Capítulo 1 - Pólvora e sal

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Notas: Lembrando que, essa estória não tem nenhum ou qualquer compromisso com a verdade, fatos e ou pessoas históricas.

Por mais que tenha algum embasamento histórico - por que eu pesquisei -, isso não significa que será fiel aos relatos da época em questão. Lembre-se, isso é uma fanfic, uma estória feita para entretenimento de fãs. Então não se apegue aos detalhes e curta a trama.

Tanto o período histórico, como os fatos são apenas plano de fundo para o casal. <3

~~XXX~~

Pow! Um barulho alto ecoa pelo navio, deixando a tripulação atordoada. A onda de impacto causada pela bala de canhão desequilibra todos, mesmo que muito acostumados, foram pegos de surpresa. Uma gritaria instantaneamente surge, deixando a embarcação em caos. Pow! Outro tiro é acertado na proa do navio, estilhaços voam para todas as direções e já existem corpos machucados largados pelo chão. Em segundos o tilintar de espadas e explosões dos disparos das pistolas são ouvidos por todos. O navio tinha sido invadido. Em poucos minutos não sobraria mais tripulação e eles seriam saqueados. Piratas.

O navio São Joaquim a serviço da Corte Espanhola jamais chegaria ao seu destino. E seria apenas mais uma vitima do infame: La revenge d'Octavia. A comando do famoso pirata William Hamboldt. Estavam atrás do navio a dias. Receberam a informação de um informante confiável numa das principais cidades na costa do Caribe e zarparam assim que possível. Não foi difícil render a tripulação, soldados quase nunca lutavam tão bem quanto piratas.

— Onde está o Capitão? — O imediato d'Octavia questionou ao marujo do navio atacado. — Vamos! Diga logo imbecil! Onde seu bravo Capitão se escondeu? — Repediu irônico, quase o acertando com o machado que carregava.

— E-Ele foi para ca-cabine senhor... — O homem respondeu nervoso, ganhando um corte na garganta logo em seguida.

— Não sou seu senhor seu dedo-duro de merda. — Crispou para o corpo sem vida.

O navio já estava tomado então Erik, O imediato caminhou tranquilo até seu capitão que havia acabado de embarcar.

— Onde está o miserável? — Will quis saber.

— Escondido feito um rato na cabine, Capitão. — O homem estalou a língua no céu da boca, em sinal de desagrado.

— Então vamos tira-lo de lá. — Sorriu maldoso sendo acompanhado pelo subordinado.

— Onde está o menino, Capitão? Não o vi por aqui.

— Na cabine dele, como sempre. Esse garoto... — Suspirou cansado. — está me dando nos nervos ultimamente.

— Deve ser coisa da idade senhor —Abriu a porta da cabine com o machado, arrebentando a fechadura — Deve estar precisando de ver algo novo. Ele sempre foi inquieto... Talvez alguma garota ajudasse isso.

— Hm... tem razão Erik — Entrou pensativo no local, sendo seguido pelo amigo — Quando acabarmos aqui, vamos atracar em algum lugar novo e ele de certo vai se animar. Mas por agora... temos um rato para exterminar.



~~xxx~~

Sons ocos saem da madeira da porta, alguém estava batendo em sua porta. De certo era William. Levantou resignado e largou os papeis que estava rabiscando - uma coordenada aqui, um mapa ali -, indo atender a porta. Quando abriu não se sentiu nem um pouco surpreso ao ver o capitão do navio a sua frente, com um semblante estranhamente tranquilo. Não iria levar uma bronca?! Bom, menos mal.

— Sim? — Iniciou tranquilo.

— Não vai ao menos me deixar entrar? Sabe, não sou tão jovem quanto já fui um dia rapaz. Minhas costas doem. — Levantou uma sobrancelha em tom de desdenho mas, acabou rindo divertido ao deixar o homem entrar.

— Certo vovô, o que quer?  — Fechou a porta, indo acompanhar Will. Ele se sentou numa cadeira na mesma mesa em que estava antes então só retornou ao seu lugar, ficando de frente a ele.

— Você é tão amoroso comigo filho... que aquece meu coração. — Soltou uma risadinha enquanto o garoto a sua frente revirava os olhos. — Bem, não sei que tipos de problemas você está mas, a tripulação já começou a contar histórias e mais histórias do porque não estar mais participando dos saques ou qualquer outra coisa. 

— Me parece que não só a tripulação anda curiosa sobre isso a meu respeito não é? — Desdenhou.

— Certo, me pegou. Agora diga logo. — Disse mais serio, fazendo-o suspirar cansado.

— Me cansei disso. Sempre fazemos as mesmas coisas já não me tem mais graça.

Dios mio... Erik estava certo. — O capitão exclamou exaurido. —Jungkook, meu filho, o que pretende fazer hm? Para que serve tudo isso? —  E apontou para os papeis na mesa. — Pretende nos deixar? Deixar a mim, que te criei tão bem? 

— Não exagere Will... — Jungkook estava começando a se irritar com o drama do homem — Além do mais, ser criado no meio de piratas não é lá "ser criado bem". — Agora o capitão estava ofendido.

—Você sempre teve tudo o que quis jungkook! Não deveria ter te dado livro algum para ler ou educação! Nem filhos dos lordes mais ricos neste mundo foram criados tão bem como você! — Bateu no tampo da mesa, fazendo o tinteiro cair no tapete caro.

— Isso tudo não me importa mais agora Will! Não me sinto feliz aqui! — Explodiu. Olhou no rosto decepcionado do homem que lhe criou e fraquejou. — E-Eu só... pai... eu preciso de um tempo.

— Não faça isso Jungkook. Não me chame assim agora. Eu não admito isso e você nem tente me manipular assim novamente. — Disse firme. Conhecia seu filho bem demais, assim como ele lhe conhecia igualmente bem. Naquelas horas se arrependia por não ter sido mais firme com ele quando pequeno. No fim, acabou deixando ele crescer daquele jeito. Achava até útil a personalidade dissimulada do filho e não se importava quando ele a usava consigo, por vezes até incentivou. Erro terrível o dele. — Vamos atracar em alguns dias numa cidade nova. Espero que se sinta satisfeito com isso. Mas não pense que vai estar sozinho. — Se levantou e antes de sair, deu uma ultima olhada no rosto impassível do filho adotivo. Qualquer um diria que ele estava indiferente quanto a isso mas ele sabia que quando ele ficava calmo daquele jeito por fora, por dentro a realidade era bem diferente.

Quando Will saiu de sua cabine, Jungkook enfiou o punhal que segurava a madeira da mesa. Odiava aquele tipo de situação. Odiava não ter o que queria. Odiava, odiava. De um jeito ou de outro ele iria escapar daquele navio. Se sentia um prisioneiro nele.

Respirou fundo, se acalmando; começando a pensar num jeito de ser livre novamente.

Navegando em seus oceanos; jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora