Sobre ser uma estrela

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Era uma vez...Tá parei. Esse lance de era uma vez não vai dar não.
Bem, hoje vamos começar de um jeito meio diferente. Vamos começar explicando o porque dessa história. Mas eu realmente acredito que não existe maneira melhor de explicar essa história se não for com cinco simples perguntas. As quais definiram a vida e a morte de nossos personagens principais;


*Você acredita em amor por destino?

*Você acredita em um louco de amor?

*Você acredita em morte?

*Você acredita em perda de memória?

*Você acredita em estrelas?


A história do nosso casal não começa em dia lindo de sol, onde os dois se esbarram, derrubaram um livro no chão, se abaixaram juntos para pagar, encostaram as mãos e dali em diante vivem felizes para sempre. Na verdade eles se conheceram em um dia horrível de chuva, onde Oh Sehun quase atropelou Luhan, o menor xingou o motorista, e dali em diante   seguiram seus caminhos.
"Seguiram seus caminhos" uma expressão um tanto errada para denominar a "coisa" que aqueles dois tinham. Pois na semana seguinte ao quase atropelamento aqueles dois passaram a ter um "encontro" nada agradável por dia, já que esses esbarros sempre terminavam com uma piada sem graça de Sehun e um xingamento de Luhan, que podemos dizer era um tanto estressado. Mas uma coisa se passava pela cabeça de Sehun desde de que conhecera o menor, que ele estava disposto a domar aquela fera. Começou o chamado para sair, claro que Luhan deu uma de difícil primeiro, mas acabou cedendo aos encantos do maior.
Era um sábado à noite, 19:27 exatamente, Luhan estava correndo pelo apartamento enquanto terminava de se arrumar, Sehun passaria para buscá-lo em 3 minutos, estava um tanto atrasado. Mas estava muito mais nervoso, afinal seria seu primeiro encontro, aos dezenove anos nunca havia passado por algo parecido. Sempre foi muito tímido, digamos que ele nunca gostou muito de pessoas e muito menos de conviver com elas. E isso de alguma forma o assustava, mas a quem não assustaria? Isso é um tanto medonho e normal.
Luhan por um segundo parou de correr quando ouviu o interfone tocar, olhou para o relógio que havia na parede da sala de estar, 19:30, anotou mentalmente o quanto pontual que o maior era. Mais uma característica que havia observando e gravado de Sehun naquela semana. Enxugou a mão pela milésima vez e atendeu o aparelho grudado a sua parede, ouviu a voz de seu porteiro um tanto idoso, lhe avisando que um jovem o esperava na portaria, agradeceu ao homem e logo tratou de pegar as chaves e trancar a porta.
Contou a até 10, respirou mais dez vezes, falou o nome dos integrantes de sua banda favorita e entrou no elevador, ritual que ele realizava desde de seus 15 anos, idade que classificou como o começo da maioria de seus problemas, desgraças, responsabilidades, faltas de sorte, crises existenciais, e principalmente seus ataques de nervoso, e essa pequena mania sempre o ajudou a não acabar tendo um troço ou vomitando em público.
Talvez dentro do elevador tenha repetido o mini ritual umas quatro ou cinco vezes, mas quem o julgaria no estado em que estava?
Sabe o estado que Luhan estava no elevador? Bem, piorou, quando as portas se abriram e ele deu de cara com Sehun, o mesmo estava incrivelmente maravilhoso, os fios do cabelo estavam castanhos, sendo que um dia antes estavam loiros como os do menor, e a roupa que usava...então, para essa Luhan não tinha nem palavras. Na verdade o que mais lhe faltava no momento eram palavras. Mas havia recebido algumas companheiras no seu estômago, borboletas se podemos assim dizer. O coração estava acelerado, as mãos suavam e por um momento se esqueceu de como respirar, se parasse para analisar seu estado diria que a qualquer momento cairia duro no chão, ou tinha alguma doença muito séria. Afinal não entendia aquelas sensações, nunca havia passado por nada parecido, sua vida sempre foi muito monótona e sem graça. Mas garanto a vocês, meus caros leitores, que até o final daquela noite nosso personagem descobriria do que se tratava as tão novas "experiências" com seu corpo.
