Muitos acreditam que no mundo em que vivemos há coincidências por toda parte. Eu penso diferente.
Tudo que aconteceu, acontece e acontecerá a nossa volta tem um motivo, uma razão, algo por trás que até hoje ninguém pode explicar, por isso as pessoas preferem acreditar ser um mero e simples acaso do destino, mas eu não, até um simples erro foi premeditado para acontecer, tudo está em sintonia, conectado, é como uma árvore, uma simples perturbação nessa árvore que faça uma folha cair pode trazer consequências que a humanidade não imagina.
Como eu sei disso? Acredite, se eu pudesse te explicar com clareza eu o faria, ainda tento entender como vim parar aqui, o que meu trouxe, os motivos, e porque eu entre tantos outros? O que posso afirmar é que se fui escolhido não foi por coincidência, alguem quis isso, quem é ele e o que é tudo isto é o que pretendo descobrir.
A muito tempo atrás, quando não havia a era dos homens, existiam outras raças e seres que viviam no mundo que hoje chamamos de Terra. São conhecidos por vários nomes como mitos, mitologia, religião, fantasia, lendas, entre vários outros. O que poucos sabem nos dias atuais é que ainda há algum desses seres e que estão aqui entre nós.
De algum modo em nossas vidas ouvimos falar deles, quando nossos pais iam nos contar histórias para dormir todos os dias, lendo livros , na internet, filmes, entre outros. Foram vários os métodos para que suas existências não fossem esquecidas , por séculos até os dias de hoje e foi assim que nós os conhecemos. Poucos conhecem a verdade por trás dessas lendas e quem conhece prefere nunca ter descoberto.
E como esses seres supostamente desapareceram? Tudo começou quando havia harmonia entre todos eles, todas as raças convivendo entre si, porém algo que poderia mudar o curso da história e do mundo estava prestes a começar. O que aconteceu, hoje e conhecido como "Apocalipse" e tem várias descrições por diversas crenças e culturas, na religião católica por exemplo essa palavra significa o fim das eras, quando o homem passaria pelo julgamento final e seria julgado por todos seus pecados cometidos em vida, para decidir seu destino, Céu ou Inferno.
Era noite, uma noite mais escura e fria que as demais vistas por Aziel, O Guardião de Ígnes. Ele era o designado para guardião de um templo que ficava em um dos picos mais altos do atual Himalaia e lá continha uma pequena caixa guardando uma arma de poder inestimável e em que mãos erradas poderia por em risco a vida de todos em Gaea, a nossa Terra.
O pressentimento de que algo muito poderoso estava para acontecer varria o corpo do guardião da ponta do seu dedo do pé ate seu último fio de cabelo. Em nenhum momento durante toda sua vigília do templo sagrado ele havia sentido algo semelhante, um lugar aonde o gelo predomina em cada minúscula partícula, a única coisa feita para suportar tamanho frio descomunal era a sua belíssima armadura forjada em um ouro muito especial de um vermelho flamejante cuja diferença do metal comum era que este ouro tinha magia muito poderosa e antiga na sua criação, essa armadura podia suportar até as mais diversas temperaturas, o seu calor interno era desumano e só o Guardião de Ígnes conseguia usa-lá pois foi preparado para isso.
A energia emanada por ela era de tamanha grandiosidade que tinha capacidade de ferir gravemente quem ousasse chegar muito perto dela. Foi feita especialmente para que pudesse aguentar o frio cruel daquelas montanhas, mas a verdade é que para se viver no ponto mais alto de Gaea não poderia ser puramente ouro. O ferreiro que a forjou a armadura fundiu ouro e um dos quatro elementos da natureza, o Fogo. Isso tornava a armadura de Aziel uma das mais sagradas e fortes já criadas em toda história.
No entanto naquela noite o Guardião de Ígnes percebeu que sua armadura não estava surtindo o efeito esperado e podia sentir o frio passar por sua pele e faze-lo ter leves calafrios. No começo ele achava que era só a imaginação da sua mente que parecia estar sendo afetada pelo frio daquela noite, até que tudo mudou.
Uma luz apareceu no céu, de um brilho estranho, diferente das luzes comuns, o brilho dela parecia obscuro. Aziel pensou ser algum trovão ou algo semelhante, mas naquela região nunca se via um daqueles e cada vez mais a luz se aproximava do templo fazendo seu mal pressentimento aumentar. De repente as chamas que iluminavam o templo se apagaram com tamanha força do vento, que aliás também estava diferente naquela noite.
Ele sabia que algo estava para acontecer, alguma coisa estava vindo em direção ao templo, e pelo o que já havia acontecido naquela noite, não era algo normal, era sobrenatural. Foi quando veio ela, a escuridão. Tudo foi tomado, o templo totalmente apagado, o Guardião se via perdido em meio aquela situação, ele fora preparado para isto durante todo seu treinamento, entretanto a chances de o templo ser violado eram praticamente nulas, e naquela noite Aziel foi fundamental para o futuro da humanidade.
O sentimento que algo se aproximava estava fazendo o corpo do Guardião de Ígnes enfrentar seu pior inimigo, o medo. O seu corpo começava a ficar imóvel aos poucos, o arrepio era torturante, acompanhado do frio que parecia estar congelando até seus ossos, ele percebeu que o medo o dominava e sabia que se deixasse isso acontecer seria inútil naquela noite, após tanto treinamento não havia lugar para erros.
"Esvazie a mente, na hora da batalha você deve estar concentrado naquilo que está a sua frente, seu inimigo. Não há espaços para cometer erros, um só pode te levar a morte, um Guardião não se perdoa se morrer sem proteger seu templo, Aziel" Essas foram as palavras do mestre do Guardião de Ígnes que vieram na sua mente, depois de se lembrar desta frase os olhos dele começaram a emanar um brilho estranho, num piscar de olhos, incendiaram, como uma chama que acaba de acender iluminando seu redor, o olhar de medo de Aziel havia desaparecido.
Ele ergueu a cabeça, seus olhos já não eram os mesmos, estavam da cor de sua armadura, um fogo vivo, agora o medo parecia ter desaparecido e dado lugar ao outro sentimento, a coragem. A energia contida na armadura começou a se espalhar para fora do corpo, a hora havia chegado, depois daquela noite Gaea mudaria para sempre. Ouviu-se o som do desembainhar do metal. Ígnea, A Protetora, a espada do Guardião, uma das cinco lendárias espadas sagradas, portadora do mesmo elemento de sua armadura, o fogo. Com a espada empunhada e olhando para os céus, que eram puramente escuridão naquela noite, Aziel se tornava um ponto de luz em meio as trevas, tão clara quanto o brilho da maior estrela do Universo. Foi quando aconteceu, O Despertar do Anjo.
