Capítulo 1

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POV. Clary~

Desde pequena, entendi que na vida não existia algo que fosse BOM, sem sofrimento. Você pode pensar: "Mas essa é a lei da vida, só podemos alcançar os nossos sonhos, com o nosso próprio esforço". Sim, o pensamento está correto, mas o sentido dele não. Esforço é uma coisa, sofrer é outra bem diferente.

Para conseguir que eu fosse uma caçadora de sucesso, meus pais tiveram que se sacrificar.

     Em 2 de junho de 2005 meus pais foram mortos por vampiros que ""precisavam"" se alimentar. Atacaram uma cidade chamada Kansas, na qual eu vivia com meus pais. Lá haviam pessoas inocentes, e pessoas que faziam apenas o bem, eliminando, tirando do caminho, o mal. Não por diversão, mas para proteger pessoas inocentes do mal que havia no mundo.
Voltando para o meu relato: Eles atacaram a cidade toda. O chão estava pintado em um vermelho vibrante. A penúltima "casa" que eles iriam atacar era minha. Meu pai, Sai Wentworth, e minha mãe Hannah Wentworth, estavam armados até os dentes. Minha mãe me deu uma katana e disse:
-Vai ficar tudo bem Clary. Agora vá para o seu quarto com essa Katana e se algum vampiro entrar, mate sem piedade. Arranque a cabeça.
Que tipo de mãe diz isso pra filha? Do tipo que queria fazer de tudo para que ela fosse salva.
Fui para o meu quarto. Uma garotinha de 7 anos apavorada. Fiquei observando meus pais pelo tranco da porta que eu mesma (havia arrancado sem querer), enquanto repetia inúmeras vezes pra mim mesma que eu não deveria ter medo.
Os vampiros do clã vermelho entraram arrebetendo tudo. Entraram pelas portas, janelas, etc. Eu vi como se fazia. Vi meus pais cortando a cabeça deles. Logo vieram mais. E... um deles, sabia que eu estava vendo tudo. Eles conseguiram deter meus pais. Esse que estava me observando, abriu a porta do meu quarto e minha mãe gritou. Eu estava me tremendo de medo, "não sabia" o que fazer. Ele me levou para frente dos meus pais, agora, ajoelhados.
(???)-Diga, o que quer ganhar de presente de natal, diretamente para os seus pais. -(Ele disse com um olhar sombrio para mim).
(Eu)-Quero vocês vivos. Quero meus pais vivos. Amo vocês, pai e mãe.
(Hannah/mãe)- Clary, eu também te amo filha. E lembre-se. "A cabeça, sem dó nem piedade". -Me disse em código e eu entendi.
Logo, aquele a quem eu acreditava que era o Macho Alfa dos vampiros, o pai de todos, quebrou o pescoço dela. NA MINHA FRENTE. Dei um grito insurdecedor, e levei um soco no rosto. Meu pai chingou eles em uma língua estranha.
(Sai/pai)-Clary, assim como sua mãe -Ele estava desmoronando  em lágrimas, assim como eu.- eu também te amo com todas as minhas forças. Então, seja forte. E lembre-se: "A cabeça, sem dó nem piedade". Te amo filha.
Então depois de cortarem brutalmente a garganta do meu pai, eu enxuguei minhas lágrimas e tirando força do meu ódio, eu comecei a cortar a cabeça daqueles vampiros. Sem dó nem piedade. Eu não consegui matar o que me forçou a ver meus pais morrerem, ele era muito rápido.

E então, agora estou aqui, tendo essa lembrança horrenda e afiando minha adaga. Já se passaram 13 anos, e todos os vampiros que estavam na minha casa naquele dia... eu matei. Matei todos. Eles pediam para não morrer, mas eu os lembrava de que meus pais não queriam morrer, e eles não deram a mínima pra isso. Bom, eu quase matei todos. Faltou um, justamente aquele que me obrigou a ver meus pais morrerem. Mas eu vou achá-lo, e matar ele como fiz com os outros. 
Naquele dia, minha casa foi a penúltima a ser atacada. A última foi a do meu amigo de infância Thai.
Assim como eu, desde pequeno ele foi treinado. Da família dele, Thai foi o único a sobreviver. E depois de todos aqueles gritos, sangue, e mortes, nós nos encontramos; e desde então vivemos juntos, mas como irmãos. Treinamos pesado, dia a pós dia. Caçamos monstros, colocamos pra frente o legado dos nossos pais. Eliminamos o mal do mundo.

  -Clary! Cuidado, olha o jeito que você está amolando essa adaga. Desse jeito vai ficar sem os dedos. -Thai disse, enquanto entrava na sala.

  -Oi pra você também Thai -Eu disse como um sorriso irônico nos lábios.

-Dá próxima vez vou deixar você ficar sem os dedos -ele me olhou de cara feia.

-Mudando de assunto, você tem alguma caçada pra gente? Não aguento mais ficar infornada aqui. -O olhei com expectativa.

-Sabe quando uma criança quer dinheiro pra comprar doces? Pois é, você está igualzinha á uma. -Dei um soco no seu ombro.- Mas sim, eu tenho.

-Pois fale querida.

-Um homem foi encontrado morto em Ohio, mas o "curioso" é que ele foi morto e depois de três dias, de acordo com a família, ele ressuscitou, sem memórias. A polícia e os médicos dizem que ele só ficou em coma. Só que a questão do caso é, como alguém que teve a cabeça arrancada, sobrevive?

-Mas... Os médicos, a polícia, e a galera toda que mexe com gente morta, ainda tem a cara de pau de mentir assim? - Thai pôs a mão na boca tentando não rir.

-Tá bom, eu nunca vou me acostumar com esse seu jeito "sensível".

Eu e o Thai somos pessoas com papéis trocados. Ele é mais sensível e eu... digamos... sou mais bruta. Comigo não tem conversa, é na porrada mesmo. Mas ele não. Thai é o equilíbrio da nossa "família". Ele se preocupa com o estado psicológico das pessoas envolvidas, com seus traumas. Ele conversa pra saber como foi. Como aconteceu, o que a pessoa viu, etc. Eu fico observando tudo. E na hora da porrada... bem, eu só sei conversar nessa língua. Mas o Thai também não fica atrás. Quando ele se empolga, não sobra monstro, demônio, bruxa, ceita, híbrido, fantasma, nem o diabo a quatro que sobre.

-Então Clary, nós seremos o quê dessa vez? Psicólogos? Hackeei o celular da mãe do homem que   morreu e ela ligou para uma clínica solicitando um psicólogo.

-Então, doutor Marshuwell, vamos á caçada -Eu disse rindo, e fui arrumar as armas.

       

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