A História daqueles dois nunca se tratou de algo clichê, muito pelo contrário, sempre foi um tanto supreendentemente, essa seria a palavra certa para denominar o mais novo romance. Mas não era como se ser supreendentemente fosse uma regra, havia algumas exceções, como aquela noite.
Como eu disse no parágrafo acima, aquela noite foi uma exceção. O primeiro encontro, o momento mais clichê da vida de ambos os personagens. Confesso que já contei essa história algumas vezes, mas cada vez me surpreendo e até posso dizer que me arrepio ao lembrar dessa noite, quem estava no momento poderia até ousar dizer que Luhan e Sehun estavam ensaiando para um novo filme de romance como qualquer outro que passa nos canais mais aleatórios de filmes, em tardes frias e chuvosas. Digo isso pois alguns momentos foram extremamente clichês. Começou quando o lugar escolhido foi um parque de diversões, eles dividiram algodão doce, foram no carrossel, Luhan quase teve um troço na montanha russa e para compensar o quase infarto do menor Sehun conseguiu um ursinho de pelúcia em um jogo qualquer para ele. E o ponto alto da noite foi na roda gigante, onde Oh Sehun quebrou o famoso coração de gelo de Luhan, e pela primeira vez o menor sentiu outros lábios colando nos seus, sim, era seu primeiro beijo. Um tanto clichê não acham? Mas foi naquele momento que eles passaram em acreditar em uma coisa, amor por destino, vocês sabem o significado disso? Eu sei que eu conheço essa história mas nunca entendi essa expressão que os dois usavam, mas algumas vezes tentei entender me colocando no lugar dos amantes, e até cheguei a uma conclusão, mas não confiem muito, afinal entender essa expressão ajuda a responder uma das perguntas do início que explicam essa história. E eu só escrevo, a função de vocês é quebrar a cabeça e entender. Mas a minha conclusão é que amor por destino quer dizer que eles precisaram de um tanto de insistência de algo que alguns julgam não existir como o destino para ficarem juntos, afinal o destino sempre vai unir duas coisas que nunca deveriam se encontrar. Agora é com vocês dizerem se acreditam ou não e depois dar as próprias conclusões.
Se passaram quatro anos, os melhores anos da vida dos dois e até Luhan que era bastante orgulhoso admitia isso. Foram os anos mais especiais e marcantes para nosso casal, os encontros mais variados possíveis, os beijos doces e calmos que em segundos se tornavam um tanto quentes e necessitados, mas depois voltavam a ser calmos. Alguns podem até achar estranho, mas era somente uma simples reação da famosa bipolaridade típica de Luhan e Oh Sehun.
Uma coisa que não posso deixar de contar foi a primeira vez de ambos. Naquela noite eles se amaram, sem medo, sem arrependimento, sem insegurança, sem bipolaridade, apenas se amaram, se tocaram, conheceram cada parte do corpo um do outro, principalmente as mais sensíveis. Mas é claro que alguma coisa teria que ser diferente ou um tanto estressante, na verdade foi bem engraçado, afinal quem xinga o parceiro assim que acorda depois de uma noite daquelas? Acho que vocês sabem a resposta, nosso querido Luhan, nosso personagem raivoso ficou um pouquinho bravo, não estou querendo exagerar...Na verdade quero sim podem exagerar na raiva na imaginação de vocês, até porque o menino quase deixou Sehun surdo quando percebeu que não conseguiria andar direito tão cedo, acho que o maior acabou se deixando levar demais, mas quem não se deixaria tendo um Luhan sem roupa alguma bem na sua frente dizendo o quanto queria mais daquilo, até o mesmo se deixou levar, mas seu orgulho nunca o deixaria admitir tal coisa.
