplesmente inigualável, eu acho que estou me apaixonando por ele.

E então a minha tia May apareceu, ela parecia acabada, eu não entendia o porquê, ela me abraçou bem forte e pediu perdão por ter demorado tanto pra aparecer, eu realmente não me importei, ela pelo menos apareceu, e meus pais, que nem parecem lembrar que tem um filho?

- Ei tia, que cara é essa? Você tá aqui, não importa o tempo que você demorou pra chegar, você tá aqui neh?- falei acariciando o rosto enrugado da minha tia.

-Você tem razão meu anjo, você sempre tem razão- ela me abraçou forte mais uma vez e então se afastou um pouco, me encarando- ei Pete, eu vou te levar pra casa, que tal? Eu e o tio Ben já até reformamos o quarto de hóspedes pra você.

Minha adorável tia May me deu um lindo e feliz sorriso, mas eu não estava feliz, eu teria que sair dali? E o Wade? Em tão pouco tempo, ele já era alguém muito importante pra mim, e agora eu teria que abandona-lo aqui? Eu não queria.

E foi por isso que eu fiz oque fiz, me levantei e empurrei a tia May, abri a porta e sai correndo.

Virei o corredor cinzendo a tempo ao mesmo tempo que ouvia minha tia chamando meu nome, e continuei correndo, eu precisava encontrar Wade, ele me ajudaria, até a fugir se fosse preciso, então eu corri, até as meus pés doerem e minhas panturrilhas arderem, corri até chegar em um corredor sem saída com apenas uma porta, com uma placa escrita dr. Barton, eu não podia entrar lá, trair a confiança do médico Clint assim, mas quando eu olhei para trás, tive uma das visões mais aterrorizantes da minha vida, minha tia, May, estava lá, mas ela não tinha mais olhos, apenas sombras que vazavam e gotavam dos orifícios onde antes tinha seus globos oculares, sua boca apontava sangue e de suas barriga agora aberta em um corte que ia do pescoço até seu umbigo, saiam suas tripas.

Não

A tia May não

Vi minha visão ficar turva e senti minha garganta secar, mas antes de desmaiar ali, abri a porta do consultório, entrei e bati com força, antes que a sombra do que já foi a tia May me alcançasse.

Deslizei pela porta da sala, chorando até a água do meu corpo secar, segurando a vontade de colocar meu almoço pra fora, e fiquei lá por horas, apenas ouvindo a tia May arranhar a porta, tentando entrar.

Me levantei e comecei a procurar algo para deter a tia May, olhei em volta e tive uma ideia.

Muitas pessoas tem armas pra defesa própria nos Estados Unidos, porque o médico Clint não teria?

E então comecei a revistar sua mesa, procurando em cada gaveta, até chegar a última, não havia armas, eu estava fudido, mas havia outra coisa lá, uma pasta, de papel, com Peter Parker, meu nome, na capa.

Abri, lendo cada letra, decifrando cada frase.

O nome do meu pai

O nome da minha mãe

Será essa a minha ficha médica?

Minha data de nascimento

A data em que eu fui internado

Esquizofrenia

Oque é esquizofrenia?

 between the avengersOnde histórias criam vida. Descubra agora