No dia anterior Minhyuk havia dito que ligaria para mim e desde então minha mente esta sem paz e numa animação sem precedentes. Nunca imaginei que dormir seria uma tarefa tão difícil assim. Eu só conseguia teorizar diversas conversas que poderiamos ter e como seria.
Quando finalmente fechei os olhos,sonhei com ele. Repetiu-se por pelo menos uma três vezes,sendo uma delas bem constrangedora(que eu 'bem' queria que fosse real). Cansada de falhar miseravelmente em dormir levantei-me. Olhei no rádio relógio e marcava 03h30. Fui até a cozinha e bebi um pouco de leite quente com chocolate. Me apoiei sobre a bancada com a caneca na mão pensando um pouco na vida. Assim que terminei a bebida,coloquei-a na pia apaguei a luz e voltei para o quarto. Me cobri e fechei os olhos. Passou um,dois,cinco, dez minutos e nada do sono vir. Aquilo já estava me irritando. Tudo que eu pensava era naquele coreano de cabelos loiros, que mais parecia uma divindade, e nada mais. Forcei-me a abaixar as pálpebras de novo e esperar que o "sandman" viesse colocar areia nos meus olhos.
Quando finalmente senti meu corpo se acalmar e o inicio de um sonho surgir, batidas fortes na porta me acordaram. —Ah,não acredito nisso! JÁ VOU!
Calcei as pantufas e o hobby,corri para a porta,mas estava sem as chaves. Andei na casa toda procurando mas nada de encontrar. —Só pode ser brincadeira! Olhei em tudo e nada! Com a pressa tropecei na mesa de centro e um som de metais batendo ressoou. "As chaves!" ~pensei.
Corri para abrir a porta e me supreendi com a cena.
—O que aconteceu?
—Me ajude Minji,ele é tudo que tenho! ~Minhyuk estava com os olhos vermelhos de tanto chorar,provavelmente, e com Dambi nos braços, que parecia desacordado.
—Claro. Tenho um conhecido que é veterinário e sei que atenderia essa hora.
Sem dizer uma palavra,ele concordou com a cabeça,olhando para o animalzinho com muita tristeza e eu senti meu coração dilacerar . Havia descoberto um novo sentimento: não podia ver Minhyuk mal. Eu queria desesperadamente consolar ele,fazê-lo sentir-se bem. Cuidar dele. Aquilo me corroia. Pegamos um taxi e pedimos que levasse-nos com urgência ao endereço e assim foi feito. Dentro do veículo,eu acariciava Dambi e disse para ele que tudo ficaria bem. —É aqui. Desci na frente e contatei o veterinário. Mais do que depressa nos atendeu e levou o cachorrinho dos braços do maior. Com dor nos olhos,ele o fez mesmo não querendo se separar do bichinho.
Eu o abracei e o rapaz se deixou ser consolado. Sequei as lágrimas dele e repeti diversas vezes que tudo ficaria bem. Sentamos no sofá da recepção e a atendente trouxe para nós duas xícaras de chá quente. —Ajuda a aliviar a tensão. ~ ela sorriu.
—Muito obrigada. ~disse por nós .
Conforme bebiamos uma pergunta veio a minha mente : " porque ele foi na minha casa e não direto à um médico?". —Minhyuk oppa...~ comecei a conversa disposta a fazer a tal pergunta.~ o que houve?
Limpando os olhos um pouco,passou a mão pelos fios dourados...
—Estávamos passeando, como de costume, e eu me descuidei um pouco olhando para uma briga de rua. Não gosto de brigas. Eu queria interferir,mas acabei deixando para lá. Porém já havia perdido bons minutos ali,olhando o tumulto e não vi que Dambi havia corrido atrás de um pássaro e fora atropelado. Só percebi quando o incidente ocorreu,pois o barulho fez eu olhar. Senti meu coração parar por alguna segundos. Era como se meu chão tivesse aberto sob meus pés. O motorista fugiu e eu nem tentei ver quem era ou tentei correr atrás, eu só queria ver como ele estava e se não o tinha perdido. Muitas pessoas se aglomeraram à nossa volta,entretanto nenhuma ofereceu ajuda.
—Nossa,Min...que triste...! Mas não se culpe,tem coisas que simplesmente acontecem. Ele vai ficar bom.
—Tomara,ele é meu melhor amigo desde sempre...
—Eu sei.~coloquei minha mão na dele como um ato automático,como se fosse rotineiro. Quando percebi a minha ousadia,tentei tirar a mão de cima da dele,porém me impediu, puxando de volta,e segurando mais forte. Ele olhou para baixo.
—Sei que quer saber o porquê de eu ter ido na sua casa .
—Ahn,sim. Mas se não quiser dizer,tudo bem,só ...
—Nem eu sei.
—Ahn?
—Eu só conseguia pensar em você,como se fosse o porto seguro,ou um ponto de paz. Eu só pensava : vá ate a Minji,ela saberá o que fazer.
—Hm...é...bem...que bom?! "COMO ASSIM? ELE ESTAVA PENSANDO EM MIM ? Será que na mesma proporção que eu? Será...?Minji,pare ,esquece isso"~pensei
—Sei que é estranho. Nem eu mesmo consigo definir, mas eu...—Lee Minhyuk?( uma voz ao fundo chamou)
—Sou eu!~ levantou e caminhou ate o médico.
—Parabéns,seu filhinho esta ótimo. Ele apenas se assustou e ficou daquele jeito,não há nada de fratura ou machucados nele. Mas ainda assim,gostaria de saber o que houve e porquê ele ficou assim.Então Minhyuk fez o mesmo relato de antes para o Doutor, que ouvia atentamente.
—Entendo . Cachorrinho de sorte!Mesmo com o impacto e a gravidade da situação, nenhum ossinho se quer foi atingido, nem um hematoma...—Ele vai poder ir embora então?
—Prefiro não . Vamos manter ele aqui essa madrugada. Peço que vão descansar e voltem de manhã para darmos a palavra final sobre o "filho" de vocês .
—Nosso filho n...
—Obrigado doutor~cortou Lee,o que a menina dizia. ~ voltaremos cedo. Já estou mais aliviado.
Fiquei totalmente confusa. Porque ele tinha mantido a aparência de que tinhamos algo,de que eramos um casal?
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Way To You
FanfictionMinji,assim como tantas pessoas,estava perdida. Não se sentia parte de algo. Sentia-se no fim de uma encrusilhada.O caminho já estava traçado. Sabia qual caminho tomar.Entretanto,com um ato do destino tudo mudou. Um ponto de luz indicava o caminho...