The rules and beginning

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Primeiro, nunca, em hipótese nenhuma, se deixa levar por um charme, um sorriso bonito, um perfume bom, um cafune gostoso, por nada. Não tem como ser enganado se você engana-los primeiro.  

O que eu faço é errado? Não, de forma nenhuma. Nunca prometi nada à ninguém, a ilusão é toda deles, eu apenas curto a vida. Se me divirto com isso? Bom, óbvio que sim, não sou de ferro, eu gosto. Gosto de sentir o desejo que eles tem por mim, da ânsia que eles tem me tocar e sentir, ou acharem, que eu sou deles, gosto do perigo, gosto do sexo, da paquera, de como tudo vai até chegar ao ponto principal, sumir sem deixar rastros, nem um bilhete avisando.  

Redes sociais podem ajudar — ou atrapalhar — mas nada que uma ignorada não os faça perceber por si próprios que era apenas aquilo. E não, não existem ameaças, ego ferido, indiretas, nada. Eu escolho a dedo quem merece ou não, para evitar conflitos como esse.  

Mas a história que eu quero contar aqui, é sobre a minha estadia nessas três cidades, Seoul, busan e Daegu. Conheci um total de seis homens, muito diferentes uns dos outros, em cada lugar. Fui transferido para Daegu primeiro, por conta do trabalho, um mês foi suficiente para conhecer dois desses seis homens que mencionei.  

Min Yoongi, 28, produtor.. Em uma noite livre o encontrei em um pub no centro. Educado, calmo, gentil, falava baixo porém com uma voz deliciosamente rouca. Perfeito para um caso de uma noite só, que se expandiu em doze noites. Era inevitável, eu sentia a sua “falta”, e ele, aparentemente, sentia a minha também. Os encontros eram aleatórios e rápidos, no carro, em motéis, em seu apartamento. Na  qual me vi muito surpreso, não esperava ter conversas profundas em meio a intervalos entre as fodas, após uma semana eu já tinha virado o seu musol.  

Um dia ele me convidou para ir ao seu estúdio, disse que precisa finalizar umas coisas, e que queria me mostrar uma música que ele tinha escrito e produzido. Ao primeiro toque eu sabia que era diferente de tudo que ele já tinha feito. A melodia era calma, doce e serena. A letra contava a nossa “história” ou o que ele estava sentindo por mim.  

Então, foi aí que vi um problema, era hora de fugir. O grande era que com o contato mais profundo, com conversas, cria-se uma rotina, um hábito, uma vontade de ter a pessoa ali. E não era que eu queria, não mesmo.  

Parei de ir aos nossos encontros semanais, que ao invés de ser algo simplesmente carnal, estavam se transformando em verdadeiros encontros, sempre algo novo para me surpreender, intervalos de conversa maiores entre as fodas, um pedido de fica para a manhã seguinte.  

Eu sabia que ele queria oficializar, ou pelos menos ter um nome para chamar a “nossa” relação louca e sem cabeça. Mas eu já estava fora, e o que eu precisava era de alguém novo para fazer com que isso ficasse claro. E bom, acabei encontrando-o.  

O centro universitário de Daegu é um lugar extraordinário. Muito movimento, pessoas conversando, passando por aí, cheias de ideias e sonhos. Mas no meio desse mar de gente, um garoto alto, de boina, segurando telas e mais telas de pintura, com uma camisa desbotada de tinta me chamou atenção.  

Kim Taehyung, 25, pintor. Ele tinha uma aura incrível, você conseguia sentir a energia boa que ele transmitia. O jeito sofisticado e desastrado de andar era um charme, mas não maior que o charme do seu sorriso quadrado.  

Obviamente, após as secadas que dei, fui notado. E diferente dos outros, ele não tentou me impressionar, me comprar ou exibir suas conquistas, ele apenas caminhou direto em minha direção, estendeu as suas mãos longas e sujas de tinta para mim, me cumprimentando, ofereceu um sorriso fofo e perguntou se era novo na faculdade. Apenas respondi que estava ali para dar uma palestra sobre relações internacionais, minha área inclusive, a nossa conversa fluiu tanto que fomos parar em um café.  

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