Os dois também acabaram pegando uma mania de adorar ver as luzes de Seul, na verdade tais luzes sempre impressionaram   Sehun desde que era bem pequeno e seu pai o levava para passear pelas ruas, as luzes eram maravilhosas para ele, pois via com as pessoas que mais amava, seu pai, e agora seu namorado.
Mas um dia tudo pareceu perder o sentido, as cores faziam falta, era como se tudo fosse um filme preto e branco, e foi naquele exato momento que o felizes para sempre parou de existir e as luzes de Seul já não impressionavam mais, foi no momento onde Oh Sehun viu o corpo frio e pálido já sem vida de seu futuro noivo. Sim noivo, quinze dias antes havia pedido Luhan em casamento. Ser colocado dentro daquele maldito túmulo, naquele maldito dia onde todos usavam roupas pretas e não era possível ver um sorriso no meio do pequeno grupo de pessoas que se despediam de um garoto que perdeu a vida tão cedo, uma pena não é? Tão jovem, uma vida inteira pela frente. Era o que se passava na cabeça da maioria naquele cemitério, mas não na de Sehun. Este não aceitava o fato de não ver mais o sorriso do outro e as ruguinhas que apareciam em volta dos olhos quando fazia tal ato, de não ouvir mais a voz, e até as reclamações e gritos do amor de sua vida, não aceitava o fato de que dali pra frente nunca mais veria o mais velho, não o encontraria sem querer na rua. Nunca mais, era a expressão que dominava a cabeça da maior.
Quando aquele enterro terminou não houve uma pessoa que conseguiu tirar Sehun de cima da lápide e o levar embora, ele precisava daquele tempo sozinho, ali, sentado no chão com o rosto deitado naquele retângulo de pedra ou mármore, não sei exatamente, que abrigava o corpo já sem vida de Luhan metros a baixo, enquanto as lágrimas não deixavam de cair.
Era difícil para ele aceitar que dali pra frente tudo seria diferente, era como se fosse um jogo qualquer onde falta uma fase para chegar no final e aí você sem querer aperta um botão errado e zera tudo, ele sentia que sua vida havia regredido, que tudo tinha acabado, fim de jogo, the end.
Não lembro exatamente quantos horas nosso personagem principal tinha ficado naquele cemitério, mas posso afirmar a vocês que havia sido muitas, depois de tanto chorar, começou a conversar com o túmulo, na tentativa inútil de manter a esperança que seu amado o responderia.
As pessoas que passavam por ali, apenas levando flores para outros túmulos e muitas vezes uma cara monótona julgavam o estado do rapaz, louco, mas por um lado elas não estavam completamente erradas, ele estava louco, louco de amor.
Sehun saiu daquele cemitério por muita insistência do cuidador que teria que fechar o lugar, entrou no seu carro e desabou mais uma vez com a cabeça enfiada no volante, bastante nervoso esticou a mão e abriu o porta luvas do carro.
Era incrível como Luhan conhecia o maior tão bem, pois ele sabia que Sehun iria abrir o porta luvas, era lá que ele guardava uma caixinha com balas de hortelã, que sempre mastigava quando estava triste ou nevoso, era uma das manias que Luhan sempre observava no seu amado. E talvez seja por isso que escolheu aquele lugar para deixar a última lembrança, um simples papel com seu cheiro, que havia grudado na embalagem do doce que Sehun tentava pegar antes de achar a carta ali.
As letras eram um pouco borradas, sinal de que algumas lágrimas haviam caído sobre o papel, enquanto Luhan escrevia, Sehun começou a ler, aquilo era a despedida, as palavras que o menor deixou de dizer nos últimos minutos de vida, as palavras que gostaria que Sehun soubesse, afinal, era como se por uma carta ele lhe dissesse apenas um fique bem.

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⏰ Última atualização: Jun 05, 2019 ⏰

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