Jimin-ah, pinta minhas unhas?

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Jeon estava nervoso, não sabia como seu namorado reagiria aquele pedido. Mas por agora, tinha que se preocupar com outra coisa. Ajeitou o moletom amarelo em seu corpo depois de pegar o que era necessário. Saiu do quarto que dividia com Jimin, eles moravam juntos mesmo sendo somente namorados. Passou pela sala e vou Park lendo um de seus milhares livros.

— Amor, vou na farmácia e já volto.

Em um pulo, Jimin levanta do sofá e corre até o amado.

— Você está doente? Sente algo? Tá doendo aonde? — Falou ele, eufórico, enquanto tocava a testa, checava os braços e olhava a coloração das bochechas.

— Calma! — riu o mais alto — Eu estou bem, só... só vou comprar um negócio.

— Ggukie, você sabe que eu sou curioso. — Se aproximou, apertou as bochechas do outro e lhe deu um selinho.

— Não posso te contar agora, daqui q pouco você vai saber.

— Puxa...

Jimin foi interrompido pelo selar que o namorado deu. Em seguida Jeon saiu rapidamente, sem que desse tempo do outro contestar algo. Park arqueou as sobrancelhas.

— Ele está estranho.

(...)

Ele entrou na farmácia 24 horas que ficava algumas ruas de seu apartamento. Estava vazia. Suspirou aliviado.

Teve que dar algumas voltas até achar o que queria, aliás, nunca deu atenção para aquilo até ver seu artista favorito – RM –, usando. E foi aí, que algo em si nele dispertou e ele percebeu o quão bonito poderia ficar, e como poderia ganhar mais vida, ou não.

Mexeu neles com cuidado, o medo de quebrar era bem real e não seria bom gastar dinheiro a mais porque não soube ser cuidadoso.

Seus olhos se encheram após ver algumas cores, pegou uma cesta pequena e botou vários de cores diferentes. Gastaria mais do que planejado, felizmente havia levado seu cartão consigo.

Já com tudo escolhido, sentiu as pernas tremerem quando andou até o caixa. O atendente era um homem bem mais velho, que usava um jaleco branco e azul e um óculos na ponta do nariz.

— Boa tarde. — Disse Jeon, em um fio de voz quase inaudível, sentia que iria desmaiar ou vomitar a qualquer momento.

Foi respondido da mesma forma. O atendente passou tudo rápido e nem olhou para a face cheia de angústia do menino. Em segundos passou o cartão, pegou as sacolas e foi embora.

Quando percebeu, Jeon já estava a poucos metros de seu apartamento. Soltou o ar que segurava. Aquele senhor nem o julgou pelo olhar.

O menino de moletom amarelo e calça preta, sorriu pelo restante do caminho enquanto ouvia o que havia comprado batendo um no outro. Riu. Eles não eram fracos, mesmo que batessem não se danificaram.

Seu sorriso foi por água abaixo quando chegou na frente de seu apartamento, enrolou bastante até destrancar a porta de seu lar. Antes de entrar, escondeu as escolas atrás de si e entrou de lado, vendo Park sentado sofá todo encolhido.

Este que quando viu o namorado, se levantou e correu até ele.

— Que saudades, Gguk. O que comprou? — Falou levantando as sombrancelhas, bem curioso.

— É...eu...eu...

Ele não conseguiu falar. Nervoso, correu até o quarto, se trancando rapidamente.

Jimin ficou mais confuso do que já estava e foi atrás de Jeon, se deparando com a porta trancada.

— JungKook, o que aconteceu? —Perguntou depois de bater na porta.

Dentro do quarto, Jeon se martilizava. Ele não tinha medo de Jimin, ele era seu namorado e acima de tudo seu melhor, confiava muito em Park, o conhecia desde criança.

Porém, ficava nervoso. Não era comum homens usarem esse tipo de coisa, a sociedade coreana era bem preconceituosa e estava longe de melhorar. O atendente da farmácia era uma exceção, não poderia destratar ninguém, certo?

Mas de qualquer forma, seu namorado poderia ficar incomodado e aquilo o preocupava. Até ele estava incomodado.

Passou as mãos pelo cabelo, jogando os fios para trás e em seguida, os arrumando.

— Estou bem, Ji.

— Pode abrir a porta? Eu sei que esta mentindo, Jeon, deixa eu te ajudar.

JungKook suspirou, era péssimo em mentiras. Abriu a porta e foi em direção ao armário, trocando de roupa. Ouviu o mais baixo entrando no quarto, mas nenhum dos dois falaram nada.

Jeon botou um pijama todo preto leve, não sairia mais de casa nesse sábado. Ele enrolou bastante, quando não deu mais, JungKook se virou e deu de cara com Park na cama, segurando a sacola e um dos produtos com a mão. Jeon JungKook se praguejou por não ter escondido. Porra.

— O que é isso JungKook?

— Esmaltes. — Falou, era óbvio.

— Isso eu sei, mas são para quem?

— P-pra mim.

Jimin abriu a boca com um "o", como se agora tudo fizesse sentido. Jeon juntou toda sua coragem, sentou na ponta da cama ao seu lado e disse:

— Jimin-ah, pinta minhas unhas?

Park logo abriu um sorriso, sorrindo de ponta a ponta enquanto seus olhos fechavam.

— Sim, sim, sim! Por que não falou antes, seu bobo? Eu nunca te julgaria. — disse eufórico, se jogando no braço do outro, o abraçando forte, enchendo seu rosto de beijinhos — Mas tem um problema, Gguk — parou o abraço — Eu não sei pintar unhas.

(...)

— Por que mentiu pra mim, Ji? — falou Jungkook, enquanto olhava as unhas — Ficaram lindas.

Suas unhas pareciam arco-íris, uma de cada cor. Estava lindo. Jeon se sentiu completo e mais bonito ainda.

— Ficou tudo borrado, Kookie. — Respondeu sem graça.

— O que? Estam perfeitas! Obrigado, Jimin-ah. Eu te daria um abração agora, mas não quero estraga-las. Puxa, como vou te recompensar?

O mais baixo sorriu maliciosamente.

— Ah, eu sei como.

Jimin-ah Onde histórias criam vida. Descubra agora