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Lorenzo 🚀

Abrir os olhos devagar vendo a Luyze balançar uma folha de papel na minha cara.

Aqui no Rio de janeiro bate um sono da porra , um calor insuportável. Lá em São Paulo não era chato assim.

Até porque lá a gente saia , e aqui minha mãe não deixa a gente ir pra lugar nenhum. Nem na pracinha da esquina.

Todos nossos natais foram aqui no rio com minha avó ,porém a gente nunca passava mais de dois dias aqui. Sempre voltávamos correndo pra SP.

Minha mãe tem uma neura do caralho.

Luyze__ acabou a aula lorenzo __ ela disse em pé na minha frente

Lorenzo __ já chamou o uber? __ murmurei colocando as coisas na mochila

Ônibus bem mais barato,  porém minha mãe não deixava a gente andar. Era muito escroto isso.

Bruno __ qual foi cara , vamos laricar lá em casa ?__ ele parou do meu lado

Bruno era o único amigo que eu fiz na escola , era um parceiro mesmo.

Lorenzo__ ih hoje não da não __ murmurei olhando a luyze

Luyze__ se você quiser ir a gente se encontra as cinco no condomínio da vovó __ arqueei as sombrancelhas __ vou no shopping com as meninas

Lorenzo __ agora vai abrir essa boca de sacola e contar pra minha mãe que eu te mato caralho __ apontei

Luyze__ não esquenta __ murmurou saindo na minha frente

Bruno __ Bora logo que o ônibus vai passar daqui a pouco __ puxou meu braço

Peguei meu celular no bolso vendo as horas e sair atrás do bruno...

Lorenzo__ você mora perto daqui? __ ele negou parando o ônibus com a mão

Bruno __ moro ali na zona oeste__ murmurou entrando no ônibus

Lorenzo__ aonde é ? __ falei passando pela catraca

Bruno __ demora um pouco , mais não é tão longe __ disse sentando do meu lado

Lorenzo __ que calor é esse ?

Bruno__ lá onde você morava era mais frio né?

Lorenzo__ sim,  tem nem comparação,  meus moletom acho que nunca vou usar aqui

Bruno __exagero __ ele deu risada __ aqui da umas chuvinhas as vezes

Lorenzo __ espero eu __murmurei

A gente foi conversando, ele me dizendo algumas coisas da onde ele morava e falando dos irmãos e da mãe.

Ele era um cara bem legal,  simples,  era bem parecido comigo. Diferente de mim ele não era surtado,  eu sou a pessoa mais surtada desse mundo.

Quando o ônibus parou eu fui tirando cinco reais da mochila pra pagar e o motorista me devolveu dois reais. Desci do ônibus vendo uma frase enorme no muro e arregalei meus olhos já ficando com medo.

Por Nós Onde histórias criam vida. Descubra agora