Era manhã de sábado, quando cheguei em casa, meu irmão trazia as malas e minha irmã esperava sorridente por mim na varanda. Não me lembro o tempo exato que fomos separados, chega ser estranho eu não lembrar. Eu era a mais nova da família, tive que ir com meus país para outra cidade, enquanto eles ficaram e tomaram conta dos negócios. Sempre os visitei, e sempre que íamos embora, eu me despedaçava por dentro, nunca achei justo ter de me separar de meus irmãos, e eu nunca consegui saber o motivo. E agora que estava de volta esperava recuperar o tempo perdido. Eu já estava ansiosa por esse encontro há dias, só Deus sabe o que sentia naquele momento, uma mistura de ansiedade com nervosismo e alegria, corriam em meu ser.
Mal desci do carro, minha irmã mais velha vinha ao meu encontro de braços abertos.
- Estava morrendo de saudade eve!
Diz ela quase me partindo ao meio com seu abraço. Minha irmã sempre foi um poço de doçura, havia se casado a pouco tempo, e estava ali com seu marido a minha espera.
- Calma Samanta ela não vai sair correndo - diz meu irmão as gargalhadas, ele sempre foi cuidadoso comigo, sempre fomos assim uns com os outros, esse ar de proteção que nos cobria era passado por nossos país como uma obrigação.
- Léo, olha como está linda! -diz Samanta, com um ar de orgulho, me olhando nos olhos, e arrumando uma mecha de meu cabelo, poderia sentir tensão em sua expressão.
- Claro que estar! Puxou ao irmão! - Diz leo com ar de convencido.
Meu irmão tinha razão em ser meio convencido, claro que tinha, ele era um rapaz bem afeiçoado, era alto, tinha um corpo forte, um rosto angelical, apesar de saber de sua reputação com as garotas, Léo e seus amigos eram uns cretinos, nessa questão, mas nada contra, não conhecia seus amigos, mais sabia que eles frequentavam nossa casa, quase com frequência, uma hora ou outra os conheceria também.
- vamos! - falou Samanta me puxando com ela até o interior da casa.
- Algumas coisas foram mudadas, bem você sabe, já faz algum tempo que você não vinha, deve estar notando algumas diferenças, mas logo vai se acostumar. Agora que veio pra ficar, vai ter muito tempo pra por ordem! Léo é um horror nessa questão. - ela me falou rindo.
Muita coisa realmente havia mudado. Como a pintura, móveis e outras coisas. Fazia dois anos que não colocava os pés ali, lembro que vinhemos comemorar meu aniversário de quinze anos, meu pai e minha mãe falaram que seria importante, aqueles dias, pra mim foram fantásticos, perto de nossa casa há um rio, lembro que passava horas ali, ninguém sabia que eu ia até ele, pelo fato de deixarem bem claro que não deveria, alegavam ser perigoso, não sei porque, depois voltava para casa. Minha memória as vezes ficava confusa a lembrar dessas coisas, mas nunca deixei de me esforçar para lembrar, não sei por que aquela vez havia ficado algo em minhas recordações. Adorava tudo ali, era meu refúgio. Quado fiz oito anos, comecei a ter problemas, meus país se preocuparam com antecedência para procurarem ajuda, achava que via coisas, mas eu não achava, podia jurar que eram reais. Aos nove, pelo que lembro já não estava morando ali, e mais nada, vinhamos, passávamos alguns dias, partiamos novamente, e eu só lembrava que estivemos lá e mais nada, raramente ficava outra lembrança.
- pra mim está tudo ótimo! - exclamei - bom Samanta eu vou subir ate meu quarto, você me acompanha?
-claro! Bom em seu quarto está tudo intacto, você também pode redecorar eu sei que vai, nossos país haviam pedido pra mudar tudo mas achei injusto, mexer em algo tão seu!
- por que eles te pediram isso?
- não sei, mas não obedeci, vai ser um trabalho em tanto, tem umas tralhas lá desde seus nove anos!
Não sei porque, o fato de ter objetos la, que me fizessem lembrar de algumas coisas, me deixaram tremula, não sabia o porque daquele receio, mais logo intenderia, eu tinha certeza.
