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Acordo assustada com Lídia tirando de cima de mim o edredom pesado que me aquecia na noite fria de inverno.

Lídia me puxa pelos meus braços, para que eu saia de cima da minha cama. E eu ainda muito sonolenta demoro para entender o que estava acontecendo.

— Vamos princesa está na hora! — Lídia tenta mostrar estar calma mas suas mãos estão trêmulas e ela está muito gelada.

O barulho de algo sendo quadrado soá do lado de fora e eu só consigo focar meus olhos em direção a porta.

— o que foi isso? — pergunto sem olhar para Lídia com medo do que pode entrar no meu quarto.

Mas ela não me responde.

— onde está? Onde está? — ela não para de repetir

— Lídia. — chamo sua atenção, mas ela está revirando minhas gavetas a procura de algo.

Um grito alto e fino faz meu corpo inteiro arrepiar.

— Lídia. — a chamo pela a segunda vez sem nenhum sucesso.

Ela ainda procura algo.

O desespero toma conta do meu corpo e meus olhos continuam fixos na porta.

— LÍDIA! — Eu grito e seus olhos se voltam para mim assustados.

— tome. — ela me entrega uma faca que meu pai me deu. — eles estão aqui.

— eles quem? — lágrimas caem pela minha bochecha.

— O opositores estão aqui. Precisamos correr. Se algo acontecer eu quero que você corra não volte para me pegar.

— O que? — pergunto desnorteada.

— você tem que prometer princesa. — ela aperta minha outra mão.

— Não eu...

— prometa! — ela insiste.

Sem conseguir pensar direito eu acabo prometendo.

— Ótimo! Agora vamos! — Lídia pega em minha mão e caminha em direção a porta.

Ao abri-la me deparo com uma criada no chão, em cima de uma grande poça de sangue.

Meu corpo fica paralisado de medo. Mas Lídia me puxa com força, me tirando dali o mais rápido possível.

Nós corremos pelos corredores e mais a frente havia um corpo.

De um soldado.

— Vamos! Não olhe! — Lídia diz ainda segurando em minha mão e correndo mais rápido ainda.

Chegamos em frente a um quadro gigantesco. Lídia pressiona algo no quadro e uma porta se abre diante de nós.

Eu me deparo com muitos degraus.

— Vá! — ela me empurra.

Eu desço o mais rápido que posso, segurando a bainha do meu vestido para que eu possa ver onde estou pisando.

Chegando no esconderijo, vejo meus pais.

E alguns dos convidados. Estão todos aqui.

Minha mãe corre para de abraçar e eu a seguro. Ela está se tremendo.

— Minha filha... Me desculpe... Nós... Eu não sabia para onde ir. Quando eu olhei já estavam dentro do nosso quarto.

— Tudo bem mãe. O que importa é que estamos seguros agora.

— Por enquanto. — um loiro de olhos verdes diz.

No escuro não consigo reconhecer de quem se trata, mas quando ele vem para onde a luz está eu consigo vê-lo.

Arthur, filho dos Goodwin. Herdeiro do trono, primeiro na linha de sucessão e meu pretendente.

— Não seja tão pessimista. — digo indo em direção a cadeira ao lado de meu pai, para que minha mãe se sente.

— Não estou sendo. Sou apenas realista.

— traga um copo d'água para ela. — peço a uma criada que estava em pé ao lado da cadeira de meu pai. Ignorando Arthur.

— É para já, minha alteza. — ela faz uma reverência e se retira.

Observo o local a procura de um lugar para me sentar.

Quando me sento o barulho de tiros sendo lançados disparadamente, faz meu coração parar.

Minha mãe se assusta e meu pai a abraça.

Algumas criadas gritam. Enquanto isso Arthur se acomoda ao meu lado, na maior calma do mundo.

— Calma princesa. Nós estamos protegidos.

— por enquanto.

— o mundo acabando e você fazendo joguinhos?! — uma risada alta e rápida sai de sua boca.

Antes que eu responda outro estrondo me cala.

Tento controlar minha respiração, mas é quase impossível.

— Você quer um pouco de água ? — pela a primeira vez, sinto sinceridade em sua voz.

Nego em um sinal com a cabeça.

— além de tudo é teimosa. — Arthur se encaminha em direção a uma jarra e despeja água num copo.

— Tome! Você precisa.

Reviro meus olhos e tomo de sua mão.

— Bom, esse não é o jeito mais educado de uma princesa pedir. — Arthur diz em tom de brincadeira.

— faz um favor pra mim? E cala a boca. — digo ficando meus olhos furiosos nos dele.

Arthur faz um som parecido com "uwou" e se acomoda novamente ao meu lado.

— A princesa não está de bom humor hoje.

— Se você não percebeu nós estamos sendo atacados! Eu não tenho tempo para as suas brincadeiras, agora!

Antes que ele diga algo, um silêncio absurdo se molda no ar.

Nós ficamos nos encarando.

Até que um barulho na porta de faz dela acaba sendo aberta.

Um dos nossos guardas, adentra o lugar pouco iluminado com um olhar assustado. Seus olhos rolam pelo ambiente e quando vêem meu pai, o rapaz corre em sua direção.

— Majestade. — ele diz enquanto faz a reverência — vencemos a invasão.

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⏰ Última atualização: Jun 15, 2019 ⏰

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