Fanfic feita para o desafio de carnaval do grupo FNS. A música que eu peguei foi "Saia e Bicicletinha" da Banda Kaçamba.
Essa fanfic foi postada por "Saah AG" no Inkspired (eu mesma).
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Esta é a história de como eu morri.
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Mentira!
Como tenho certeza de que você leu o título da história antes de abrir este capítulo, já deve ter descoberto a verdade: a narração é sobre como perdi dois tufos de cabelo. Um deles foi da cabeça; o outro você logo descobrirá.
O ponto no plano
Não sei se você sabe, mas quando um plano tem um ponto, ele não é apenas um plano; é um plano com um ponto. Por muitos anos eu achei que a atração a qual sentia pela minha prima era apenas um ponto, algo pífio. Mas, assim como o ponto marca presença no plano, meus sentimentos por Hinata foram fundamentais para todo o desenrolar desta história. Eu não lembro ao certo quando me senti atraído por ela. Aliás, custei aceitar essa sensação, já que somos primos e crescemos juntos. Quer dizer, isso nem ao menos deveria ter se manifestado, pois fomos criados como irmãos. Todavia, houve um momento em que aceitei. Infelizmente, ela desconfiou. E devo acrescentar, inclusive, que não ficou muito feliz. Se o chão não estivesse coberto de lama no dia de minha confissão, certamente carregaria até hoje cicatrizes no rosto.
Carnaval
Durante o Carnaval, meus amigos e eu sempre alugávamos uma casa de praia a fim de comemorarmos a festa em uma cidade movimentada. Naquele ano não foi diferente; até Hinata e as amigas dela se juntaram a nós. Garotas bonitas de biquíni, bebida, todo mundo reunido, tinha tudo para ser o melhor feriadão de todos. Daí entramos na piscina. Cada qual com seu copo de bebida, apenas Ino, Hinata e eu estávamos sóbrios. Acontece que a família Hyuuga sempre teve severas normas se tratando de bebidas alcoólicas. Certa vez, Hinata voltou bêbada do trote da faculdade e o pai simplesmente jogou um travesseiro e uma coberta pela janela, ordenando que ela dormisse do lado de fora. Por isso, alguns traumas foram se acumulando e a figura da bebida já não se tornava tão atrativa, mesmo que após encher a cara com os amigos naquela ocasião específica não precisássemos voltar à casa dos Hyuuga e sermos forçados a dormir na grama cheia de cocô do cachorro do vizinho. Quanto a sobriedade de Ino... bom, ela era casada com Jesus ou algo do gênero. Lembrança Como disse anteriormente, minha atração por Hinata foi a mão que girou a manivela para que essa história pudesse acontecer. Todos os caras estavam na piscina batendo boca e falando sobre coisas idiotas que homens sempre falam.
— Ontem eu peguei cinco nos vinte primeiros minutos de festa! – exclamou Sasuke em vitória.
— Cinco doenças venéreas, você quis dizer? – Naruto debochou.
Enquanto todos os garotos estavam ocupados discutindo sobre quantas doenças sexualmente transmissíveis Sasuke já havia pegado, minha mente flutuava em outro lugar e em outro momento. Acho que as inúmeras bundas salientes no local me levaram à outra história.
Três meses atrás, para ser mais específico. No comecinho das férias, Hinata andava de bicicleta pela fazenda de um parente nosso. Havíamos ido com a família para passar as festas de fim de ano com uma parte da família que tanto eu quanto minha prima não conhecíamos. Lembro de ter avistado uma bicicleta cor-de-rosa que pertencia a uma tia de segundo grau que havia nos cumprimentado há poucas horas. Quando vi minha prima peituda segurar os guidões, perguntei "Você vai roubar a bike da velha?" e ela respondeu "Cala a boca, eu sei o que tô fazendo!". Surrupiou o objeto e levou-o para trás da casa, onde o campo se estendia, ninguém além de mim estava presente para flagrá-la. Empinou a bunda na cela e saiu.
Quando éramos crianças, Hinata e eu costumávamos a andar de bicicleta pela calçada, mas os pais a proibiram depois que ela caiu e quebrou os dentes da frente. Desde essa época a coitada nunca mais tinha pegado noutra para andar. Por isso, seguia contente entre uma pedalada e outra, apesar do furto. A despreocupação me atingiu no instante em que a observei de costas. As nádegas subindo e descendo dentro da saia de modo hipnotizante. O tecido, inclusive, subia a cada metro percorrido. Mordi o lábio. Sentei no gramado com as pernas cruzadas, a expectativa de que ela voltasse aumentou. Afinal, eu não queria perder a visão da calcinha dela. Seria de renda ou algodão? Qual cor ela havia escolhido naquele dia? Vermelho? Bom, eu sempre achei que ela fica melhor de amarelo.
Então ela fez o retorno; os olhos arregalados, o ar preso nos pulmões em expectativa. Uma imensa expressão de desânimo, porém, tomou contra de meu rosto. Ela estava de saia, de fato, os pedais exigiam joelhos separados, também, mas uma mão segurava o guidão e a outra tapava a calcinha. Tira a mão! Tira a mão! Gritei por dentro inúmeras vezes. Pela expressão de vitória, Hinata parecia ter previsto que eu olharia para o meio de suas pernas. Parecia estar se divertindo tanto por andar de bicicleta quanto por me frustrar. Entretanto, como diria Carlos Drummond: no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho. Por manter o equilíbrio com uma mão só, a morena não teve força para estabilizar a bike quando a roda dianteira bateu numa pedra pontuda. Minha prima tombou para o lado e rolou duas vezes até parar deitada com a bunda para cima. Aflito, corri a fim de socorrê-la. Ao menos o chão é de terra fofa, pensei.
— Hinata, você tá bem?! – berrei ao me aproximar.
Com as mãos ela tentou erguer o tronco, mas contentou-se apenas em apoiar o corpo sobre os cotovelos. Não consegui identificar quaisquer arranhões, apenas a vermelhidão em alguns pontos da pele somado a vestígios de terra molhada. Em meio ao processo de reconhecimento de danos, acabei me desviando da preocupação e algo em mim começou a crescer, numa área bem específica, devo acrescentar. Enrubesci ao ver a bunda da minha prima em uma calcinha fio dental preta. O contraste das cores, o brilho que a pele tinha sob a luz e a sensação de calor tomaram conta de mim, roubando alguns segundos de realidade. Fiquei impactado, imóvel como uma parede. Apenas olhava enquanto meu pau denunciava o que estava acontecendo.
— Ai! – ela gemeu. – Acho que estou bem, sim. Só estou meio...
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Como eu perdi dois tufos de cabelo
FanfictionDurante o feriadão carnavalesco, Neji perde dois tufos de cabelo: em um deles o sol bate, no outro, não.