Estar na universidade é um sonho realizado para a maioria dos jovens. Todos os dias, centenas de pessoas entram e saem dela. É um dos lugares onde há mais probabilidades de fazer amizades e também absorver grandes aprendizados. Não seria diferente para um calouro da escola de Comunicação Social, que havia entrado em uma faculdade totalmente desconhecida.
Exceto por seu melhor amigo, Mark, ele não conhecia absolutamente ninguém. E isso seria um problema. Ambos eram de diferentes departamentos. Em seu primeiro dia, ele chegou disposto ao que fosse necessário para crescer naquele ambiente. Como combinado, encontraria seu amigo na cantina do curso, para que o mesmo lhe apresentasse alguns ambientes estudantis.
Ele só não esperava se perder...
Embora acreditasse ter seguido exatamente os passos indicados para encontrar seu rumo, algo brincou com sua direção. Poderia chamar de descuido, acaso ou apenas de destino.
Em algum momento, nem mesmo ele soube como, acabou se dirigindo para um restaurante que não havia sido citado como pertencente ao seu prédio. Apesar das várias mensagens de texto trocadas, o encontro foi adiado pois o outro precisava ir para a classe. Diferente das aulas de Comunicação Social, as dele já havia se iniciado há mais de duas semanas e o garoto não podia perder o horário da entrada em sala. O conselho? O mais novo deveria pedir informações.
Após algum tempo vagando pelo refeitório, ele decidiu procurar alguém para perguntar como chegar pelo menos ao seu prédio. Quase todos os alunos ali pareciam estar concentrados em viver suas próprias vidas, muitas vezes evitando até mesmo prestarem um pouco de atenção naquele jovem completamente aturdido. Seus passos apressados e mente divagadora só retornaram os sentidos quando esbarrou seu rosto rudemente contra as costas de alguém que aguardava em uma fila.
Um homem alto, com pequenos olhos e uma pele incrivelmente ebúrnea se virou rapidamente. De frente, sua camisa bem passada e sua gravata esticada logo chamaram a atenção do menino, que nem mesmo havia olhado sua própria roupa antes de vestir. O semblante do mais velho, apesar de parecer extremamente acolhedor, continha um toque enigmático. A visão do desengonçado foi voltada para o rosto do outro, parado em sua frente.
— Me... Me desculpe, krub. — O mais novo baixou seu olhar assim que reparou que olhava diretamente para seu sênior.
— Não foi nada. Aliás, está tudo bem? Eu creio jamais ter te visto por aqui.
— Krub. Eu sou calouro. — O mais velho esforçava-se para ver o rosto do garoto parado em sua frente, mas o mesmo não parecia ter a intenção de levantá-lo.
— Com certeza você não é aluno de economia, senão eu saberia. Prazer, eu me chamo Saint. E você? — Apesar de o veterano estar dando o melhor de si em demonstrar ternura, o menino parecia ainda estar apático. — Você pode olhar para mim. Eu não vou te morder.
— Eu me chamo Perth, Pi. — O garoto levantou levemente seus olhos, agora focando no maravilhoso sorriso a sua frente. Seus lábios grandes e carnudos logo chamaram a atenção do que estava envergonhado.
— É um prazer, N'Perth. Mas então... de que escola você é? — O mais velho seguia com seu tom caloroso e receptivo.
— Comunicação Social. — O garoto decidiu finalmente levantar completamente seu olhar.
O rosto do mais velho, parado em frente ao perdido jovem, fez com que ele se sentisse estranhamente aquecido. O homem mantinha um tom de voz suave, mas ao mesmo tempo firme. Era como se ele soubesse exatamente o que estava fazendo. Como se estivesse preparado para um momento assim.
— Uau, bem... Então você está um pouco fora do seu caminho. E aliás, então suas aulas iniciam hoje? — O jovem não se importava com isso, mas observou o quanto o homem gostava de conversar. Devia continuar uma conversa? Ele achou melhor não.
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Letters
FanfictionTer um admirador secreto é motivador para muitas pessoas, mas é imprevisível saber quem irá gostar e quem preferiria que isso não acontecesse. Uma sequência de cartas com frases de filmes famosos está sendo entregue. Até quanto uma pessoa apaixonada...